Morre aos 91 anos o artista plástico campista Paiva Brasil
Matheus Berriel - Atualizado em 26/04/2022 14:16
Paiva Brasil foi um dos integrantes da primeira geração construtiva do país
Paiva Brasil foi um dos integrantes da primeira geração construtiva do país / Reprodução/Facebook
Morreu na última sexta-feira (22), aos 91 anos, o artista plástico Paiva Brasil. Ele estava internado no Hospital Casa Rio, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por complicações decorrentes da Covid-19. A informação foi divulgada pelo site do jornal “O Globo”, com confirmação do marido de Paiva Brasil, o também artista plástico Wilson Piran.
José Brasil de Paiva nasceu em Campos no dia 8 de agosto de 1930, filho de Ernestina e Manoel Belmiro Paiva. Lembrando a infância em entrevista a “O Globo”, em 2018, se descreveu como “alguém que gostava de circo e que aproveitava o barro e a tradição das olarias locais para tentar produzir seus próprios brinquedos”.
— Eu pegava barro da estrada mesmo e criava meus cavalos, meus bonecos. Eu também adorava ver os santos nas igrejas e passei a olhar para aquelas imagens e tentar criar coisas parecidas. Meu pai, Manuel, tinha canaviais, mas ao mesmo tempo mantinha um café na cidade e também era barbeiro. Acho que herdei essa curiosidade — contou o artista plástico.
Paiva Brasil se mudou para o Rio de Janeiro em 1942 e foi estudante de desenho no antigo Liceu de Artes e Ofícios. Em 1954, teve aulas de desenho estrutural e composição com Santa Rosa, e de pintura com Sanson Flexor, no Museu de Arte Moderna do Rio. Lá, participou do Salão Preto e Branco, nome pelo qual ficou conhecido o III Salão Nacional de Arte Moderna.
Um dos integrantes da primeira geração construtiva do país, junto a nomes como Waldemar Cordeiro, Rubem Lodolf e Ivan Serpa, Paiva Brasil sempre buscou atuar de forma independente. Foi ele o organizador do Salão de Natureza Morta do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), enquanto funcionário público. Também coordenou várias exposições itinerantes pelo Ministério da Educação, levando obras de artistas como Di Cavalcanti, Inimá de Paiva, Djanira e outros a cidades do interior do Rio, em plena ditadura militar. Campos recebeu uma destas exposições em 1967. “De certa forma, fizemos resistência àqueles tempos difíceis”, declarou ele a “O Globo” na entrevista de 2018.
Em 2010, Paiva Brasil foi homenageado pela Folha da Manhã com o Troféu Folha Seca, destinado a campistas de destaque nacional e internacional em suas áreas de atuação. (M.B.)

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