Paes cumpre palavra e exonera Calero para voltar à Câmara no lugar de Caio
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), cumpriu sua palavra e exonerou Marcelo Calero da secretaria de Cultura, para que ele retorne à Câmara Federal no lugar do deputado Caio Vianna, terceiro suplente do partido. Paes declarou que Caio "volta definitivamente para Campos" ao blog Caminhos, hospedado na Folha 1, no último sábado (30), após postagem do filho do ex-prefeito Arnaldo Vianna, em conjunto com o prefeito Wladimir Garotinho, que fala da parceria política entre os dois. À Folha, Caio disse que decisão de Paes foi uma "imposição" do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar.
A exoneração de Marcelo Calero foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (1º). Na mesma edição, Paes designou a subsecretária executiva da Cultura, Mariana Ribas, para responder provisoriamente pela pasta.
Já Caio Vianna aproveitou a segunda-feira para acompanhar Wladimir Garotinho em inaugurações na praia de Farol de São Tomé, com direito a almoço regado a costela com aipim. Caio declarou que lamenta a decisão de Paes, vista por ele como uma "imposição" de Bacellar. "O Eduardo Paes é um amigo, pelo menos é assim que eu via a nossa relação. Acho que ele vai se arrepender, e muito, da forma como conduziu com um amigo e aliado para tentar uma aliança que em algum momento vai dar problema pra ele. Lamento a decisão do prefeito Eduardo Paes de atender uma imposição do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, para tirar o meu mandato de deputado federal. Ele estava sendo avisado de todos os passos e deu aval para avançar nessa direção, mas depois foi pressionado pelo apoio do União Brasil na capital a me tirar da presidência do partido e também do mandato", afirmou.
Vianna também fez um balanço de sua trajetória na Câmara Federal. "Não fico triste de perder o mandato por mim, nunca fui apegado a cargo algum, se fosse, aceitaria a imposição feita, mas fico muito triste porque essa covardia foi feita com Campos. Que perde o único representante em Brasília e o deputado federal mais votado da cidade. Estávamos fazendo um trabalho lindo com nove projetos de leis apresentados, três projetos relatados e estava com mais dois em fase final de apresentação do relatório. Fui o deputado mais atuante na CPI das pirâmides financeiras que culminou com a prisão de vários criminosos que lesaram milhares de brasileiros. Destinei R$ 5 milhões em investimentos para Campos em diversas áreas e isso tudo com menos de um ano de mandato e sendo suplente, sem autonomia completa do mandato. Saio de cabeça erguida e com sensação de dever mais do que cumprido, principalmente, pois nunca vou aceitar colocar os meus sonhos pessoais na frente do que enxergo ser o melhor para a minha cidade", disse.
Também foi feito contato com a Câmara dos Deputados, para saber se a mudança entre Calero e Vianna já foi efetivada no legislativo federal, e aguarda resposta.
Caio ocupou a terceira suplência do PSD após obter 36.785 votos. Ele assumiu como deputado federal pela primeira vez há 11 meses, após articulações do próprio Eduardo Paes. Vianna ocupou o lugar de Daniel Soranz (PSD), que é o secretário de Saúde do Rio de Janeiro. Calero é o primeiro suplente do partido e não assumiu o cargo de deputado, com a saída de Soranz, pois não deixou a pasta da Cultura. O segundo suplente do PSD é Renan Ferreirinha, atual secretário municipal de Educação do Rio.
Na noite de sexta-feira (29), Eduardo Paes chegou a declarar nas redes sociais que "o PSD em Campos estará ao lado da candidatura do União em Campos", no caso a delegada Madeleine Dykeman, nome lançado por Rodrigo Bacellar. Ao blog Caminhos, o prefeito do Rio declarou: "Na segunda o Caio volta definitivamente para Campos", confirmando a saída dele da Câmara Federal, onde será substituído, segundo o prefeito do Rio, por outro suplente, Marcelo Calero (PSD), que está titular da secretaria municipal de Cultura de Paes. "O Calero assume o mandato, Caio volta a ser suplente. Não assume mais", completou o líder do PSD, que já providenciava a substituição de Caio por Bruno Vianna na presidência do diretório municipal do partido em Campos.