Baixa cobertura vacinal e o retorno de doenças erradicadas
Rafael Khenaifes - Atualizado em 03/08/2024 09:15
O médico infectologista Nélio Artiles explica sobre a baixa cobertura vacinal em Campos e o retorno de doenças que já estavam erradicadas no Brasil. O sarampo, hepatites, coqueluche e varicela são algumas dessas doenças. A Saúde de Campos aponta os dados e faz um alerta para que a população não deixe de vacinar. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, a cobertura vacinal está em torno 70%.
"Em relação à cobertura vacinal em Campos, não só em Campos, mas no Brasil como um todo. Infelizmente, devido a vários fatores, como entre eles, uma questão de fake news, a quantidade de pessoas influenciando negativamente a vacina. Muitos grupos anti-vacinas que foram se desenvolvendo, foram regulados, principalmente pela politização do país, pela polarização política", ressalta o médico.
A falta de vacinação pode causar várias consequências. "Um dos motivos que aumentou a vida média das pessoas foi justamente por causa da vacinação. Então, houve várias doenças que praticamente foram erradicadas e outras, infelizmente, ameaçando retornar. Por exemplo, coqueluche. É uma doença que praticamente não se via mais. Hoje, já começa a se ver em vários casos de coqueluche. O sarampo com ameaça de retornar também. E aí, também, claro, a gripe continua adoecendo e matando pessoas, principalmente idosos, pessoas com outras doenças. A Covid-19 não foi embora. A Covid continua acontecendo no percentual menor. Continua fazendo vítimas, inclusive. Então, é preciso estar muito atento em relação a isso", explica o médico.

Artiles destaca que é muito importante manter o calendário de vacinação da criança em dia.Segundo ele, essa proteção é fundamental para a criança. "A criança não tem poder de escolha. Isso é questão dos pais. Os pais precisam ter a responsabilidade de levar a criança à vacinação", analisa o médico.
Já a Prefeitura de Campos explicou queestá fazendo o máximo para ampliar a oferta de vacinas, entretanto, para aumentar a cobertura vacinal é preciso, principalmente, que pais e responsáveis levem seus filhos para serem vacinados e que também se imunizem, conforme orientação do calendário nacional e as campanhas de vacinação disponíveis no momento.
A prefeitura ainda apontou dados e disse que ações são feitas para fortalecer a cobertura vacinal. "O município é o único da região que mantém a vacinação todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados. No Centro Municipal de Imunização e Clínica da Criança a aplicação das vacinas acontece das 8h até às 20h. Nas demais salas, que funcionam de segunda a sexta, são das 8h30 às 16h.
Também são realizadas ações itinerantes de vacinação, como a Atividade de Vacinação de Alta Qualidade (AVAQ) e a Força-tarefa de Multivacinação, que visam levar as vacinas para as localidades mais distantes e onde não há salas de vacinação, respectivamente. Nesta quinta-feira, o município iniciou também a pesquisa Monitoramento das Estratégias de Vacinação (MEV) para poliomielite e sarampo. A baixa cobertura vacinal potencializa o risco de doenças já erradicadas voltarem a circular no país", informou.(R.K)
Campos: Cobertura vacinal está em torno 70%, de acordo com os exemplos

Recém-nascido:

BCG – 62,42% e Hepatite B – 73,27%

Menores de 1 ano:

Hepatite B – 61,22%

DTP – 61,16%

Febre Amarela – 36,19%

VIP – 60,59%

Pneumo 10 – 60,65%

Meningo C – 56,45%

Penta (DTP/HepB/HIB) – 61,16%

Rotavírus – 59,59%

1 ano de idade:

Hepatite A – 54,00%

DTP (1º Reforço) – 53,89%

Tríplice Viral (1ª Dose) – 63,88%

Tríplice Viral (2ª Dose) – 49,49%

Pneumo 10 (1º Reforço) – 60,79%

VOP – 55,74%

Varicela – 28,04%

Meningo C (1º Reforço) – 62,08%

Adulto:

Dtpa – 43,09%

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