Desde o final de outubro, quem passa pela BR 356 frequentemente percebeu a retirada de todos os radares da BR 356 de Campos a São João da Barra; a rodovia tem fluxo intenso de caminhões e ônibus em direção ao Porto do Açu. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) explicou, através de nota, que está passando por uma transição contratual relacionada à instalação e operação dos medidores eletrônicos de velocidade no Estado do Rio de Janeiro.

Segundo o Departamento, a previsão é de que até final de novembro aconteça o início da operação dos reguladores. Porém, a situação segue incomodando motoristas, como é o caso do graduando em Engenharia Ambiental, João Victor Terra, que mora em São João da Barra e vem para Campos para as aulas da faculdade. “Sem o radar, os motoristas passam com mais velocidade (...). Eu acho que causa mais danos não ter o radar do que ter, porque sem eles, o risco de uma criança, de uma família, de um idoso ser atropelado é grande, devido a alguns locais com proximidades de maior atenção, como UPA ou escolas”, disse João.

Para Darichelle Vilaça, que mora em Barcelos e frequentemente vai para Campos pela rodovia, o radar diminuiria o risco de acidentes, até mesmo envolvendo animais. “Eu acho que o radar ajudaria muito. Principalmente à noite, às vezes a estrada está mais livre, tem menos pedestre. Então, as pessoas começam a ir mais rápido mesmo, e acaba, às vezes, aparecendo um animal, alguma situação assim, e aí é interessante radar mesmo e não semáforo. Com o radar eles teriam que reduzir a velocidade, seria meio obrigatório, então é uma boa medida de segurança”, conta.

O DNIT, responsável pela via, deixou claro através de nota que, antes que os novos equipamentos possam operar efetivamente, é preciso cumprir algumas etapas, como priorização conforme a Instrução Normativa nº 43/2021 pelo DNIT, elaboração de estudos de viabilidade, estudos técnicos pela nova empresa, além da aprovação desses estudos e instalação dos equipamentos, assim como a aferição pelo INMETRO. O Departamento também falou, especificamente sobre a BR 356/RJ.

O especialista em trânsito Renato Siqueira falou sobre a importância dos radares e de redobrar a atenção com a falta deles, além de explicar sobre a Instrução Normativa citada pelo órgão.

“Os radares são dispositivos regulamentados com vista à segurança no trânsito, em especial o rodoviário, visto o limite de velocidade ser superior. Quando por algum evento normativo ou de ordem licitatória, esses dispositivos são retirados, sem ampla comunicação, é importante redobrar a atenção (...) A Instrução Normativa DNIT 43/2021 aborda a determinação do Volume Médio Diário (VMD) na base de dados do Plano Nacional de Concessões de Rodovias (PNCT). A instrução normativa estabelece que o VMD projetado deve ser atribuído a todas as faixas de mesmo sentido”, explica o especialista, que ressaltou ainda que o VMD é o principal parâmetro considerado na classificação técnica ou de projeto das rodovias, com critério de classificação de volume de tráfego do 10º ano após a abertura da rodovia ao tráfego e valia para o fluxo viário, além da medição do tráfego.