Ato de combate à violência contra a mulher é realizado no Centro de Campos
Yasmim Lima 25/11/2024 19:11 - Atualizado em 25/11/2024 19:16
Evento aconteceu no Calçadão de Campos
Evento aconteceu no Calçadão de Campos / Foto: Matheus Mesquita
Um ato pacífico pelo fim da violência contra a mulher foi realizado na tarde desta segunda-feira (25), no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, no Centro (Calçadão) de Campos. O evento, realizado pela Subsecretaria de Políticas para Mulheres, faz parte do Campos Laranja, em prol do Dia Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres e Meninas. Além disso, policiais da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), também estiveram no evento. Familiares da Eliana Tavares, que morreu no dia 28 de outubro deste ano, atropelada pelo próprio filho, também estiveram no local.
No Centro foi montado uma tenda com um varal com nomes das mulheres que foram vítimas de feminicídio em 2023 e 2024 em Campos e os sapatos para representar as mulheres. Além disso, de faixas com dados de casos de feminicídio no Brasil. De janeiro a novembro deste ano foram registrados 1.100 casos.
A subsecretária de Políticas para as Mulheres, Josiane Viana, destaca que a violência contra mulher não é um evento apenas da secretaria, mas de todos. Ainda segundo ela, o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo.
“Nós escolhemos o dia Internacional de Combate e Enfrentamento à Violência contra Mulheres e Meninas para fazer esse ato pacífico.Hoje, temos várias instituições, isso é um grande ponto positivo da gente não fazer ações isoladas, mas, sim, todas as instituições unidas, mostrando que há, de fato, a violência e que o combate não é um problema só da Subsecretaria da Mulher e do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, mas de toda a sociedade civil, instituições e associações. Essa ação foi muito positiva. Colocamos um varal com o nome das vítimas do feminicídio de 2023 e 2024 no nosso município. Também temos um varal de justiça, falando que foram 1.100 feminicídios esse ano no nosso país. Infelizmente, nosso país é o quinto país que mais mata mulheres no mundo todo. Para a gente poder dar informação a gente se baseou também no programa nacional de feminicídio zero, porque para feminicídio a gente não aceita nenhum tipo de estatística, a não ser 0%”, contou Josiane.

A professora e integrante do Conselho Municipal e Estadual de Educação, Odisséia Carvalho, ressaltou que viver sem violência é um direito de toda mulher. Ela ressalta ainda a necessidade de melhorar o atendimento da Deam.
“Hoje, é considerado o dia internacional de combate da violência doméstica contra as mulheres. E o Governo Federal, através do Ministério das Mulheres, lançou essa grande campanha do feminicídio zero, viver sem violência é um direito. E nós, devido ao alto índice de feminicídio no município, o mais gritante foi o caso da Eliana, assassinada pelo filho. Tivemos o caso da Letícia também, que foi assassinado pelo próprio companheiro, ela e o filho. Então, são casos assim que a gente não tem como aceitar isso. Hoje, foi um ato de indignação e denúncia, e que a gente tem a certeza que precisa melhorar o atendimento da DEAM, tem poucas pessoas para trabalhar e, além disso, precisa ter um melhor preparo dessas pessoas para o acolhimento dessas mulheres, além do horário, muitas das vezes, você chega de manhã e só é atendida à noite. Então, hoje não tem direita, não tem esquerda, não tem partido político, não tem cor, raça ou religião. Todas nós estamos juntas contra a violência doméstica, a favor do feminicídio zero”, destacou Odisséia.
O evento foi realizado em parceria do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) Mercedes Baptista, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) e o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe).
Canais de denúncia — As denúncias podem ser feitas através do Disque 100, serviço de atendimento telefônico gratuito, sigiloso e que funciona 24 horas, todos os dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados, além dos conselhos tutelares divididos por territórios, onde devem ser feitas denúncias de violação de direito das crianças e adolescentes.

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