Com cargo na corda bamba, avaliação de Mandetta é positiva
Camilla Silva 06/04/2020 19:45 - Atualizado em 12/04/2020 13:08
Ministro de Saúde e Presidente em live sobre coronavírus
Ministro de Saúde e Presidente em live sobre coronavírus / Reprodução
O relacionamento do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está estremecido desde o começo da pandemia do coronavírus, o que pode resultar na demissão de um dos chefes de pasta mais bem avaliado do país. A possibilidade da saída gerou repercussão entre os poderes e foi lamentada por infectologistas campistas que elogiam atuação do ministro neste momento de crise. Até o fechamento desta matéria, o ministro permanecia no cargo. 
— O Ministério da Saúde tem executado ações positivas desde o início da epidemia no país. Tem trabalhado em cima de critérios técnicos com uma boa e organizada equipe. É um momento novo e desafiador e que precisa de bom senso e idealmente sem interferências de caráter político. Acredito que o Henrique Mandetta não será demitido no momento pois traria insegurança em toda população, que tem aprovado suas ações — defendeu Nélio Artiles, diretor do Departamento de Doenças Infectocontagiosas do Hospital Ferreira Machado.
No mesmo sentido, o infectologista Telmo Garcia Junior. defendeu as decisões e recomendações dadas pelo órgão. “O ministro, embora político, conduziu com maestria e consciência as ações até o momento. Não me lembro de um Ministro que tenha demonstrado tanta qualidade técnica e postura diante de uma situação tão grave e angustiante. É conhecedor do tema, tem equipe forte e facilidade de comunicação, ou seja, preparado para que o país precisa”, afirmou.
Nesta segunda-feira, o jornal O Globo publicou que presidente a decisão já havia sido tomada, mas até o fechamento desta matéria, Mandetta permanecia no cargo. No entanto, pela primeira vez, o chefe da pasta deixou de participar de uma coletiva de imprensa sobre as ações de enfrentamento ao coronavírus sem que tivesse justificado sua ausência por estar em outro evento relacionado à doença.
A principal divergência entre os dois está no fato de que Mandetta defende a linha da Organização Mundial de Saúde (OMS) para combater o vírus, enquanto o presidente pede uma flexibilização do confinamento argumentando que o isolamento prejudica a economia. Sobre o assunto, nesta segunda, representantes do órgão propuseram que a redução parcial no isolamento em cidades e estados com metade dos leitos e estrutura de saúde vagos.
O vice-presidente Hamilton Mourão disse, em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, que a reunião que contou com ministros e com o presidente Jair Bolsonaro tratou de cenários futuros para flexibilizar o isolamento, e disse que Luiz Henrique Mandetta segue no Ministério da Saúde. “Mandetta segue no combate, ele fica. Tratamentos de cenários, como a flexibilização do isolamento, no futuro”.
A medida passaria a valer na segunda-feira (13). Desde modo, as cidades com mais de 50% da capacidade de atendimento médico disponível poderiam passar do Distanciamento Social Ampliado (DSA) para uma transição ao Distanciamento Social Seletivo, no qual apenas alguns grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.

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