Jornalismo é um mercado em expansão
O jornalismo é a profissão que exerce um papel social em todo o mundo. Os jornalistas são responsáveis por informar a população de assuntos diversos, do cotidiano ou áreas segmentadas. Desde o aumento do pãozinho francês até o preço do dólar, os profissionais de comunicação são os portadores de notícias tristes e felizes. Se engana quem pensa que o crescimento tecnológico e das redes sociais seja empecilho para os profissionais da área. Segundo a coordenadora do curso de Jornalismo do Centro Universitário Fluminense (Uniflu), Simone Barreto, o mercado tem se expandido significativamente. O começo da carreira, muitas vezes, é o estágio: seja assessoria e mídias sociais ou nos veículos tradicionais, como o Grupo Folha, porta de entrada para vários profissionais de projeção no cenário nacional.
Simone, que também já passou pela Folha e hoje faz parte do grupo docente da Uniflu, conta que muitos universitários do curso de Jornalismo iniciam o estágio no terceiro período, apesar de a obrigatoriedade ser apenas a partir do sexto. Isso ocorre, segundo ela, devido à ampla oferta de vagas na região.
— Essas oportunidades incluem os meios de comunicação, sites, TVs, revistas, rádios, empresas privadas de grande porte, como as do Porto do Açu, e instituições públicas, como as secretarias de comunicação de Campos, São João da Barra, São Fidélis, Macaé e Quissamã — conta, acrescentando que há também oportunidades em instituições não governamentais e projetos vinculados a instituições de ensino, como a Universidade Federal do Norte Fluminense (Uenf), por exemplo.
No Grupo Folha, que conta com jornal impresso (Folha da Manhã) e on-line (Folha1/G1 Norte Fluminense), rádio (Folha FM 98,3 e FM O Dia/Macaé) e TV (Inter TV e Plena TV), as oportunidades são recorrentes. Fernanda Fernandes, de 27 anos, que cursa o 4º período de Jornalismo na Uniflu, iniciou o estágio recentemente na Folha FM. Apesar de destacar as múltiplas áreas de atuação do jornalista, ela não esconde que o estúdio é uma realização pessoal. “Desde nova, eu sempre gostei de brincar de radialista, até na escola. Então, estar hoje em dia fazendo um estágio em uma rádio, vendo como ela funciona, como é o processo, é muito gratificante”.
Matheus Mesquita, de 20 anos, também está cursando o 4º período e iniciou o estágio no Grupo Folha, mas na redação do jornal, vivenciando o dia a dia do percursor do grupo, a produção do jornal impresso. Para o futuro, acredita que, apesar da concorrência, não faltarão oportunidades para profissionais capacitados, que tenham uma rede de conhecimento e também experiência na área. “O estágio no jornal é algo que irá contribuir muito para mim futuramente. Quero me tornar um grande repórter de campo e, como outras possibilidades no jornalismo, penso em trabalhar no rádio”, contou Matheus, mostrando que o rádio ainda é um grande sonho de mercado para os futuros jornalistas.
A obrigatoriedade do diploma para o jornalista foi abolida em 2009 pelo Supremo Tribunal Federal. Simone Barreto relata que, desde então, a procura pela formação acadêmica caiu. No entanto, concursos públicos continuaram com a exigência e há uma tendência de mudança no setor privado, o que mostra a importância da graduação.
Perfil de empreendedor com avanço tecnológico
O perfil de quem quer iniciar a carreira de jornalista também está mudando. Seja pela questão do perfil empreendedor ou pelas facilidades oferecidas pelo avanço tecnológico para o trabalho a distância. A coordenadora do curso de Jornalismo do Uniflu acredita que esse processo foi potencializado pela pandemia, que impulsionou um novo modelo de trabalho e extrapolou os limites geográficos.
Um exemplo é Patrick Mizrahi, de 22 anos, que está no 8º período do curso na instituição. O estágio que ele faz atualmente, de forma remota, é em um escritório jurídico de São Paulo, com foco em endomarketing. Ele conta que sua função é ajudar a fortalecer a comunicação interna e o engajamento. Antes, foi repórter em uma revista de Campos, atuando de forma presencial.
— Vejo que o mercado de trabalho é composto por um cenário dinâmico e flexível, com um amplo leque de oportunidades. Acredito que a mídia é um campo que sempre encontrará maneiras de se reinventar, especialmente diante das transformações digitais e das novas formas de consumo de informação — pontuou Patrick.
Simone Barreto comenta sobre o perfil dos estudantes de Jornalismo. “São alunos muito engajados com a comunicação, dominadores da tecnologia e interessados cada vez mais no audiovisual e em militâncias específicas, como cultura, meio ambiente, política ou tecnologia. Muitos saem da faculdade montando seus próprios negócios, como portais de notícias ou agências de produção de conteúdo”.
A força do diploma: Profissionais que estão na grande mídia
Mesmo com a facilidade da notícia e o aumento do número de perfis em redes sociais buscando um espaço como “veículo de comunicação”, o curso de Jornalismo ainda é um grande sonho para muitas pessoas. Fortalecendo esse sonho, é possível se inspirar em profissionais que começaram em Campos e hoje atuam em grandes veículos nas capitais.
Um exemplo é o jornalista Cléber Rodrigues, gaúcho, formado pela antiga Faculdade de Filosofia de Campos. Repórter da CNN Brasil, reside no Rio de Janeiro. Antes, estagiou em diferentes lugares, mas deixou sua marca na Inter TV, onde fico por 10 anos. Ele ressalta que, hoje, as redações estão mais enxutas, mas que a formação ainda é importante para o mercado.
— As redações que têm um grande nome, reconhecidas pela expertise, exigem um profissional com o diploma. Então, hoje, se tiver a intenção de ser contratado por uma grande empresa, você tem que ter o diploma — enfatizou, acrescentando que a discussão em torno da graduação, de muitas pessoas acharem que são jornalistas, propiciou um mercado paralelo.
— São muitos sites, blogs, perfis que são criados nas redes sociais nos quais as pessoas passam a postar notícia. Mas, nesse ponto, existe a diferença do jornalista profissional para um que não tem o diploma, com a preocupação em ouvir todas as partes, a seriedade que a notícia precisa — destacou Cléber.
— São muitos sites, blogs, perfis que são criados nas redes sociais nos quais as pessoas passam a postar notícia. Mas, nesse ponto, existe a diferença do jornalista profissional para um que não tem o diploma, com a preocupação em ouvir todas as partes, a seriedade que a notícia precisa — destacou Cléber.
A exemplo de Cléber, o estudante Márcio Victor Cabral, de 19 anos, que está cursando o 2º período de jornalismo na Uniflu, quer construir uma carreira sólida, buscando oportunidades nas grandes capitais. “Meu desejo é iniciar minha trajetória profissional aqui e, posteriormente, expandir minhas oportunidades para cidades maiores como Rio e São Paulo”, pontuou Márcio.