A 12ª Bienal de Campos tem nova data no lugar da programação
Dora Paula Paes - Atualizado em 15/03/2025 08:05
Divulgação Secom-Campos
Um novo revés na realização da 12ª Bienal do Livro de Campos, no momento em que se aguardava a divulgação da programação. Após o cancelamento em 2024, a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL) remanejou a data do maior evento literário da cidade. Antes, a Bienal estava prevista para acontecer entre os dias 28 de março e 6 de abril, no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). Com a mudança, o encontro literário seráde 30 de maio a 8 de junho. A nova data foi comunicada, em reunião, aosrepresentantes de entidades ligadas ao segmento da literatura na noite de quinta-feira (13), no Museu Histórico de Campos. Os presentes não deixaram de comentar sobre transtorno, apreensão e expectativa.
Na reunião, apresidente da FCJOL, Fernanda Campos, explicou que a transferência da data ocorre em função do rito administrativo necessário ao processo de captação de recursos, garantindo total segurança jurídica e orçamentária ao evento. Fernanda estava acompanhada da secretária de Turismo, Patrícia Cordeiro; e pelo secretário de Comunicação Social, Gustavo Matheus.
“Transferir a data foi a única opção e, com ela, podemos garantir que toda a programação será mantida, bem como a estrutura pensada para a grandiosidade do evento. Com as devidas adequações de agenda dos escritores nacionais e locais, brevemente divulgaremos toda a programação”, anunciou Fernanda Campos.
O município esperava captar cerca de R$ 2 milhões através de leis de incentivo à Cultura, como a Lei Rouanet. Já de novidades, o cartunista mineiro Ziraldo foi o escolhido para ser o homenageado, inclusive, com o trabalho da identidade visual do evento iniciado. Entre os possíveis convidados, chegou a ser ventilada a presença da escritora Conceição Evaristo, o que deixou muitos fãs ansiosos.
A reunião contou com as participações da presidente do Conselho Municipal de Cultura de Campos (Comcultura), Anna Franthesca de Souza Ribeiro; presidente da Academia Pedralva de Letras e Artes, Carlos Augusto Souto de Alencar; do presidente da Academia Campista de Letras (ACL), Ronaldo Júnior; da presidente da Associação de Autoras e Autores Campistas, Edda Barreto; da vice-presidente da União Brasileira de Trovadores (UBT) – Seção Campos e do Café Literário Antônio Roberto Fernandes, Gleyde Costa; do representante do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG) e Associação dos Amigos de Ao Livro Verde (Asalve), Genilson Soares; e do diretor de cultura da Associação de Imprensa Campista (AIC), Cássio Peixoto.
Em nota, a ACL manifestou: “A alteração da data da 12ª Bienal do Livro de Campos cria apreensão na cena literária local, justamente pelo fato de o evento ser um necessário meio de contato entre os autores e o público. Diante desse cenário e considerando a nova data anunciada em reunião com representantes das instituições locais, é preciso que mantenhamos diálogo com o poder público para garantir que o evento cumpra seu papel cultural e pedagógico”.
Da mesma forma, a presidência da Academia Pedralva Letras e Artes lamenta o adiamento da bienal pois traz transtornos para todas as instituições culturais envolvidas. “A manutenção da regularidade da Bienal é importante para a cultura campista. Apesar dos contratempos, nossa instituição mantém os canais de diálogo abertos com as entidades culturais governamentais e da sociedade civil pois entendemos que a união de esforços, independentemente de posicionamentos políticos, é fundamental para a divulgação e a valorização da cultura campista”, disse Carlos Augusto.
— Diante do exposto, considerei a decisão sensata, pois o adiamento permitirá garantir o esmero e a qualidade que a gestão de um projeto da magnitude que a Bienal exige. É fundamental respeitar todas as fases do planejamento, pois, do contrário, maiores problemas administrativos seriam enfrentados posteriormente. Acredito que esse período adicional deve ser bem aproveitado para fortalecer o diálogo e a escuta ativa com as academias literárias e a classe artística campista. Essa é minha sugestão à FCJOL — ressalta Anna Franthesca de Souza, do Comcultura.
A presidência da AIC ainda salienta: “Já havíamos recebido com preocupação o primeiro adiamento da Bienal do Livro, que deveria ter acontecido no ano passado. A Bienal é um evento fundamental para a cultura de Campos. Esperamos que todas as questões burocráticas estejam solucionadas e que a Bienal aconteça nas novas datas anunciadas, garantindo acesso à literatura e a valorização dos escritores e leitores locais”.

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