A aventura de um deputado com o carro novo na Campos-Grussaí
Saulo Pessanha - Atualizado em 25/07/2024 16:09
Anos 60. O jornal A Notícia costumava receber, sobretudo aos sábados pela manhã, pessoas amigas do diretor Hervé Salgado Rodrigues. Elas batiam ponto na redação para conversar.

Em uma época de políticos combativos ao regime de então, o MDB tinha Amadeu Chácar Filho e Manoel Luiz Martins como seus representantes na Câmara Municipal.

Amadeu conseguiu comprar um Gordini zerado, tirou o carro da concessionária e chamou os amigos para uma viagem inaugural.

Habituado a pilotar uma Romisseta — um dos primeiros carrinhos nacionais experimentais, com motor de Lambreta — na qual fizera a sua campanha, Amadeu Chácar estava orgulhoso.

E passou em A Notícia para pegar França e José Cunha Filho, que fazia a prestigiada coluna “Dia a Dia”, de crônicas. No carro, já estava Manoel Luiz.

O Gordini apontou em direção a Grussaí e Amadeu sentou o pé no acelerador. Lá pela altura de Barcelos, o carro estava, literalmente, pegando fogo.

E Amadeu Chácar criticou:
— É por isso que o país não progride. A nossa indústria é uma bosta.

Manoel Luiz foi vistoriar o carrinho, de onde saía um fumaceiro lamparão.
E deu o veredicto:
— Tem razão, Amadeu. A ignorância atravanca o progresso. Você veio com o freio de mão puxado...

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