Kassiano Tavares: 'Não abrimos mão da presidência'
Cláudio Nogueira, Gabriel Torres e Mário Sérgio Junior 16/10/2024 07:48 - Atualizado em 16/10/2024 07:48
Kassiano Tavares
Kassiano Tavares / Reprodução rede social
Vereador reeleito com o maior número de votos em Campos, Kassiano Tavares (PP) foi o entrevistado dessa terça-feira do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Entre outros assuntos, o parlamentar falou sobre a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara e garantiu que “não abre mão da presidência”. Ele também analisou o resultados das urnas e atribuiu os seus 5.790 votos ao trabalho realizado pela população, principalmente na Baixada Campista onde teve mais de 4 mil votos. Kassiano também avaliou a reaproximação da família Garotinho com os Vianna, dizendo que a aliança chegou para agregar. Ao fazer uma análise da gestão do prefeito reeleito Wladimir Garotinho (PP), ele apontou o transporte e a saúde como os principais desafios a serem enfrentados. Sobre 2026, o parlamentar disse que deseja ver Wladimir alcançar outros patamares, como o Governo do Estado, e que estará com o prefeito independentemente de qual for o caminho que Wladimir escolher futuramente.
Reflexo das ruas — “As ruas estavam falando isso claramente, eu não tinha dúvida da vitória dele. Além de tudo, as pesquisas também estavam bem direcionadas. E Goitacazes, ele ficou em segundo lugar, mais votado do município. Fizemos bem o dever de casa, conseguimos mostrar para a população. Tudo que eu solicitei para Goitacazes, quase tudo, nós fomos atendidos. Fruto de muita articulação, fruto de palavra, sou um cara que se eu combinar, eu cumpro. E Wladimir tem esse carinho por nós, não só carinho, mas ele sabe com quem que ele está lidando. E eu fui mostrando para ele os números em Goitacazes e o que nós teríamos que fazer no decorrer dessa caminhada. Ele foi nos atendendo. Na infraestrutura, na questão da saúde, no lazer, no esporte, na questão da segurança. Então ali nós deixamos marcas positivas em vários segmentos ali e a população entendeu isso, entendeu dando resultado nas urnas”.
“Bandeira não ganha eleição” — “Ficou claro para todos que bandeira não ganha eleição. Muita bandeirinha na rua, milhares de bandeirinhas na rua e não ganharam a eleição. Na minha concepção, muita gente que segurou a bandeira votou no 11. Eu vi isso na rua. Eu conversei com as pessoas. Faz parte do jogo e nós saímos vitoriosos nisso. O prefeito Wladimir Garotinho, 192 mil votos. Tenho orgulho de Goitacazes, o pessoal tem representado, não só eu, vereador Kassiano Tavares, mas também o nosso prefeito Wladimir Garotinho, dando a ele o segundo distrito que ele foi o mais votado em Campos dos Goytacazes. Eu acho que nós ficamos abaixo do Parque Guarus, se eu não me engano. Parque Guarus em primeiro, segundo lugar Goitacazes”.
Aliança com Caio Vianna — “O Caio chegou para agregar e agregou bastante. Caio, o pai dele, o Arnaldo Vianna, agregaram bastante e o resultado da pedra veio aí. Porque historicamente a família Garotinho sempre perdeu na pedra, né? Mas vocês puderam ver que a gestão de Wladimir está uma gestão muito transparente. E a gente pode fazer essa análise com esse resultado da 98, vamos dizer, o pessoal mais politizado, pessoal que discute mais e faz mais análise. O pessoal entendeu que o melhor cenário para Campos hoje é o nosso prefeito Wladimir permanecendo como gestor, comparando ao governo passado. Agora é daqui pra frente. Agora o governo dele vai ser comparado com o governo dele mesmo. Mas comparando ao governo do Rafael Diniz, eu acho que a população entendeu que ele está fazendo uma excelente gestão”.
Disputa na Baixada — “Referente ao vereador Bruno Pezão, não tenho nada contra o Bruno Pezão, eu não concordava com algumas atitudes dele. Eu acho que a gente no decorrer da caminhada nos gerou muita maturidade e a gente foi entendendo o jogo. O que eu não concordava com ele, nós começamos a fazer outros caminhos, mas eu falei isso na primeira sessão após a eleição, que os nossos adversários políticos nos deram força, nos impulsionaram. Tirou o nosso grupo, inclusive eu, da zona de conforto. E chegamos a esse resultado, que foi 5.790 votos. A gente começou a refazer caminhos. Uma vez que os resultados entregues, a gente comprovou para a população que realmente nós solicitamos, nós requisitamos, nós pedimos e o prefeito nos atendeu”.
Avaliação da gestão Wladimir — “Temos que melhorar no Transporte e na Saúde também. Eu acho que, em decorrência de como o Wladimir pegou o governo, eu acho que nós já avançamos muito. Essa questão do transporte é um problema não só de Campos, mas de todo o Estado, de todo o Brasil, posso dizer. E o Wladimir já foi em Brasília, já articulou recursos, R$ 540 milhões. Eu vi agora, não sei aonde que ele deu uma entrevista, que já estão para chegar, eu acho que nesse primeiro semestre, 350 ônibus. Então vai renovar toda a frota, vai organizar, vai fazer aquela questão da bilhetagem. Não sei se vocês já andaram de ônibus já em Macaé. Trabalhei em Macaé muito tempo atrás e Macaé é assim. Eles fizeram terminais. Eles fizeram terminais com qual a pessoa está dentro do terminal e já está com a passagem paga. Então ela entra dentro de um ônibus, ela para em outro terminal e não paga outra passagem. Ela roda Macaé com uma passagem só. Eu acredito que eles vão implantar isso aqui e a gente vai estar resolvendo essa questão do Transporte que hoje realmente é uma coisa muito complicada. A saúde, por sua vez, nós temos que melhorar muito ainda. Eu vou citar um exemplo aqui, o Hospital São José, em Goitacazes. Com certeza tem os críticos, mas nós avançamos muito. O São José, até o momento agora, já atingiu quase 200 mil atendimentos. Quando nós pegamos lá atrás em pleno Covid, os atendimentos ali anuais eram quase 50 mil, ou seja, evoluiu bastante. Nós colocamos ali no Hospital São José um aparelho de tomografia, que nunca teve, é o primeiro da Baixada. Em um ano, nós atingimos a marca de 14.400 tomografias. Solicitado também pelo nosso gabinete, o prefeito entendeu que em pleno Covid, as pessoas tinham que sair do Hospital São José, as pessoas que ali estavam internadas, completamente vulneráveis de saúde, tinha que ir para o HGG fazer uma tomografia para retornar depois para o São José. Então, essa logística, isso era muito complicado. Infelizmente, perdemos muita gente, mas a gente tem ainda que melhorar muito. Acredito que agora a gente vai mapear o restante que falta e a gente vai estar, com certeza, trabalhando muito para poder melhorar”.
“Gestão boa e de excelência” — “A gente já mostrou força de vontade, disposição, e a gente não corre dos problemas. Os problemas estão aí para serem resolvidos. Então, a gente não tem que se eximir. A gente tem que partir para dentro deles. Então, eu considero a gestão do nosso prefeito Wladimir uma gestão boa, de excelência. Ele está sabendo fazer e contar sempre comigo, com o vereador, que a gente está mais na rua e a gente leva as situações para dentro do Executivo e solicita. Quase todas que eu levei, ele nos atendeu. Então a gente mostra ali essa questão dessa parceria, essa questão da credibilidade. A gente mostrou para ele que realmente o que a gente leva é de extrema importância, não é desmerecendo os outros colegas”.
Estratégia do PP — “Ainda não está pronta a composição. O que ficou combinado ali é que o presidente teria que sair do PP, porque nós fizemos a maior bancada, sete vereadores eleitos, e o que nós acordamos naquela reunião de quinta passada foi que o presidente sairia do PP. Mas quem? A gente não chegou ainda a essa conclusão. Eu coloquei meu nome à disposição, almejo a presidência da casa, mas tem que haver um entendimento entre os vereadores, entre o grupo todo. E realmente o Fred Rangel também almeja, o vereador Marquinhos do Transporte também almeja, acho que o próprio Fábio Ribeiro também almeja. Então, a gente vai entrar no consenso e vamos ver o que é melhor. É muito importante a gente ressaltar aqui que os poderes são independentes, porém eles têm que ser harmônicos. E é muito importante que esteja alinhado com o Poder Executivo, que eu acredito que a gente consegue entregar resultados para a população. Eu acho que quando tem briga, quem perde é a população. Quando há um entendimento entre os poderes, quem ganha é a população. Então, o nosso objetivo é manter esse alinhamento com o Poder Executivo, com o Poder Judiciário, oposição, situação, a gente criar ali um diálogo entre todas as partes”.
Possibilidade de Wainer na presidência — “Eu continuo almejando e coloquei meu nome à disposição e é uma coisa que eu quero muito. Mas se for outro colega, eu acho que o Wainer tem um ‘know-how’ para poder estar assumindo a presidência da casa também, se for o caso dele pegar, entendeu? Eu acho que ele vai fazer um bom trabalho. Ele é um gestor e ele entende. Eu acho que a gente lidar com pessoas, a pessoa tem que ter essa qualidade para você assumir a presidência da Câmara, de ouvir, falar, gerenciar pessoas, é um fator primordial ali. Então, que saia do PP, independente de quem quer que seja, o meu nome continua à disposição e eu tenho certeza que, eu assumindo a presidência da casa, eu vou fazer um bom trabalho e a gente vai mostrar isso claramente para vocês”.
Vereador mais votado — “Não estou intransigente. Eu acho assim, fui o vereador mais votado, não é que tem que ser, obrigatoriamente, mas eu acho que por questão de merecimento. A população, os colegas que me conhecem sabem, eu transito bem, com toda a oposição. Você falou aí o grupo Barcellar, Marquinho é meu amigo. Independente se a gente discorda de uma coisa ou outra, a gente tem que ter maturidade para poder concordar, discordar, entender que às vezes a opinião do colega, ele é contra, mas a gente vê que é melhor para a população. Então, a gente tem que estar colocando em prática. Então, essa questão do lidar com os opositores, com o Executivo, com os colegas da Casa, isso aí eu sei fazer bem”.
Projeção de composição da Mesa — “A gente vai pela proporcionalidade. Pelo número de eleitos no PP, acredito eu que pegaria duas cadeiras. Acho que, dentro da proporcionalidade, o PP ficaria com duas. O PP pegando a presidência, provavelmente a segunda cadeira seria a segunda secretaria, acredito eu, pela proporcionalidade. No PP nós fizemos sete cadeiras, 61.547 votos. O segundo aqui foi o MDB, com 28.591. Então, dentro dessa proporcionalidade, nós ficaríamos com duas, acho que o MDB com uma, o PDT com uma também. Aí vai ser acordado. A gente não abre mão da presidência da Casa. Agora são as articulações, as conversas de bastidores, o que vai agora dizer, porque todos votam, então são 25 vereadores, então é questão agora da articulação, muito diálogo, muita conversa, e a gente chegar a um consenso que seja bom para o povo”.
Votação da LOA — “Eu acho que não vai acontecer o que aconteceu ano passado. Houve um atraso para colocar a LOA (em votação), a LOA já estava na Casa há muito tempo e isso muita gente ia sair perdendo, inclusive a nossa população campista, que é o principal objetivo. Vários segmentos deixariam de ser atendidos por causa do atraso da votação da LOA. Eu acho que o que todo mundo passou no ano passado, não é legal a gente persistir no erro, vamos dizer assim. Marquinho como presidente da Casa, ele não vai voltar a cometer esse erro. Ele viu que foi desgastante. Chegou na esfera e saiu do nosso Poder Legislativo, teve que ir para o Judiciário. Não é legal. Nós temos autonomia, temos maturidade pra poder está colocando e discutindo entre a gente e resolvendo o que é melhor. Então, esse ano eu acho que vai ser bem pacífico e vai ser colocado a tempo para que seja votada e retorne logo para o Executivo para a gente poder estar colocando o Campos no rumo certo”.
Relação com a oposição — “Acho que tudo depende do presidente, como ele conduz a coisa. Se ele souber conduzir, se houver diálogo, a relação vai ser pacífica, vai ser tranquila. Eu acho que o presidente tem que ter esse know-how de combinar e cumprir as coisas. Dele poder dialogar bem do lado dos opositores, entender. Então, acredito que tem essa possibilidade, sim. Se eu assumir a presidência da casa, você pode ter certeza que isso não vai faltar. O diálogo com os opositores e o entendimento. Acho que ali a tribuna, acho que é um relacionamento de respeito”.
Atual legislatura — “Eu ouço muito as pessoas e o Nildo falou isso. Eu ouvi isso também, eu não ouvi nessas palavras que o Nildo colocou, o pior legislativo, mas eu ouvi do meu tio, Ailton Tavares. Vocês têm que conversar, vocês têm que chegar a um consenso. Foi uma legislatura em que houve muita briga, houve muita discussão e, às vezes, entrando até na esfera pessoal. Entendeu? Isso não é legal, isso é desgastante, desgasta a Casa. Então, acho que a gente não pode persistir no erro, a gente tem que mudar e que seja para melhor. Eu ouvi isso de Tio Ailton, ouvi isso de Nildo. Nildo falou nas palavras dele. Foi a pior que eu já vi. O doutor Abdu Neme. Eu gosto de conversar com o pessoal mais antigo ali, que tem uma experiência maior. Eu acho que a gente pode extrair dali coisas boas. Querendo ou não, os caras já passaram por vários mandatos. Então, eu acho que a gente tem que estar ouvindo e a gente tem que estar colocando em prática conselhos deles também, que eles colocam ali e extrair o que é bom”.
“O trabalho só começou” — “O sarrafo aumenta de acordo. O pessoal está vendo o trabalho entregue, então eles começam a cobrar mais. Isso é uma coisa legal. Desafios teremos, porém você pode ter certeza que o slogan do governo Wladimir “O trabalho só começou”. Então isso significa que a gente vai ver as deficiências. O que não foi feito ainda, eu acredito que o Wladimir vai investir nessa questão do transporte público, que é uma coisa que o pessoal bate muito na tecla. Vai melhorar muito mais a saúde, que realmente é uma coisa prioritária, primordial. E na questão da Qualificação. Eu tenho conversado com eles, são coisas que estão no plano de governo. Essa questão também da logística para o Porto do Açu, melhorar a infraestrutura ali, Barra do Furado, Farol. Para a gente poder estar tirando as carretas ali da BR 101, deixar de estar passando por dentro de Campos, vai melhorar a infraestrutura nas estradas para a gente poder dar uma vazão ao Porto do Açu”. Então acredito que essa questão da logística, de infraestrutura também, ele vai investir. Na qualificação profissional para os nossos jovens, o povo de Campos, vai haver também investimento para a gente poder proporcionar mão de obra”
2026 — “A minha torcida para Wladimir é que ele com certeza alcança outros patamares. Ele mostrou claramente que, com essa capacidade de articulação tanto na esfera federal como na esfera estadual, ele fez várias parcerias, ele criou relacionamentos. Então, eu acredito que ele tem essa capacidade de tanto pelo Senado como pelo Governo do Estado. O jogo lá em cima está se formando e a gente vai vendo aí. Teve recente aí essa discussão aí do Eduardo Paes com o Rodrigo Bacellar. A minha torcida para o prefeito é o Governo do Estado. Queria muito que ele fosse nosso governador, mas se ele entender que o Senado é o melhor cenário, a gente vai estar apoiando ele aí prontamente”.
Vice-prefeito — “O Frederico é um excelente gestor, empresário do ramo açucareiro. E Frederico é um cara também do diálogo, ele tem uma capacidade de articulação muito grande. E ele, com toda a experiência dele, ele pôde também estar passando isso para Wladimir, essa tranquilidade. Do jeito que pegamos a Prefeitura, estava num momento de turbulência do Covid, acho que a experiência de Frederico trouxe uma tranquilidade muito grande para o Wladimir”.

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