Uma árvore supostamente centenária, localizada em um terreno da rua Alfredo Crespo, próximo a esquina com avenida Nilo Peçanha, no Parque Santo Amaro, foi cortada entre as últimas quinta e sexta-feira. A informação foi dada por um médico, que passa em frente ao endereço e presenciou o momento do corte. Segundo o responsável pela retirada, o operador de motosserra José Roberto Paula da Silva, o tronco e os galhos do pé de tamarindo estavam podres e alguns destes atingiram casas vizinhas. Ele, que ainda trabalhava no local na manhã desta terça-feira, foi chamado pela proprietária para a realização do serviço. Ainda na manhã desta terça, outra árvore no canteiro central da avenida Pero de Góis, no cruzamento com a rua Silva Arcos, no Jardim Maria de Queiroz, foi cortada.

No Parque Santo Amaro, o operador responsável pelo corte contou que órgãos foram acionados anteriormente pela dona do terreno. Um caminhão ajudou na retirada dos galhos, que tinha partes apodrecidas.

O ambientalista Aristides Soffiati afirmou que os cortes de árvores centenárias na cidade têm se tornado comuns, enquanto poucas são plantadas.

Para Soffiati, o cuidado com essas árvores, em Campos, é precário. Elas devem ser sempre vistoriadas para que sejam prevenidas medidas mais drásticas. A “sanidade da planta”, conforme afirmou o ambientalista, deve ser mantida.

— Você pode prevenir o ataque de cupim na árvore, por exemplo. Na nossa região, que é muito úmida, tem uma proliferação muito grande de inseto capaz de fazer isso. Essa é uma providência: fazer a manutenção — explicou, ressaltando que, no município, não há política de arborização urbana. “É fundamental ter essa política, usando espécies nativas e espécies adequadas a cada espaço e tomar as providências necessárias para que as raízes não afetem as redes subterrâneas. E, também, a manutenção anual, de poda e de eliminação de cupim. A gente não tem. É uma coisa que atravessa as administrações públicas ao longo do tempo”.

Em nota, a secretaria de Desenvolvimento Ambiental informou que a árvore do Parque Santo Amaro era antiga, mas não centenária e estava localizada em área particular, não havendo impedimento legal para remoção, já que não era tombada como patrimônio. “Por estar em uma área particular e não estar entre as árvores protegidas pela legislação, atualmente, o proprietário não precisa de autorização da prefeitura para realizar o corte. Em relação a árvores centenárias, existe um decreto onde são identificadas e pontuadas”, afirmou a secretaria.

Em relação à árvore cortada na avenida Pero de Góis, o gerente de Arborização da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental, Wilson Duarte, informou que a árvore entrou no programa de monitoramento de árvores com risco. Segundo o órgão, ela foi vistoriada e identificada sua necrose e risco de queda.