Thuin defende volta do plano de saúde para os servidores
Aluysio Abreu Barbosa, Edmundo Siqueira, Claúdio Nogueira, Gabriel Torres - Atualizado em 18/09/2024 07:26
Raphael Thuin
Raphael Thuin / Rodrigo Silveira
“Eu sou a favor de voltar, que seja subsidiado pelo caixa que a Prefeitura tem hoje, com o plano de saúde para o servidor público”, declarou o vereador Raphael Thuin (PRD), candidato a prefeito de Campos. Nessa terça-feira (17), ele foi o quarto prefeitável a ser entrevistado no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Além de apresentar suas propostas para a Saúde, Transporte e Educação. Thuin também analisou os erros e acertos da atual gestão, e considerou que Campos cresceu “pura e exclusivamente” no assistencialismo. O candidato também disse ter certeza em um segundo turno e fez projeções à Câmara de Vereadores. Além disso, o prefeitável falou sobre as vocações do município para o desenvolvimento econômico e a revitalização do Centro Histórico. Ele também falou sobre segurança e o fim dos contratos de RPAs.
Análise da gestão — “Campos realmente, de 2020 para cá, começou a arrecadar muito mais, o dobro que arrecadava no último governo. Tivemos um apoio do governo estadual como nunca tivemos antes, quase um bilhão de obras investidas aqui. E eu vi Campos crescer pura e exclusivamente no assistencialismo. Eu não vi Campos crescer na questão de desenvolvimento econômico e geração de emprego. Hoje nós temos um número muito grande de pessoas desempregadas na cidade. A gente vê muita maquiagem nas obras, às vezes fachadas bonitas e quando a gente entra a gente não vê a realidade mudando de forma alguma. O transporte, um caos, ninguém em Campos pode dizer que o transporte está bom. Número recorde de mendigos na rua e pedintes na rua. Eu duvido que alguém aqui tenha visto tanto mendigo na rua. Estamos aqui no Centro da cidade hoje e isso aqui virou um local de morador de rua, infelizmente. Recorde de pessoas comendo em restaurante popular. Nada conta programas sociais, eu sou a favor de programas sociais, inclusive garanto ao vivo aqui que não vou tirar e nem acabar com nenhum programa social. Mas vou fazer de tudo para que a gente possa dar o melhor programa social que existe no mundo, que é o emprego”.
Erros do governo — “Na minha avaliação, o governo dele está péssimo. E não defendendo o governo anterior não, que também foi péssimo. Agora, a gente não pode comparar o ruim com o horrível. Um governo que pula de 1,6 bilhão de arrecadação para 3,1. Nós estamos falando em 12 bilhões. Campos chegou a arrecadar quase R$ 14 bilhões nesses últimos quatro anos de Wladimir. E a gente, de realidade, não viu nada acontecer. A gente não viu uma indústria vir para cá, não viu agronegócio, não viu investimento, não viu parceria com empresas, incentivo. Só viu tributação, cinco anos retroativo de IPTU, cobrando imposto, o pacote da maldade que a gente conversou aqui, que tentou aumentar todos os impostos que eu fui contra na Câmara dos Vereadores. Por isso acabaram com todos os projetos esportivos. Então, eu acho o governo dele muito ruim, não é pouco ruim não. Agora, tem que dar parabéns para ele, a parte boa do governo de Wladimir é como ele consegue enganar bem o povo, como ele consegue usar a mídia dele com palhaçadas o tempo todo, comendo comidinha, fazendo palhaçada. E a gente vive num ‘petáculo’ circo de Campos, no qual eu não vejo realidade de bem-estar na população, a não ser programas sociais, que cada vez mais Campos é refém. Então, Campos precisa dar uma guinada”.
Acertos — “Ele sabe se comunicar muito bem. A secretaria de Comunicação, como eu disse, conseguiu enganar que a Prefeitura melhorou. Eu acho que é uma mistura dos dois. Eu acho que é mais ele. O governo da família Garotinho é um governo populista. E é um governo hoje 100% refém da Prefeitura e de programas sociais. Nós estamos falando de 54%. São 54% da população de Campos que não tem emprego. Esse mês, no CadÚnico, na Bolsa Família, se pegar esse mês, eu estou com os dados aqui desse mês. São 221 mil pessoas que recebem Bolsa Família. Nós temos mais 20 mil Cartão Goitacá, que nós votamos aquela confusão da LOA, que pulou de 5 mil para 20 mil, que ficamos dois, três meses sem votar a LOA. E nós temos a caixa de pandora, que são os RPAs, que a gente não sabe se é 15 mil, se é 20 mil. Eu chuto, está entre 15 e 20 mil, é um chute meu, mas ninguém consegue descobrir isso. Então, nós estamos falando em 260 mil pessoas em Campos recebendo benefício. Se Campos tem, segundo o IBGE, 483 mil pessoas, vamos arredondar para 500, é 53, 54% da população. A Prefeitura não pode estar bem, a cidade não pode estar saudável se mais de 50% não recebe. E aí, os outros 50%, nós estamos falando crianças de 0 a 100 anos de idade”.
Falta de parcerias — “Se a gente não fizer um viés paralelo a isso, de desenvolvimento econômico e autossuficiência, nós vamos ficar refém para o resto da vida pelos mesmos programas sociais e aumentando. Se a gente pegar há 10 anos atrás, nós tínhamos 15%, 20% a menos. Se pegar 20 anos atrás, era 10%, 15%. Então a gente está aumentando a dependência da Prefeitura. O que isso quer dizer? Olha, vamos dar um exemplo simples aqui. Dia 31 de agosto, Caiado, governador de Goiás, assinou um termo para exportação dos seus produtos e parceria com o Porto do Açu. O Porto do Açu fica a 15 quilômetros daqui. Goiás fica lá, depois de Brasília. E ele assinou um termo com o Porto do Açu. E aí nós estamos aqui do lado do Porto do Açu e não temos uma empresa, uma indústria que trabalhe com o Porto do Açu. O que o Porto do Açu exporta é o minério que passa aqui debaixo da nossa terra, que vem de Minas Gerais. Por que não? Eu tive conversa com algumas pessoas do Porto do Açu. Eu tive um jantar semana retrasada num restaurante aqui em Campos. A única coisa eles pediram, que é ‘Thuin, nós não conseguimos fazer parceria com o atual governo’. Ele não quer fazer parceria com o Porto do Açu. Então, não tem desenvolvimento econômico. Tem outras pessoas também que pediram para não falar, mas Paulino é um grande parceiro. É a B-Port, da Edison Chouest, são 800 mil metros quadrados, mais de mil funcionários, direto e indiretamente, onde entra os barcos e saem os barcos. O que nós temos de parceria com eles? O que nós podemos fazer para se desenvolver?”.
Pesquisas — “Eu acho que mudou muito. 100% de certeza. A gente vai para rua e a gente começa a ver. Pelo menos eu, na pedra, eu sei que eu mudei muito. Eu tenho certeza absoluta. Que a gente tem pesquisa que a gente não pode falar, que eu sei que eu estou crescendo bem na pedra. E, Madeleine, eu não sei realmente como é que está. Wladimir, eu acho que é normal também de um governo no desgaste, no debate. O próprio debate pode mudar muita coisa também, apesar do debate vai ser muito em cima. E eu tenho certeza absoluta que vai ter segundo turno. Agora vai depender muito do crescimento meu nessa questão, vai depender muito do crescimento de Jefferson. E vai depender como que Madeleine vai sair daqui para frente também. Então, eu acredito muito no segundo turno real em Campos. Se você tivesse falado numa pesquisa de três, quatro dias atrás, a gente poderia até conversar essa pesquisa, mas uma pesquisa de três semanas para cá, não dá pra saber que mudou muito”.
Aprovação x Favoritismo — “Parece ser uma regra que Campos está sendo enganado, como a gente começou a falar aqui, pelo, para mim, um dos piores prefeitos que já passaram por Campos. Porque se uma população que tem quase 55% das pessoas desempregadas, e, há três semanas atrás, avaliavam que o governo estava bom, quer dizer que a população está sendo enganada. Se a população não tem geração de emprego, se a população não tem oportunidade, se a população não tem agronegócio, se a população não tem indústria. Nós estamos aqui agora, 70% do Centro da cidade fechou. Nunca houve tanto mendigo na rua. Nunca houve tanto pedinte nos sinais. Então, o que isso quer dizer? Que, infelizmente, Wladimir tem que bater palma como ele consegue enganar a população de Campos. Ele, com o petáculo da internet dele, ele consegue enganar a população de Campos. Tem que bater palma porque a população de Campos está sendo enganada totalmente”.
Projeção ao Legislativo — “Eu calculo aí, sinceramente, em torno de 13 cadeiras para o Wladimir, em torno de 11 cadeiras para o grupo de Madeleine, apoiada pelo governador e por Bacellar. E aí os outros, nós estamos falando quantos? Então um pouquinho menos. Então vamos diminuir um de cada, 12 e 10. E eu acho que vão vir três aí. Aí tem a filha do Thiago Rangel. Eu acho que é por aí mesmo. Eu acho que vão ser duas, três pessoas fora desses grupos e o restante vai ser dividido com uma vantagenzinha de duas, três pessoas no grupo de Wladimir. Eu acredito que seja esse cálculo. Que no final das contas, quem souber articular melhor lá dentro depois, vai estar muito embolado, tá? Que no começo eu também achei que o Wladimir ia fazer mais que até a maioria. Eu já não acho. Eu acho que ele faz até mais. Mas se tiver dois, três lá, que não estão nem no grupo nem no outro, vai embolar ali a Câmara. Não tá tão fácil para ele ter 100% da maioria ali não, como ele acha que vai ter. Porque eu estou vendo a campanha de outros candidatos aí crescendo bastante na rua. A gente tem uma nominata pequena, mas com alguns potenciais que pode surpreender. Eu não tenho nominata no PRD, mas tem no DC. O DC tem uma nominata, então tem algumas pessoas que, para não ser injusto com um ou com o outro, que vão ter uns resultados e uns bons, agora tem que fazer conta para saber se elege um. Então eu acredito que vai haver surpresa de um ou outro partido que vai eleger, mas acredito dois ou três, o restante vai ficar dividido”.
Gestão da Saúde — “Realmente, eu coloco a saúde entre os três piores pontos do governo. Saúde, Transporte e Educação. Mas falando sobre a Saúde, hoje, Campos no ano passado gastou R$ 1 bilhão na Saúde. Recorde de gastos na Saúde, e a Saúde não era para estar como está hoje. A gente sabe que não é fácil, até porque nós viramos centro de várias cidades ao nosso redor que usam o nosso sistema de saúde, mas eu acho que a nossa saúde é administrada de uma forma errada. A gente não faz a prevenção, a gente remedia o problema. Então por isso que tem milhões de pessoas em Campos que demoram meses e meses para marcar um exame, que demoram meses e meses para fazer uma cirurgia. Então uma cidade com R$ 1 bilhão, que é mais do que o orçamento de muitas cidades, está ainda engatinhando na Saúde é porque a Prefeitura não está sabendo gerir de forma correta. Hoje existe a tecnologia. A gente pode usar a telemedicina para marcar consultas, hoje em dia várias já estão fazendo isso. Clínicas e UBS funcionando de verdade, que não adianta ir lá pintar uma UBS, inaugurar uma UBS, funcionar durante duas, três semanas e depois parar de funcionar. Isso tem acontecido em muitos lugares, a gente reclama muito. Nós temos, territorialmente, nós somos muito grandes, então existe aquela questão da medicina familiar, no qual a pessoa, principalmente quem mora na área rural. Até porque uma coisa tem a ver com a outra, se você ficar doente a partir de dez horas da noite e não tiver carro, você não consegue transporte para chegar. Então, além do transporte ser um caos, a gente realmente tem que espalhar mais e mais bem estruturada a Saúde, valorizar os médicos que realmente trabalham mais”.
Propostas para a Saúde — “Não adianta só a gente gastar uma fortuna em um hospital de emergência e a gente não for lá atrás. É lógico que tem que fazer o paralelo, a gente tem que solucionar. Por exemplo, eu sou a favor de voltar que seja subsidiado pelo caixa que a Prefeitura tem hoje, voltar com o plano de saúde para o servidor público. Nós estamos falando em vinte e poucas mil pessoas hoje, que a Prefeitura subsidiaria 50%. É lógico que isso tem que ser estudado. Eu conversei com alguns planos de saúde já, e é um plano de saúde muito barato para o servidor público. Eles conseguem, nesse volume, fazer. Com isso, o servidor público, ele poderia usar os hospitais particulares, os hospitais filantrópicos. A gente tem que ajudar todos os hospitais filantrópicos que hoje estão com problemas nas suas certidões, tem que ter um mutirão da Prefeitura em parceria com esses hospitais filantrópicos, para eles voltarem a poder arrecadar por conta própria. Eles não conseguem arrecadar porque eles estão com as certidões negativas, estão negativados. Então existe um trabalho que tem que ser feito junto com os hospitais filantrópicos, fazer um mutirão, realmente, para zerar essas filas de marcação de exame e zerar as filas de cirurgia. Aí você pode fazer, sim, em parceria com os hospitais. Nós temos bons hospitais aqui na cidade, não só filantrópicos, mas particulares. E eu estou falando isso porque a Prefeitura hoje tem dinheiro para fazer isso. Então, o que eu acho que eu tinha que fazer? Um mutirão mesmo, em parceria com os hospitais particulares, dando de volta plano de saúde para o servidor público, ajudando os hospitais filantrópicos, fazendo clínicas, por exemplo”.
Inclusão — “É muito difícil para uma criança com deficiência conseguir algum atendimento. Transforma a casa da criança numa casa da inclusão, no qual você consiga fazer tudo ali dentro. Nós estamos falando em torno de 20% da nossa população tem algum tipo de deficiência. E, segundo o IBGE, deficiência intelectual chega a ser 7 ou 8%. Então, existe várias maneiras, usando tecnologia, trazendo plano de saúde para o servidor público, fazendo parcerias com os hospitais particulares, em vez de alguns exames específicos. Nós temos um projeto que, inclusive, eu vou lançar, que é a Clínica de Imagem. Fazer uma clínica pública de imagem, que possa servir particular e público também, para a gente agilizar a tomografia, raio-x, que é um grande problema, às vezes, para poder realmente marcar esse exame e realmente usar o que a gente não está dando suporte suficiente, um subsídio aos hospitais particulares para poder fazer isso”.
Causa animal — “Eu tenho um projeto de lei do Hospital Veterinário Municipal, entre abrigos, SOS Pet como fosse 192 para questão da causa pet de resgate. E usar algumas clínicas particulares, que queiram ser parceiros, lógico, dentro de uma licitação, para usar realmente a saúde animal com castração, com vacinação. Eu estou falando a causa animal que tem a ver com Saúde Pública. Hoje nós temos o CCZ que tem a capacidade de oitenta animais e nós temos 90 mil animais em Campos, de pequeno e médio porte, que não tem ajuda nenhuma. Então, a gente tem cinco projetos de lei para a causa pet. Tanto na causa animal e como realmente para todos nós, a Saúde tem que ser melhor administrada. Temos, com R$ 1 bilhão, a gente não teria problema nenhum de ter uma saúde exemplar. Repito, focando na prevenção, na saúde, no esporte vinculado à educação, nas clínicas familiares, nas UBS funcionando da maneira correta e parceria com esses hospitais todos que eu falei e o plano de saúde do servidor público. E telemedicina que hoje em dia está acelerando muito as consultas em várias universidades do Brasil”.
Ideb — “O MEC (Ministério da Educação) diz que 68% das nossas crianças, até o 2º ano do Fundamental, isso é 8, 9 anos de idade, muitos deles repetem, às vezes 10 anos de idade, não são alfabetizados. Isso está no MEC. Então, quase 70% das nossas crianças não são alfabetizadas. Quando veio essa história do Ideb lá atrás, que eu discordei imediatamente, porque a aprovação automática foi feita em 2020, 2021, por causa da pandemia. Muitas cidades deixaram de adotar esse sistema de aprovação automática e Campos continuou. A aprovação automática levanta a nota do Ideb, porque a nota do Ideb é calculada pela aprovação e vezes a nota de português e matemática. E aí, é lógico que automaticamente vai aumentar. Isso não é culpa só do atual governo, não. Vem de muito tempo. Quando você levanta a nota do Ideb, você recebe mais dinheiro. Aí, você aprova 95% das pessoas automáticas. Selecionam uns para fazer a prova ou não, lógico que a nota vai dar errado. Sim, mas você acha correto isso? Passar uma criança que não sabe ler e escrever? O que a gente está fazendo com o nosso futuro? Sinceramente, olha o que está acontecendo com o Campos. Se nós temos, segundo o MEC, 68% das nossas crianças que não são alfabetizadas, o que vai ser do futuro de Campos? 70% das nossas crianças não sabem ler e escrever. Aí como que a gente vai ter uma geração que vai produzir, que vai ter desenvolvimento econômico, que vai ter geração de renda, que vai conseguir trabalhar? Sabe o que vai acontecer com essas crianças? Vão vir para o assistencialismo, para o Bolsa Família, para o Cartão Goitacá”.
Propostas para Educação — “A gente tem que botar nossos alunos para aprender, nossas crianças para estudar matemática, estudar português, fazer esporte no contraturno escolar, aprender a se desenvolver, ter uma massa pensante que mude o futuro da nossa geração. O que não pode é ter crianças que não sabem escrever o nome. A gente não está chegando em lugar nenhum. Aí nós não temos infraestrutura nas escolas, as escolas caindo aos pedaços, não tem local esportivo para fazer. Eu sou a favor de voltar com algumas escolas com tempo integral ou fazer uma parceria muito grande com o contraturno escolar, com aulas de reforço. As vilas olímpicas, que não são vilas olímpicas, nós temos aqui centros esportivos, praças, que a gente consiga tirar essas crianças da rua realmente, e eu fiz isso enquanto eu era o presidente da Fundação Municipal de Esporte. Eu peguei a Fundação Municipal de Esporte, atendendo 1.200 crianças, e entreguei atendendo 21 mil crianças. Quantas entrevistas nós tivemos aqui e tivemos juntos aqui, e fazendo contraturno escolar. A gente incentivou a criança a estar estudando num período e estar fazendo esporte no outro período. E não era só esporte, às vezes era música, às vezes era dança, às vezes era teatro, balé, enfim, tinham várias atividades. E algumas vilas olímpicas ainda, que são centros esportivos, deixando claro que não é vila olímpica, que foi acostumada a falar, que a gente tem um projeto até para construir uma vila olímpica, uma vila olímpica de verdade. Realmente a gente conseguiu tirar muita gente da rua”.
Transporte — “Campos é enorme. Então, a gente tem um plano para o Transporte, a gente conversou com alguns técnicos, inclusive o pessoal do Rio de Janeiro. Demos um mapa para Campos. A nossa ideia é fazer 14 terminais. Catorze, não são três. Catorze terminais. Um em cada distrito. Lógico que com proporções e tamanhos diferentes para cada terminal. E dentro de cada distrito, linhas circulares. Não é um bicho de sete cabeças. Agora falta gestão. Dentro de cada, é lógico que um terminal, por exemplo, em Morro do Coco, não vai ser o mesmo terminal da Roberto Silveira, que tem que reformar aquilo tudo. Então eu penso em um terminal grande no Centro da cidade, realmente bem feito, que possa ser a Roberto Silveira totalmente reformada, e a gente está analisando qual o melhor lugar. E dentro de cada terminal desse, linhas circulares com vans e com micro-ônibus para não atrapalhar a circulação dos carros, não atrapalhar o trânsito da cidade. Não é um bicho de sete cabeças, dá para fazer. Agora realmente está faltando gestão no atual governo de pegar e resolver, porque foi uma das promessas do governo Wladimir lá atrás, que ia solucionar, ia passar um trator em cima do terminal ali que vinha da Baixada, que não sei o que lá, e piorou. Não estou falando que o outro governo foi bom não, foi péssimo também. Hora nenhuma eu estou defendendo o governo passado não, que foi realmente ruim”.
“Wladimir vai quebrar a cidade” — “Isso aqui é uma coisa muito séria que eu vou falar. E eu vou apostar que vai acontecer com Campos nos próximos dois anos. Aí tem dados sérios aqui, dados muito sérios. Wladimir vai quebrar a cidade, eu tenho como provar isso, eu tenho os dados. Ele vai quebrar a cidade, ele vai vir, em dois anos ele sai, ele sai, vai sair de Campos, vai vir como deputado federal, ou vice-governador, ou senador, sei lá o que for. Vai entregar uma Prefeitura quebrada, para o novo prefeito, aí vai ser aquela velha história, vai ser o vilão da história de novo, e aí vem Rosinha depois. É isso aí que nós estamos vivendo. Não é possível que vocês não consigam entender que nós estamos sendo feitos de bobo na mão dessa família”.
Passagens — “De graça eu acho difícil, mas eu acho que teria que ter uma passagem com preço único, que seja R$ 1, que seja R$ 1,50, que você consiga sair de Morro do Coco até Farol de São Tomé com uma passagem nesses terminais. É o que Macaé faz. Eu estou copiando de uma cidade aqui do lado que deu certo. São terminais bons, com uma infraestrutura, com dignidade para as pessoas, com banheiro, com lanchonete. Você vai no Shopping Estrada, se chover, você esquece. A gente tem nossos locais onde a população precisa, tanto Shopping Estrada quanto a Roberto Silveira. Desculpa o termo, está nojento, está feio, está horrível. Aquilo não é um terminal digno da população de Campos, pois, com a cidade rica dessa. Então a gente tem que botar terminais arrumados, com banheiros acessíveis, que a gente consiga ir de um ponto ao outro. E asseados, exatamente, com limpeza. E hoje você consegue fazer alguma coisa, inclusive existe, a gente sabe que existem vândalos, mas você consegue hoje, tem aparelhos lá que dão para fazer só a limpeza, aí tem que fazer a limpeza realmente. Então seria uma passagem única para você chegar de um terminal a outro independente se você tiver que parar em dois, três terminais. E aí dentro de cada terminal, de cada distrito desse, linhas circulares que, de repente, ou seria uma segunda passagem, de repente pagaria R$ 1,00 nesse e R$ 0,50. Estou dando um chutômetro aqui de valor, mas eu acredito que hoje Campos conseguiria uma passagem de R$ 1,50, R$ 1,00 para você ir de ponta a ponta da cidade, se você quiser, e R$ 0,50 para você usar essas linhas circulares sem pagar. Então, eu acredito que sim. É o que a gente está estudando”.
Segurança — “A Segurança envolve muita coisa, ordem pública, trânsito, envolve uma série de questões que vocês sabem da minha briga. Por exemplo, na Pelinca, tentando defender aquela baderna, que as pessoas não conseguem morar ali. Isso tem a ver com segurança, tem a ver com ordem pública e a falta de organização da Prefeitura. Mas, primeiro, é a valorização do nosso guarda municipal. Tem que valorizar e eles reclamam muito, muito que não são valorizados, que não tem aumento, que não tem condições de trabalho. Enfim, então tem que ter uma valorização tanto de infraestrutura deles quanto até do reajuste salarial deles. Como a gente falou dos professores também, então precisa realmente, nós estamos falando de anos e anos e anos sem reajuste. Primeiro, é ser parceiro da Polícia Militar. Eu acho que a gente tem que ser mais parceiro. A Prefeitura tem que fazer uma reunião mensal com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, com a Polícia Federal, e ver como que a cidade pode ser parceira de verdade deles. A respeito da Guarda, a valorização da infraestrutura e valorização deles como funcionários públicos. A respeito do armamento deles, eu não sou contra, mas de uma forma muito rígida, no qual haja um treinamento. Não sou a favor do armamento de toda a Guarda Municipal, mas de uma tropa de elite organizada, treinada, psicologicamente, que passe por cursos no Rio de Janeiro, que realmente tenha condições psicológicas de serem usadas. Eu sou a favor, a gente precisa de mais segurança, tem que ser preparado”.
Revitalização do Centro — “Está no nosso plano de governo para revitalizar o Centro, sim, de Campos, e existe uma série de fatores que a gente vai ter que fazer para poder isso voltar. Tanto que, nós falamos aqui há pouco tempo sobre o Transporte, que é uma das principais causas do Centro ter chegado onde chegou, de ser o principal terminal de Campos, o terminal principal dessas linhas interurbanas, ser realmente perto do Centro, ao redor do Centro, mas que ali seja um local que a pessoa desça e possa voltar a circular dentro do Centro da cidade. Então, o transporte público seria uma das primeiras coisas que nós faríamos realmente para colocar a volta da circulação. Tem um projeto muito bacana que o Vitor Aquino fez, inclusive eu postei esses dias atrás, que é transformar o Paraíba. Nós somos uma das poucas cidades que a gente foi construir de costas para o Paraíba. Nós temos um lugar lindo que é o Paraíba, e nós não temos praticamente nada voltado para o Paraíba. Hotéis e restaurantes. Imagina a gente sentar, tomar um chopp, ver o pôr do sol na beira do rio Paraíba, transformar aquilo com música ao vivo, à tarde, a linha ao redor do Cais da Lapa. Nesse projeto nosso, tem um projeto lá da Orla do Paraíba, a gente botou só a área aqui do Centro, mas o projeto da orla é ao redor da orla toda, com pista de caminhada, para gente trazer o esporte para dentro e a qualidade de vida”.
Repovoar o Centro — “Hoje tem centenas de prédios alugados da Prefeitura. Trazer uma parte do centro administrativo para dentro da cidade, com aluguéis muito mais baratos que estão pagando antes. Tem prédios históricos, né? E a gente realmente trazer, usar, revitalizar. Eu faço parte lá da diretoria lá da preservação da memória de Ao Livro Verde. Fui lá em Brasília para a gente brigar sobre o Solar dos Airizes, o Solar da Baronesa. Enfim, é realmente a gente trazer de volta a vida para o Centro da cidade, o comércio vai vir naturalmente. Outra coisa, usar os prédios hoje para habitação no Centro da cidade com menor vaga, tem alguns lugares que não dá para ter vaga ali. Então, passa a ser um valor agregado mais baixo, tanto de aluguel quanto de compra. Então, se a gente transformar o Centro da cidade num lugar habitacional, trazer uma parte do centro administrativo, transformar a orla num lugar turístico, bacana, que você tem orgulho. E realmente fomentar com parcerias e, às vezes, com incentivo. É lógico que tem que ser justo por locais, tem que dever ao Plano Diretor. Não adianta. Pós-pandemia, Wladimir veio e cobrou cinco anos retroativo de IPTU. Ele acabou de destruir o comércio de Campos logo pós-pandemia. Então a gente tem que ser parceiro do comércio, a gente tem que ajudar o comércio, não destruir o que já estava destruído. Lojas antiquíssimas, padarias antiquíssimas, o comércio foi para o beleléu, mendigos na rua, crack, uso de drogas e a gente não vê nada sendo feito. Temos que transformar o Centro num lugar atrativo, realmente, para gente trazer a gastronomia, trazer a hotelaria. Eu entrei com o projeto, já solicitei duas vezes, acho que é por causa da eleição, ainda não consegui ter. A solicitação nasce no Rio de Janeiro para canalizar o gás no Centro da cidade, para poder ter habitação, para poder ter restaurante. Tudo isso não é varinha de condão. Hoje a Prefeitura sustenta as pessoas, a Prefeitura ela tem que fomentar o desenvolvimento econômico, é isso que está sendo errado em Campos. Se a Prefeitura for parceira do Centro da cidade e do comércio, ele vai se desenvolver por conta própria”.
Agropecuária — “Eu vejo o agronegócio de Campos como a nossa principal fonte econômica no futuro. Nós temos 4 mil quilômetros quadrados. Nós temos uma cidade que é planície e irrigada. Repara aí, eu estou passando aqui vários canais que estão totalmente assoreados, que a gente vai ter que fazer uma limpeza contínua desses canais, até para a irrigação nossa, que é um problema hoje no campo. Não sou contra a cana-de-açúcar, lógico que eu sou a favor. Mas Campos tem um potencial gigantesco de produzir centenas de outros produtos. Vou dar um exemplo aqui, como o absurdo dos absurdos que acontece hoje em Campos. Hoje nós temos 255 escolas e cerca de 70 mil alunos na escola municipal. Existe uma cooperativa que entrega café da manhã, almoço, lanche e janta para eles. Essa cooperativa sabe de onde que é? Do Espírito Santo. Nem isso nós conseguimos fazer. Por que não uma cooperativa de Campos, que incentiva o pequeno produtor rural para que a gente produza, pelo menos para nos autossustentar”.
Desenvolvimento — “Eu tenho um projeto de pegar o Palácio da Cultura, que virou um mausoléu, e transformar em secretaria de Desenvolvimento Econômico Startups. Para quê? Para a gente pegar, e nessa questão da regulação fundiária, nessa questão de alguém abrir uma empresa, dali mesmo você vai no banco, na Caixa Econômica, no Banco Brasil pagou. Isso transforma numa cadeia. Por que não virar para o Porto do Açu e falar o que a gente pode trazer para cá, por exemplo? Tem um amigo nosso que está produzindo soja e milho e vai começar a exportar pelo Porto, individualmente, sem apoio da Prefeitura. Então, a gente tem condição de haver uma potência no nosso agronegócio e isso também vai ajudar o êxodo rural. As pessoas que têm oportunidade de emprego na área rural, elas não vão vir para o Centro da cidade procurando emprego, aí não acham emprego, vai fazer o quê? Vai morar na rua e vai comer no restaurante popular. Então, se a gente incentivar, através de regulação fundiária, dar o título de terras para as pessoas, fazer parceria com o Porto do Açu ou com grandes indústrias que vão vir para cá, através de incentivo fiscal, e a gente produzir para o nosso próprio consumo, aí eu sou a favor. Agora não vem vender o peixe para gente com essas mentiras. Eu não sou contra o Ceasa, sou a favor do Ceasa. Mas para que vai fazer o Ceasa se você não produz nada? A gente vai trazer o Ceasa pra cá agora pra trazer produto do Espírito Santo? São Francisco dá um banho na gente no agronegócio. Então o nosso agro não tem incentivo algum do município. O que que é isso? Menos burocracia, facilidade na questão da titularização da terra e parcerias com a Prefeitura através do fornecimento do alimento pescado aqui ou produzido aqui para a própria Prefeitura ou para a região”.
Royalties — “Campos ficou acostumada com os royalties. É igual uma criança mimada, no qual recebe uma participação especial. Recebe os royalties e, com esse dinheiro, ao invés de a gente investir no agro, investir nas indústrias, investir no comércio, ela inchou a máquina. O certo seria pegar esse dinheiro dos royalties, que nós ganhamos, e ganhamos muito, nós estamos falando de 40 bilhões, 50 bilhões, eu nem parei para fazer conta, só nesse governo agora foi mais de 12 bilhões, pegar esse dinheiro e investir na autoindependência, porque o royalty é finito”.
Geração de emprego — “A gente vive numa cidade refém da Prefeitura. É isso que eu estou batendo, é isso que eu estou falando. Nós precisamos de geração de emprego, a gente precisa investir no agro, trazer indústria, revitalizar a Codin, fazer um polo industrial na Baixada, ligar no Porto do Açu. Isso dá para fazer. Presidente Kennedy está aqui do lado, Cachoeiro de Itapemirim está aqui do lado. Macaé está aqui do lado. Rio das Ostras está aqui do lado com a ZEN. Dá para fazer, se alguém quiser. Só que isso aí é aquilo que eu falei, vai acabar com o voto de cabresto, porque a gente vai dar dignidade para população, vai dar emprego para população. Sabe em quem ela vai votar? Ela vai votar em quem ela bem entender. Mas aí vai votar em quem for um bom governante para poder se perpetuar no poder por competência, não pelo voto de cabresto. Hoje a gente vai fazer uma eleição na rua, e eu estou fazendo eleição, é feio demais ver a população de Campos perguntando quanto que vai ganhar isso, quanto que vai ganhar. Acostumamos uma cidade refém da Prefeitura e a refém de uma política suja, velha, retrógrada”.
“Eu não sou Rafael Diniz” — “Está tudo errado se a população não enxergar que a gente precisa. E aí, sabe o que eu escuto muito? Vou até falar aqui logo, que é bom que a gente está aproveitando. ‘Ah, mas a gente deu a chance lá para Rafael Diniz’. Eu não sou o Rafael Diniz, gente. Rafael Diniz é ele. Eu sou o Raphael Thuin. E quem não soube administrar a cidade, se perdeu. Misturou amizade com a administração. Se perdeu. E é neto de Zezé Barbosa que faz parte dessas oligarquias familiares que estão se perpetuando no poder. Campos precisa de sangue novo. Pessoa que pense no desenvolvimento econômico. Pessoa que pense realmente numa Campos além da Prefeitura”.
Turismo — “Tem Lagoa de Cima, tem o próprio Farol de São Tomé, tem o Imbé, onde nosso amigo Tubarão descobriu agora mais quatro cachoeiras lá no Mocotó. Agora para isso você tem que ajeitar as estradas. O turismo em Campos não precisa botar dinheiro, só precisa ajeitar as estradas e as pontes. Foi feita essa licitação aí, que foi uma fortuna, R$ 43 milhões para 34 pontes, não foi feito ponte nenhuma. Quando chove lá em Mocotó, no Imbé, o pessoal fica preso lá. Campos tem um potencial turístico tanto cultural como histórico e como de belezas naturais. E isso aí, 90%, se você ajeitar a estrada e der segurança, né, que é a obrigação ali, ordem pública, o turismo vem por conta própria. ”.
“Wladimir é um palhaço” — “A gente está vivendo um circo, no qual o Campos não se desenvolve. Pelo amor de Deus, a gente tem que acordar e abrir o olho. Isso aqui não é um circo, nós não somos palhaços. A gente precisa de uma cidade séria, de um prefeito sério que queira desenvolver Campos economicamente. Não é um prefeito sério. Eu acho ele (Wladimir), com todo o respeito, um palhaço fazendo palhaçada o tempo todo”.
RPAs — “Outro dado muito importante, foi assinado aquela confusão do TAC, Termo de Ajuste de Conduta, no qual Wladimir, vou falar uma coisa séria que vai dar uma repercussão danada isso aqui, Wladimir assinou um contrato com o Tribunal de Conta do Estado para acabar com os RPAs. Wladimir está assinado no TAC, com o Tribunal de Conta do Estado do Rio de Janeiro, que a partir de dezembro não tem mais RPA. E isso ele não te fala. E quem fez isso foi Wladimir Garotinho. ‘Ah, vai contratar de novo, que não sei o que’. Será que ele vai contratar? Então as pessoas que estão recebendo RPA, Garotinho acabou com o contrato de vocês a partir de dezembro. E isso é um TAC. Então, olha só a realidade de Campos. Dívida de precatória, R$ 171 milhões. Dívida consolidada, R$ 308 milhões. Mais R$ 540 milhões de empréstimo para comprar ônibus. Wladimir acabou de endividar, Campos, em 2024 para 2025, em R$ 1 bilhão. O que nós estamos falando é muito sério. Por isso que eu falo que ele está enganando todo mundo”.
Futuro — “É através dos nossos jovens que a gente vai mudar o nosso futuro. Se a gente ensinar para eles de onde que nós viemos, a história dos índios goitacás, do presidente da República Nilo Peçanha, da nossa cultura, como Campos foi rica, primeira cidade a ter luz elétrica, ensina os nossos jovens e vai vir uma geração. Isso é um paralelo. Você investe na Educação de verdade. E, ao mesmo tempo, vai trazendo as empresas, quando esses dois se encontrarem, meus cálculos demoram de 8 a 12 anos para isso aqui se bater. Quando isso aqui se encontrar, Campos vai deslanchar por conta própria”.

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