Homem é inocentado após passar 9 anos preso por um crime que não cometeu
Yasmim Lima - Atualizado em 30/07/2024 19:31
Everton Rodrigues e o advogado Patrick Benedito
Everton Rodrigues e o advogado Patrick Benedito / Foto: Reprodução
Everton Rodrigues da Silva, de 30 anos, foi inocentado após passar nove anos preso por um crime que não cometeu. Ele foi condenado a 20 anos de reclusão por um crime de latrocínio que ocorreu em 2014, na praia de Farol de São Thomé, em Campos. Everton foi soltou em 2024, após ser inocentado em revisão criminal que apontou irregularidades nas provas apresentadas contra ele. A decisão, proferida pelo 3º Grupo de Câmaras Criminais do TJ-RJ, contou com a maioria dos votos e foi relatada pelo Desembargador Marcelo Castro Anátocles da Silva Ferreira.
De acordo com o advogado de defesa, Patrick Benedito, à época, duas testemunhas teriam afirmado que tinham visto Everton na cena do crime. Ele ainda aponta que Everton foi preso injustamente já que haviam fragilidades apresentadas nas provas. Everton foi preso em flagrante, três dias após o crime.
“O fato aconteceu em Farol, na época, em 2014. O crime de um latrocínio, um roubo qualificado pela morte. No ano do crime, duas testemunhas informaram que tinha visto o Everton na cena do crime. Em sede policial, os dois, que eram menores de idade, contaram que viram um homem que teria cavanhaque e barba. Mas Everton nem no local estava”, lembrou o advogado.
Patrick ainda apontou que desde que assumiu o caso constatou irregularidades no processo. "De acordo com os autos de prisão, Everton foi preso em flagrante, porém ele só foi detido três dias depois. Além disso, à época, as testemunhas eram dois menores e prestaram depoimento em sede policial, mas sem a presença de representantes legais. Anos depois, os meninos maiores foram presos e ficaram no mesmo pavilhão que o Everton. Após ser reconhecidos, eles resolveram contar a verdade e revelou em depoimento que à época foram forçados a contar que o executor era o Everton", destacou Patrick.
De acordo com o processo de revisão criminal do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, Everton havia sido condenado inicialmente a 22 anos de reclusão pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Campos dos Goytacazes. Em recurso, a pena foi reduzida para 20 anos. Uma das testemunhas revelou ter sido pressionada pelo pai da vítima a apontar Everton como autor do crime, apesar de não ter certeza sobre sua participação. Outra testemunha, sendo o primo da vítima, também apresentou contradições, o que enfraqueceu a acusação.
Ainda segundo o documento, as testemunhas admitiram que foram influenciadas por pressões externas e não correspondia à verdade dos fatos. Eles identificaram outras pessoas, conhecidas pelos apelidos Lequinho e Tequinho, como os verdadeiros autores do crime.

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