A única mulher eleita para ocupar uma cadeira na Câmara Municipal a partir de 2025, Thamires Rangel (PMB), conquistou nas eleições de outubro o posto de vereadora mais jovem da história de Campos. Filha do deputado estadual Thiago Rangel (PMB), Thamires fez 18 anos em agosto e contou com o incentivo do pai na campanha vitoriosa, tendo recebido 5.483 votos, segunda maior votação do município. Há pouco mais um mês da posse, que acontece em 1º de janeiro, ela afirma sua confiança na participação política da juventude e acredita que "há profundas diferenças entre os integrantes de cada um" dos grupos políticos que compõem o legislativo.

A jovem vereadora destacou que seu contato com a política não começou nesta eleição. Thamires diz ter acompanhado as campanhas de seu pai a vereador em 2020 e a de deputado estadual em 2022, assim como a atuação dele na Câmara de Campos (entre 2021 e 2022) e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

— É preciso superar o preconceito contra a participação política da juventude. A própria história do nosso país revela que a nossa nação foi construída pela força e participação política da juventude. Jovens se mobilizaram e lutaram pela conquista da independência do Brasil em relação a Portugal. Jovens se mobilizaram e lutaram para conquistar a abolição e libertação dos escravos — comentou.

Thamires Rangel está perto de assumir seu mandato em uma Câmara de Vereadores com maioria governista. Dos 25 vereadores, 19 são da base do prefeito Wladimir Garotinho (PP). Sobre como irá lidar com os grupos políticos que compõem o legislativo, ela não enxerga homogeneidade neles.

— Uma análise mais cuidadosa revela que os vereadores do grupo do Garotinho têm grandes diferenças. São disputas já antigas entre vereadores próxima ao pai, outros próximos ao filho, outros ligados a segmentos de interesse junto à prefeitura e ainda há os que no cenário interno daquele grupo preservam maior independência nas suas movimentações. Da mesma forma, os vereadores eleitos ligados ao grupo político do Bacellar apresentam profundas diferenças — disse.

Para a vereadora eleita, o que pode determinar o andamento da Câmara são possíveis acordos entre os grupos políticos. Thamires foi eleita pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB). A legenda é a mesma de seu pai, o deputado estadual Thiago Rangel, que apoiou a candidatura à prefeitura da Delegada Madeleine (União Brasil).

— Reconheço, porém, que eventuais conversas e acordos que possam vir a ser firmados ou não entre esses três líderes principais (os Garotinhos, o Bacellar e o Deputado Thiago Rangel) poderão ser determinantes para o andamento da Câmara de Vereadores — falou.

Sobre sua atuação na Casa de Leis, Thamires Rangel tem como foco ações voltadas aos mais jovens como, por exemplo, políticas voltadas ao primeiro emprego e à qualificação profissional.

— Considero ainda essencial o desenvolvimento de políticas públicas comprometidas com o primeiro emprego dos jovens e a permanente qualificação profissional, além do aumento na visibilidade às questões das mulheres, as quais ainda enfrentam muitas adversidades pela falta de inclusão. Mas deixo bem evidente que o meu objetivo é olhar com carinho para toda população campista — destacou Thamires.

Thamires Rangel colocou seu nome à disposição para a presidência da Mesa Diretora da Câmara. A eleição acontece na posse dos vereadores eleitos, na primeira sessão do ano, em 1º de janeiro. Ela enxerga essa atitude como ato de renovação da política.

— Como todos têm conhecimento, concordei em deixar o meu nome à disposição para concorrer à presidência da mesa da Câmara de Vereadores. Representamos uma renovação responsável, que combina inovação e juventude com a vivência do meio político de Campos. Acreditamos que a cidade não pode ser refém de vaidades e disputas mesquinhas, que o parlamento não pode se curvar aos interesses do prefeito ou da oposição, mas precisa ter absoluta sintonia com os mais legítimos interesses da população — disse.