“ Onde o Homem Flutua”

Nem terminei de ler o texto de Aluysio Abreu Barbosa sobre os 6 meses completados hoje do adeus de seu filho Ícaro. Capítulos de um livro se desenvolvem aos meus olhos. Ler com eles alagados é complicado, mas o coração traduz. Venho protelando desde o dia em que soube da partida rumo ao sol do menino alado, uma crônica ou um poema, algum rastro dos sentimentos em naufrágio diante da notícia fragmentada, mas única. Era verdade, Ícaro não estava mais dentre nós, não fisicamente, nem digitalmente como eu mais me comunicava com ele, porém estaria espiritualmente. Aluysio conta daa inúmeras vezes ao dia e nos sonhos em que a visita icariana lhe é feita, um vento repentino a ignorar paredes e barreiras. Na Feijoada da Folha de 2022, conversei pela última vez com Ícaro e depois, outras vezes pelo WhatsApp, trocando informações e ideias para serem usadas no Instagram do portal Folha1. Dono de uma inteligência acima do último andar do mais alto edifício, assim como o pai, ouvir/ler o Menino de Asas era oportunidade de aprender um pouco mais, de forma leve mas firme, ele versava sobre qualquer assunto. Agora ele não é uma fugidia referência ou mera recordação para mim, e sim súbita analogia com qualquer metáfora na metalurgia da palavra a qual sou submetido todos os dias. Ora derreto-as, ora elas derretem-me, nunca sabendo se sou o metalúrgico ou metal líquido imediatamente solidificado nos papéis em branco das telas dos celulares e cia. Continuo esperando a inspiração entrar pelas janelas para escrever sobre  Ícaro, sua inesgotável fonte de conhecimentos, continuo rolando a pedra de Sísifo montanha acima a espera de um texto à altura. Enquanto não paro a rocha sobre o topo e não inspiro o ar rarefeito, o que Aluysio-Pai-de-Ícaro escreve, escreveu e escreverá, é atmosfera para vidas inteiras. NinoBellieny 

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