Wladimir Garotinho: 'Agora é Wladimir contra Wladimir'
“A gente vinha de uma gestão desastrosa, que foi de Rafael. A comparação com a minha gestão era inevitável. Agora é Wladimir contra Wladimir”. A declaração foi dada pelo prefeito reeleito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), durante sua participação no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, nessa segunda-feira (28). Reeleito em primeiro turno com uma votação expressiva, alcançando mais de 192 mil votos, Wladimir analisou o resultado das urnas e disse que sua boa avaliação foi o sinônimo de sua vitória. Além de ter conquistado um bom desempenho na majoritária, seu grupo político também mostrou força elegendo 19 dos 25 vereadores da Câmara. Para o prefeito, a vitória de sua aliança política foi “maiúscula”. Em relação ao Legislativo e à eleição da Mesa Diretora, Wladimir disse que não está se envolvendo no pleito para presidência e destacou que o perfil do presidente deve ser moderador. Sobre planos para 2026, ele disse ainda estar cedo para falar do assunto. Wladimir também destacou o potencial do vice-prefeito Frederico Paes (MDB).
Reeleição — “Governo bem avaliado foi sinônimo de vitória. E isso na região inteira que o Aluysio acompanhou muito bem, fez matéria sobre isso. E é natural. Se a população está aprovando um projeto, ela não quer mudar. O projeto esta dando certo. Problemas sempre existem, sempre irão existir em qualquer governo. Mas se o projeto está dando certo, se a cidade está evoluindo, as pessoas tendem a votar naquele candidato. Então, quem estava na máquina, quem estava fazendo um bom governo, a tendência foi se reeleger ou até eleger o seu sucessor, como no caso de Quissamã, no caso de São Francisco, enfim, onde tinha um projeto de sucessão e as máquinas e as prefeituras bem avaliadas também elegeram o seu sucessor. Eu costumo dizer que pesquisa, obviamente, bem feita, com critérios, ela tem método. E ela é fotografia de momento. A fotografia pode mudar. Mas ela é fotografia de momento se feita dentro dos parâmetros aceitáveis. O que aconteceu em Campos foi que o grupo de oposição tentou encomendar pesquisas que fugiam do padrão, fugiam do método. Isso foi facilmente percebido aí pela Justiça Eleitoral, que suspendeu. Teve pesquisa que nem chegou a ir ao ar. Antes mesmo de ir ao ar, a Justiça Eleitoral suspendeu”.
Desempenho na 98ª ZE — “A 98, assim como toda cidade, reconheceu o nosso trabalho. Ninguém consegue uma virada nesse nível, nesse tamanho, se não tiver reconhecimento de trabalho, inclusive porque aqui na 98, que é a chamada ‘pedra’, onde está o eleitor muito crítico. E historicamente resistente ao grupo político que eu faço parte, que eu vim desse grupo político até porque é um grupo liderado historicamente pelo meu pai, hoje liderado por mim aqui na cidade, mas historicamente foi liderado pelo meu pai e que sempre foi resistente ao projeto político do nosso grupo. Mas eu acho que o trabalho mostrado, a consistência do trabalho, porque não é só o trabalho em si, é a consistência do trabalho, a verdade que nós mostramos durante o nosso governo, porque não adianta você emitir sinal trocado. A política tem muito disso. Você falar uma coisa e entregar outra. Ou você falar uma coisa e fazer outra. Então, a gente o tempo todo falou muita verdade, a gente emitiu sinal que foi compreendido pela população de toda a cidade, especial aqui da 98”.
Apoio de Caio — “O Caio obviamente foi muito importante, eu queria agradecer aqui mais uma vez publicamente a ele pelo entendimento e pela maturidade de fazer uma frente popular, porque os nossos grupos políticos, as nossas famílias, apesar do Caio ter uma penetração maior na pedra, só que essa penetração maior na pedra, ela era mais por causa do antigarotismo do que pela família do Caio, propriamente dita. Então, as nossas famílias são de Campos populares, tanto o Garotinho quanto o Arnaldo. Essa união do campo popular teve bairro na cidade que eu cheguei a bater 90%, no interior, em Guarus. A média de Guarus, por exemplo, é na casa dos 80%. Então agradecer ao Caio Vianna, foi uma parceria importante que nós construímos”.
Pós eleição — “Foi uma vitória muito significativa, muito maiúscula. Eu acho que não tem o que contestar. A vitória já se consolidou, a eleição já acabou. Eu, em todos os discursos até aqui, eu tenho feito o discurso de que precisamos olhar para frente. Quem foi adversário na eleição precisa torcer pela cidade. Teremos dias difíceis pela frente. Basta ver o cenário econômico nacional, o cenário econômico estadual. Isso reflete nos municípios. Então, que todos nós possamos juntos continuar trabalhando por essa cidade. Mais uma vez, a 98 ela não foi diferente do restante da cidade, que me deu uma vitória maiúscula, consagradora, e a gente espera manter esse trabalho”
Segundo mandato — “A gente tem falado isso já há algum tempo, mas internamente agora de maneira mais firme, uma expressão popular é que o sarrafo vai subir. É normal que isso aconteça. A gente vinha de uma gestão desastrosa, que foi de Rafael. A comparação com a minha gestão era inevitável. Agora é Wladimir contra Wladimir. Somos nós tentando fazer um segundo governo ainda melhor do que foi o primeiro. E não será fácil, porque, como eu disse aqui, a partir do próximo ano os desafios serão maiores ainda. Já estamos tendo queda de arrecadação de royalties já há bastante tempo. Isso é uma realidade. A gente não está aqui para dizer o contrário, até porque os números estão aí, eles são públicos. Temos crise econômica a nível nacional, o país está quebrado. Temos crise estadual, que não repassa mais recursos para os municípios como repassava antes. Então, isso vai refletir em todos os municípios, inclusive em Campos”.
Transporte público e Saúde — “O transporte é um desafio. Já tem um planejamento feito. Nós estamos retomando as negociações com a instituição financeira, que provavelmente será a Caixa Econômica, para fazer o financiamento de uma nova frota de transporte para a cidade, através do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, do governo Lula. E a gente está retomando agora, após o segundo turno, porque era o prazo que eles nos pediram, porque durante o segundo turno não podia haver nenhum tipo de assinatura de contrato, então as negociações ficaram sobrestadas, eu diria assim. Então, o transporte público é uma prioridade para nós e também a humanização e a melhora no primeiro atendimento da Saúde. Eu diria que a Saúde de Campos melhorou muito. É visível a melhora na qualidade dos locais de trabalho, na quantidade de postos de atendimento, nos materiais. Mas precisamos, sim, naquele primeiro atendimento, ter uma humanização melhor, um acolhimento melhor para com as pessoas. Então, esses são os dois pontos que eu podia frisar aqui, que a gente vai trabalhar muito para melhorar”.
Obras — “Todas as obras, todas as obras que nós começamos, nós vamos terminar, para depois ter um novo pacote de obras para a cidade. O importante agora é finalizar aquilo que está em execução, tudo aquilo que já está licitado em execução, para que depois a gente possa fazer um novo pacote de obras para a cidade. Eu sei a aflição que algumas pessoas têm, e eu costumo dizer que é assim mesmo, porque o sarrafo subiu. Eu ontem, por exemplo, abri uma caixinha de perguntas lá na minha rede social, e é muita gente pedindo obra em todo canto da cidade. Que bom que hoje pedem, porque está vendo acontecer em outros locais”.
Primeiro mandato — “A gente vinha de uma época, de uma inércia do poder público muito grande. Então, o desafio naquele momento era colocar a cidade para funcionar. A cidade não funcionava. Conseguimos fazer a cidade funcionar e conseguimos avançar com obras importantes por toda a cidade. E agora que o trem está no trilho, vou aqui parafrasear o meu colega e amigo, o professor Wainer, que foi eleito vereador. Agora é hora de acelerar o trem. Então, a gente conseguiu avançar muito, muito mesmo. A gente conseguiu avançar muito além do que a gente achou que fosse conseguir avançar”.
Projetos — “O que é que a gente pensa para o próximo governo? A gente pensa, por exemplo, na Nova Feira. É uma obra marcante, estruturante. A gente pensa em toda a requalificação da orla do Rio Paraíba do Sul, que já estamos fazendo em Guarus, fazer também do lado de cá, no Centro. Então, assim, tem obras que serão emblemáticas na nossa gestão. Então, eu penso, sabe, de verdade mesmo, que para além das obras marcantes, a gente tem que pensar naquela obra que é funcional para o cidadão”
Concurso público — “Eu sou muito demandado, é importante falar aqui, sobre concurso público para todas as áreas. É impossível. É impossível, porque você só pode fazer pagamento de pessoal com recurso próprio. Você não tem recurso próprio para pagar essa quantidade de funcionários, ainda mais com a demanda de concurso público que tem no município. Eu fiz concurso para Guarda Municipal, já está aí na época do curso de formação, fiz para orientador social, fiz para contador, analista de sistemas, que devem ser chamados nos próximos meses, e vou fazer concurso para professor. Isso já está definido, isso já está inclusive anunciado. Mas para todas as áreas é impossível fazer, porque você não vai ter condição de honrar o pagamento. E se tem uma coisa que eu posso dizer em alto e bom som aqui para todos é que eu não serei irresponsável. Campos não vai, sobre a minha gestão, voltar a ter dúvida se vai ou não vai pagar salário de funcionário. Enquanto Wladimir for prefeito, o servidor, o trabalhador, o contratado, ele vai receber o seu salário em dia”
Relação com Cláudio Castro — “Sempre agradeci, continuo sendo grato. O Cláudio foi um grande parceiro de início de governo, depois a gente sempre manteve um bom relacionamento, independente de outros amigos que ele tem aqui na cidade, são aliados políticos dele. Isso são coisas da política, a gente tem que entender isso, e eu nunca o questionei por isso. Nem tenho esse direito. Ele é o governador, ele é quem decide as alianças que ele faz, mas eu sou muito grato ao governador, que sempre honrou aquilo que foi combinado. Temos ainda, algumas obras que a Prefeitura fez o projeto, encaminhou para o Governo do Estado. Estão lá para serem licitadas. Eu não sei se serão mais licitadas pelo Estado, porque o Estado já não tem mais a saúde financeira que tinha há alguns anos atrás. Mas fica aqui o meu agradecimento ao Governador por tudo que foi feito. Mas aí fica aqui uma alerta só. Existe o dinheiro do Fundo Soberano, que está sendo liberado para obras em alguns municípios. A Prefeitura de Campos já entrou pedindo obras com dinheiro do Fundo Soberano. Só que, para esse dinheiro ser liberado, depende de aprovação da Alerj. Então fica aqui um pedido ao conterrâneo presidente da Alerj, que libere as obras estruturantes importantes para o povo de Campos através do Fundo Soberano, porque depende de aprovação da Alerj”.
Fundetáxi — “Um recado para os taxistas, os amigos taxistas. A lei já está pronta. Se não já foi para a Câmara, estará indo para a Câmara e vai passar a valer a partir de 1º de janeiro de 2025, que é o Fundecam para a renovação da frota dos taxis. Tem, obviamente, alguns critérios importantes. Nós vamos dar prioridade para a frota mais antiga, carros acima de 10 anos nesse primeiro momento, para que a gente possa renovar a frota de táxis de Campos, mas vai ser linha de crédito de até 50 mil para os taxistas renovarem a sua frota. Então, aos amigos taxistas, eu fiz o compromisso, vamos cumprir o compromisso a partir de 1º de janeiro de 2025”.
Relação com Madeleine — “Madeleine me mandou uma mensagem de WhatsApp no dia da eleição, eu respondi a mensagem. E coincidentemente, nessa semana, eu indo para o Rio, até na agenda que você citou com o Márcio Pacheco, eu saí de Campos bem cedo, parei para tomar café da manhã ali em Casimiro de Abreu e encontrei com ela. Ela, o esposo dela e mais uma pessoa que estava acompanhando. Conversei rapidamente com ela e disse a ela que a eleição acabou. Não fica nada no coração e nem pode ficar. A eleição ficou para trás. Ela cumpriu o papel do grupo que a colocou na disputa. Eu cumpri o meu papel de prefeito em reeleição. Acho até que em determinados momentos a campanha dela excedeu um pouco no tom. Eu preferi não elevar o tom e não partir para o confronto. Pelo contrário, eu fiz uma campanha totalmente propositiva e até bem humorada e muitas vezes respondendo os ataques de maneira bem humorada, mas ela entendeu isso perfeitamente, disse até que a gente precisa uma hora parar para poder conversar, vai ser um prazer conversar com ela”.
Alianças políticas — “Eu não demonizo aliança política, você precisa ser coerente com ela. Você não pode simplesmente se aliar àquilo que é completamente contraditório ao seu histórico de vida, à sua militância política. Por exemplo, não estou dizendo que eu demonize nada, mas eu não conseguiria, por exemplo, fazer uma aliança com o Psol, porque é uma coisa que eu, Wladimir, não acredito. Mas, por exemplo, eu admiro a professora Natália. Eu admiro, porque ela é uma pessoa coerente com aquilo que ela acredita. Eu talvez não consiga, pelo meu histórico, pelo que eu acredito, fazer uma aliança com ela. Mas eu admiro, porque ela é uma pessoa coerente, ela é uma pessoa correta. Então assim, a gente não pode demonizar alianças políticas, isso não existe”.
Direita x esquerda — “Eu sou um político equilibrado. Eu tenho formação trabalhista. Eu sou um politico conservador em princípios, mas nem tão conservador assim no campo político. Uma coisa, as pessoas têm que parar de confundir isso, porque as pessoas acham que você ser conservador em princípios, você automaticamente é de direita. Não, não é isso. Eu sou conservador porque eu sou cristão, conservador. Uma coisa é princípio, outra coisa é ideologia política, pragmatismo político. A pessoa precisa parar de confundir isso. Então assim, eu tenho formação trabalhista, eu sou uma pessoa muito ligada na área social, mas eu também sou um prefeito que me preocupa muito com o equilíbrio das contas públicas, coisas que muitas vezes eu não vejo a esquerda se preocupar. E acho que tem que se preocupar, porque se você não tiver equilíbrio das contas públicas, se você não consegue fazer política pública eficaz e duradoura, se você não tiver equilíbrio, como é que você vai conseguir sustentar a máquina pública?”
Discurso moderado — “Acho que o extremismo é o que faz mal à política brasileira. A hora que a gente parar de discutir coisas extremas e discutir o que importa, o país vai andar. A cidade vai andar, o Estado vai andar. Enquanto a gente ficar discutindo temas insolúveis, do ponto de vista da radicalização do discurso político, tem coisas que são insolúveis, porque são crenças das pessoas, são coisas insolúveis. O extremo pode ser muito bom, mas para quem senta numa cadeira de gestor, não dá para ser extremo. Então, assim, para o parlamento, talvez o discurso extremista funcione muito bem para o cara angariar voto no parlamento. Agora, vai ser extremista numa cadeira de gestor, você vai quebrar a sua cidade ou quebrar o seu Estado. Não dá para ser extremista”.
Pacificação — “Eu pretendo pacificar novamente a cidade. Foi isso que eu fiz quando eu venci da primeira vez e é isso que eu farei agora reeleito, porque não adianta manter o palanque o tempo todo. A eleição acabou, nós tivemos uma vitória linda, contundente, maiúscula. Eu disse aqui neste microfone, no mesmo lugar que eu estou sentado, que nós faríamos em torno de 18 vereadores. Fui muito contestado à época, disseram que eu estava exagerando. Fizemos 19 e quase fizemos 20. Se as nossas expectativas tivessem se confirmado sobre o vereador Anderson de Matos, que era cotado por muitos, como o mais votado da cidade, acabou não se concretizando, a gente teria feito três no Republicanos e teria tirado uma vaga do Solidariedade, então a gente teria feito 20. Mas não se confirmou. Então, a vitória do prefeito foi maiúscula, a vitória da aliança política foi maiúscula, elegendo 19 dos 25”.
“Os Bacellar não têm voto” — “Não querendo colocar fogo no parquinho, mas a gente acaba colocando. Eu também disse nesse mesmo microfone aqui que os Bacellar não têm voto. E a urna fala, está aí, o resultado da urna está aí. Eles têm muita força, muito poder político pela posição que hoje o Rodrigo ocupa, mas se você for pegar o histórico das eleições. Não estou falando só dessa, estou falando das eleições, você pode pegar 2020, você pode pegar 2022 para deputado e você pode pegar agora 2024. A urna fala, as pessoas têm que saber interpretar o resultado da urna. Está aí, o resultado mais uma vez mostra que a gente tem trabalho, que a população reconhece o nosso trabalho, que para além do trabalho existe uma identificação popular”.
“Não preciso ser personagem” — “Eu não preciso ser um personagem para ser candidato. Eu sou o que eu sou durante os quatro anos. Tem gente que aparece na eleição, bota uma máscara de um personagem, se veste de um personagem e não consegue enganar as pessoas. Não consegue. As pessoas estão cada vez mais atentas. Hoje o fenômeno da rede social, se a pessoa te vê na rede, te segue na rede, mas quando ela te encontra, ela percebe que você é o oposto daquilo que ela vê na rede, ela vai perceber na hora. Isso é natural. É natural isso hoje. Então assim, eu sou o que eu sou”.
Os Bacellar no Legislativo — “Olha, eu não posso dizer que eles não são bons no Legislativo. Não posso. Seu Marcos foi presidente da Câmara, Rodrigo é presidente da Assembleia e Marquinho é presidente também da Câmara. Mas é o que se comentava nos bastidores é que eles fizeram o possível e o impossível para que Marquinho fosse o vereador mais votado da cidade. Inclusive na véspera da eleição, se eu não estiver enganado na quinta-feira, o próprio Rodrigo chegou a gravar um vídeo pedindo voto para o irmão, que teve o mesmo número de campanha dele para deputado, enfim. Mas não foi o que aconteceu. O Marquinho chegou em terceiro lugar. Foi muito bem votado, mas chegou em terceiro lugar. Mas é também importante lembrar que alguns ex-presidentes da Câmara sequer conseguiram se eleger”.
Eleição da Mesa Diretora — “Diferente do que muitos colocam, eu não estou neste momento me envolvendo em eleição para presidência da Câmara e acho que não devo me envolver neste momento em eleição para presidência da Câmara. Primeiro, porque é justo e natural que todo vereador eleito e principalmente o reeleito, que já tem mais tempo de casa, ele pleiteie uma vaga na mesa ou até mesmo a presidência da Câmara. Até porque eu concordo que antiguidade, neste caso, é importante, por conta de experiência dentro da Casa Legislativa. Então, eu concordo, sim, que quem está reeleito, quem tem mais tempo de mandato, leva uma certa vantagem em relação à quem está chegando agora. Mas é justo e natural que qualquer vereador tenha esse sonho, tenha esse desejo de ser presidente ou de, pelo menos, fazer parte da mesa diretora”
Entendimento — “E como eu não vou me envolver a priori, nesse primeiro momento na eleição, o que é que eu posso dizer e deixar de sugestão aqui aos colegas vereadores. E eu já disse isso a eles em reunião interna nossa. Que a gente consiga se entender e nos encontrar, dentro do melhor desenho, entre os 19. Para que ninguém tente buscar voto na oposição neste momento. Porque, não se enganem, e aqui eu digo aos colegas vereadores, a oposição, mesmo só tendo feito seis cadeiras, ela está de olho num possível racha do grupo da base. Se houver racha no grupo da base, a oposição pode querer se animar para montar chapa. Então, que a gente tenha maturidade o suficiente para entender que a cadeira de presidente é uma só, e que alguém vai sentar naquela cadeira, e que o que não sentar faça uma composição justa, ou pleiteia uma outra vaga, ou pleiteia uma comissão importante, enfim. É um desenho que precisa ser feito entre os vereadores”.
Presidência — “É natural que o PP faça o pleito, elegeu sete, é o partido do prefeito, então é natural que o PP faça esse pleito. Como também é natural e justa que o outro que não é do PP também faça o pleito, porque já é um vereador de mandato, é um vereador também leal ao nosso grupo político. Mas eu acho que isso precisa ser mais conversado entre eles. Acho que precisa ter amadurecido entre eles e que não saia dali nenhum trauma, até porque tem eleição a cada dois anos. Pode, por exemplo, haver um combinado entre os principais postulantes de um biênio para um, um biênio para outro, enfim, tudo é possível. Desde que a gente se entenda dentro de casa, a gente consiga se entender e fazer a melhor costura possível. Eu, como eu disse, não vou me envolver agora, não acho que é hora do prefeito se envolver nisso”.
Secretariado — “O professor Wainer só não será meu secretário se ele não quiser. O Wainer, se eu não estiver enganado, foi o primeiro que eu convidei na minha primeira gestão para ser secretário. Ele tinha conduzido o meu plano de governo na eleição de 2020. E, muito provavelmente, nós vamos dividir agora, fazer a divisão da Secretaria de Recursos Humanos com a Secretaria de Administração, que hoje é uma coisa só, a gente vai dividir. Por que nós vamos dividir? Porque nós temos um outro acordo com o Tribunal, Termo de Ajustamento de Gestão, sobre o fim da modalidade de contratação por RPA. Então, eu preciso de alguém full-time nisso, porque tem prazo. Então, eu vou criar a Secretaria de Recursos Humanos, separada da de Administração. E eu não conheço, na cidade de Campos, ninguém mais competente do que o professor Wainer para cuidar de RH, de departamento pessoal e para me ajudar no cumprimento desse acordo com o Tribunal de Contas”
Perfil do presidente da Câmara — “O presidente da Câmara, ele precisa ser moderador. Foi muito ruim, e aí eu digo ruim mesmo, péssimo, a postura do atual presidente, de ser um presidente que saía da sua posição de presidente para atacar. Não é o papel do presidente. O papel do presidente do Legislativo é ser moderador. Ele não é presidente da sua base. Ele é presidente dos vereadores da casa legislativa dos 25. Ele, inclusive, tem que ser o presidente daqueles que não votarem nele. Ele tem que presidir uma casa. Assim como eu sou prefeito de todos os habitantes de Campos dos Goytacazes, até dos que não votaram em mim. Então, assim, o papel do próximo presidente, óbvio que sendo aliado do governo, vai trabalhar para ajudar o governo a ter uma gestão melhor e cobrar quando tiver que cobrar, inclusive. Mas que ele entenda que o papel dele é ser moderador”.
Últimos presidentes — “Por exemplo, o Fábio Ribeiro foi eleito na oportunidade com 24 votos e uma abstenção. Abstenção do Marquinho Bacellar. O Fábio, no meu entender, ele cometeu um equívoco naquela época de querer ser presidente apenas do grupo da base. E acabou criando um racha dentro da Câmara. Assim como eu acho que o Marquinho errou pior do que o Fábio. Ele quer ser presidente só do grupo de oposição. E pior do que isso, ele quer ser líder da oposição sendo presidente. Não pode. Ele é o presidente da Câmara de Vereadores, que é um poder na cidade, e aí precisa ser moderador dos demais colegas, e arbitrar dentro da Câmara as pautas importantes, as pautas nem tão importantes”.
Falta de diálogo com Marquinho — “Eu não consegui dialogar com o Marquinho. Inclusive, eu falei ao telefone com ele na semana passada, no telefone de um outro colega, o vereador, estavam reunidos o Fred Rangel, o Juninho Virgílio e o Marquinho. O Fred me ligou, Fred Rangel, para me dar uma notícia que o projeto do Refis e do óleo diesel ia ser pautado, o Marquinho falou comigo no telefone do Fred. Eu até brinquei com ele, falei, ‘presidente, eu venci a eleição e liguei para o senhor no dia seguinte, para querer conversar. Acabou a eleição, a gente tem que tocar a pauta’. Ele não atendeu e não me retornou. Ele brincou comigo, dizendo que ele estava dormindo. Depois, se você acordou, você podia ter ligado de volta. Então, o que a gente espera é uma relação cordial, é uma relação republicana, uma relação que faça a cidade crescer, faça a cidade avançar, que projetos do Executivo sejam pautados de maneira mais celere”.
Expectativa — “Então é isso que a gente espera, um presidente moderador, conciliador, que ajude o governo a fazer uma gestão mais eficiente, mais célere, mas que também ele entenda, de uma vez por todas, que eu acho que nenhum dos dois presidentes conseguiu entender qual é, de fato, o papel de um presidente da Câmara, que é governar para os 25”.
Expectativa — “Então é isso que a gente espera, um presidente moderador, conciliador, que ajude o governo a fazer uma gestão mais eficiente, mais célere, mas que também ele entenda, de uma vez por todas, que eu acho que nenhum dos dois presidentes conseguiu entender qual é, de fato, o papel de um presidente da Câmara, que é governar para os 25”.
Palpites — “Eu não vou me envolver em nenhuma eleição da Câmara nesse momento. Os vereadores precisam conversar entre eles. E eu, ao final, depois que eles conversarem muito, dialogarem muito, tentarem chegar num desenho que seja o melhor possível entre os 19, eu posso, no final, arbitrar, conversar e dialogar. O que eu posso simplesmente dizer aqui é que toda pretenção é válida, toda pretensão é justa. Eu dei o nome do Fred e do Juninho porque, repito, um é líder e outro é vice-líder do governo e eles estavam conversando com o presidente da Câmara, o Marquinho Bacellar, para que os projetos fossem pautados. Mas, além deles, tem outros também pleiteando a cadeira de presidente, o que é normal. Eu acho que está cedo para poder falar, eu acho que os vereadores têm que conversar muito, dialogar muito, não precisa por conta de uma eleição que é por biênio haver fratura na base. Então, conversem, dialoguem”.
Compromissos partidários — "Primeiro é importante dizer que nenhum vereador se elegeu sozinho. O coeficiente foi 11.200 votos. Ninguém fez 11.200 votos. Então existem compromissos partidários com as nominatas. Na construção das nominatas foi dito aos candidatos e aos partidos, que a gente puxaria algumas pessoas para serem secretários, fazerem parte do governo, para que quem estivesse ali na disputa, e caso ficasse como primeiro ou segundo suplente, tivesse a oportunidade de assumir o mandato. Então a gente tem que cumprir os nossos compromissos, seja ele no PP, seja ele no MDB, no PDT, no PL. Enfim, nos partidos que estiveram conosco, foram feitos compromissos partidários, os partidos, para que se conseguisse montar uma nominata. Então, é provável que, em praticamente todos os partidos, nós tenhamos representantes eleitos no governo, até para se puxar suplentes, porque isso foi acordado lá atrás. A gente espera poder e conseguir cumprir, mas o prefeito pode fazer o convite ao vereador. Eu não posso obrigar que o vereador abra a mão da cadeira dele e vire secretário. Eu não posso obrigar. Eu posso fazer o convite. A gente está conversando, a gente está desenhando”.
Vida partidária — “É importante as pessoas em Campos cada vez mais entenderem, e os políticos de Campos também cada vez mais entenderem, que Campos não têm as suas regras próprias. Campos está dentro de um contexto nacional. O que importa é o macro, vem de cima para baixo. Se houver uma federação por decisão nacional, não tem jeito, a gente tem que seguir. Então, as decisões precisam ser partidários. Se você não tem vida partidária, exemplo, você tem vereadores aqui que com certeza, mais à frente, vão demonstrar o desejo de ser candidatos a deputado. Com certeza, eles vão demonstrar esse interesse. Se ele não tiver vida partidária, ele sequer pode conseguir a vaga para disputar, porque o partido não vai dar vaga a ele. Então é importante as conversas partidárias, é importante que o partido esteja presente nas conversas, porque nós também assumimos compromissos partidários”.
Acordos — “Eu não demonizo as alianças políticas. Muito pelo contrário. A política é feita disso mesmo. De aliança política, de entendimentos políticos. Então, que a gente entenda que vereadores, para cumprir acordos, serão convidados para serem secretários. Porque nós vamos cumprir acordos. Se o vereador vai aceitar, não vai aceitar, é uma outra conversa. É um pouco mais profunda, mas eu irei trabalhar para cumprir os acordos que foram feitos antes da eleição, até para que aqueles que disputaram eleição dentro de uma nominata difícil de se eleger, eles sabiam que seria difícil de se eleger”
Projeção de partidos para 2026 — “Para eleição de 2026, não teremos mais do que 10 partidos. Não teremos. Aí você imagina. Se a eleição de vereador em Campos agora já foi difícil, vai ser mais ainda na próxima, em 2028. Você imagina com 10 partidos apenas, aí você tem 3 candidatos a prefeito. Aí o candidato tiver na máquina, pode ser que tenha mais partido, ele vai ter 5. Você imagina você pegar uma base de 19, como eu tenho hoje, e colocar dentro de 5 partidos? É o futuro. Ou eu tô falando alguma loucura aqui? É o futuro. Vai se afunilar. Então ter vida partidária é importante e cumprir compromissos estabelecidos é importante”.
Projeção de partidos para 2026 — “Para eleição de 2026, não teremos mais do que 10 partidos. Não teremos. Aí você imagina. Se a eleição de vereador em Campos agora já foi difícil, vai ser mais ainda na próxima, em 2028. Você imagina com 10 partidos apenas, aí você tem 3 candidatos a prefeito. Aí o candidato tiver na máquina, pode ser que tenha mais partido, ele vai ter 5. Você imagina você pegar uma base de 19, como eu tenho hoje, e colocar dentro de 5 partidos? É o futuro. Ou eu tô falando alguma loucura aqui? É o futuro. Vai se afunilar. Então ter vida partidária é importante e cumprir compromissos estabelecidos é importante”.
Perspectiva para 2026 — Eu acho que está cedo para falar sobre 2026. Eu acabei de ser reeleito com a maior votação da história da cidade. Seria até, eu acho que, desrespeitoso, neste momento, da minha parte, falar que eu vou sair para ser candidato a alguma coisa, tendo o povo confiado em mim da maneira que confiou, me dando a votação que me deu. Óbvio que especulações vão surgir. Óbvio que conversas de bastidores já estão acontecendo, mas o que eu tenho de pragmático para dizer hoje é que eu fui reeleito para mais quatro anos à frente da Prefeitura de Campos. Se durante esse percurso, o povo da minha cidade entender que existem desafios maiores para um filho dessa terra, e meu nome for colocado, eu vou avaliar”.
Vice-prefeito — "O Frederico é meu amigo, antes de tudo. Eu tinha relação com ele antes de cargo público. O Frederico é amigo da família da minha esposa, inclusive. Muito amigo da família da minha esposa. Eu tenho confiança nele, acho ele um cara muito preparado, muito equilibrado. É um bom gestor reconhecido, apesar de ter diferenças entre a gestão privada e a gestão pública. Ele é um bom gestor. Pra quem acha que Frederico não gosta de política, está muito enganado. Ele gosta e gosta muito. Eu tenho certeza que se ele vir a ser prefeito de Campos, ele vai ser um bom prefeito. Mas está cedo ainda. Mesmo que eu não saia, ele tem tudo para ser o sucessor depois, porque o vice pode ser candidato. Então, se eu vier a sair, o que eu não sei se vai acontecer, não estou nem afirmando nem descartando nada. Como eu disse, eu estou eleito para mais quatro anos. Mas tudo pode acontecer, e se o povo dessa cidade entender que faltam quadros ao estado do Rio, faltam nomes ao estado do Rio ou até ao Brasil, e Wladimir for alçado a uma disputa, o Frederico vai estar pronto para poder assumir uma cidade equilibrada, uma cidade organizada e dar sequência ao trabalho. Mas se eu não sair, o que também é muito provável que pode acontecer de eu não sair, é natural também que ele seja candidato à reeleição num projeto político. Nós temos um projeto político para essa cidade, um projeto político que vem sendo vitorioso e que o que vem dando certo tem que continuar”
Desenvolvimento econômico — “A gente passou por um período importante de estabilização da nossa economia. E agora que a economia de Campos está estável, a cidade voltou para o mapa de investimentos do estado do Rio de Janeiro e até do Brasil, eu diria. Então tem muita gente procurando a cidade, muita empresa que vai se instalar em Campos a partir de 2025, de vários ramos diferentes. Mas eu queria frisar aqui o setor de serviços e o setor de logística. Guardem bem o setor de logística, porque tem empresas interessantes, importantes do Brasil para se instalar em Campos a partir de 2025, a partir também de 2026, já estão com o seu plano de negócio voltado para cá e Campos vai dar um salto importante nessa área. Campos tem uma, talvez a última grande oportunidade de reindustrialização da cidade e é em Barra do Furado, divisa de Campos com Quissamã. Nós já pedimos a renovação da licença ambiental junto ao Inea, ainda não foi liberada essa licença ambiental que expirou em 2014. Tem grupos e fundos internacionais dispostos a colocar muito dinheiro, na casa de bilhão de dólares, ali naquele local, entre o Farol e Quissamã, onde 80% é Campos e 20% é Quissamã. Então, talvez a última grande oportunidade de reindustrialização de Campos está parada por conta da falta de licença ambiental que depende do Inea. Assim que eu conseguir uma agenda oficial com o governador Cláudio Castro, a licença do Inea de Farol/Barra do Furado está na minha pauta”.