Delegado federal desiste de cargo
03/02/2018 09:30 - Atualizado em 05/02/2018 14:39
O delegado Felício Laterça desistiu da indicação e não será mais o superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. A decisão aconteceu após uma conversa por telefone, nessa sexta-feira, com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia. Indicado para comandar todas as operações da PF no Rio, inclusive as da Operação Lava Jato, Laterça é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por supostas vinculações com políticos do estado. Ele nega. O delegado é filiado ao PSC. Além disso, o irmão dele, Rodolfo Laterça, trabalhava até recentemente no gabinete do deputado estadual Chiquinho da Mangueira, do PMDB.
Laterça teria dito durante a conversa por telefone com Segovia que quer “limpar o nome” e que preferia fazer isso fora do cargo de superintendente. Segovia havia telefonado para Felício Laterça a fim de conversar sobre as denúncias que surgiram após a indicação dele para o cargo. Nessa conversa, Laterça teria dito que é alvo de perseguição.
Em 2017, os procuradores abriram um procedimento para investigar a conduta dele quando era delegado da PF em Macaé. A suspeita é que Felício Laterça teria recebido vantagens para transferir a sede da delegacia da PF na cidade para um prédio alugado pela prefeitura. Segundo as investigações, o dono do imóvel é Clementino da Conceição, que na época era prefeito de Santa Maria Madalena, outra cidade do interior do estado, e aliado político do prefeito de Macaé, Dr. Aluizio.
De acordo com o Ministério Público, o prefeito queria garantir que o imóvel continuasse alugado proporcionando rendimentos ao proprietário. E Felício Laterça faria esforços para a mudança de prédio em troca de privilégios e um cargo no Legislativo para o irmão, Rodolfo Laterça.
Quinta-feira (1º), o irmão do delegado assumiu um novo posto. Rodolfo Laterça virou subsecretário de Gestão Operacional da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, nomeado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Na prática, ele vai ser o responsável por todos os presídios do estado do Rio, inclusive a cadeia pública de Benfica, onde estão os presos da Lava Jato, entre eles, deputados do PMDB que fazem parte da cúpula da Alerj, onde Rodolfo trabalhava até a quarta-feira (31), justamente no gabinete de um deputado do partido.
Em coletiva realizada na manhã dessa sexta, na sede da Delegacia da PF em Macaé, ao lado do delegado, Dr. Aluízio negou qualquer irregularidade. Relatou que o prédio é alugado pelo poder público desde 2006. O valor do aluguel, referente a todo o imóvel, que abriga, atualmente, também a secretaria de Infraestrutura, é R$ 45 mil e antes seria de R$ 56 mil: “Com a redução do aluguel do atual prédio de R$ 56 mil para R$ 45 mil, que abriga dois órgãos, e a entrega do antigo imóvel, atingimos uma economia de R$ 41 mil ao mês”, frisou. (S.M.) (A.N.)

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