Instituto Estadual do Cérebro realiza pesquisa pioneira para combate ao câncer
22/07/2024 20:27 - Atualizado em 22/07/2024 20:27
04/06/2024 - Instituto Estadual do Cérebro. Foto Marcelo Regua
04/06/2024 - Instituto Estadual do Cérebro. Foto Marcelo Regua / MARCELO REGUA
O Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) - única unidade pública especializada em neurocirurgia do Brasil - está realizando pesquisa pioneira que reproduz células vivas de tumor cerebral, em busca de um caminho mais eficaz para o combate ao câncer. O estudo inovador no Brasil é liderado por cientistas do Instituto do Rio de Janeiro, em parceria com pesquisadores da Universidade de Paris VI, na França. A pesquisa é incentivada pelo Governo do Estado, que investiu cerca de R$ 20 milhões na ampliação da unidade. Somente este ano, o hospital realizou 10 mil atendimentos a pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS).

— O Instituto Estadual do Cérebro é referência nacional. É um orgulho ter na nossa rede um hospital que atende com excelência a população e ainda se dedica à pesquisa científica. Isso é fruto do investimento do Governo do Estado. Com a construção das enfermarias no prédio anexo, no ano passado, a unidade dobrou a quantidade de pacientes atendidos. São vidas que estão sendo salvas. Nossas pesquisas deixam um legado para a ciência, extrapolando as barreiras do estado, tendo destaque internacional — declarou o governador Cláudio Castro.

Na pesquisa, é realizada a retirada de uma pequena parte do câncer (glioblastoma), um tipo bastante agressivo e responsável por boa parte das mortes por esse tipo de doença. Um processo de cultura, em estufa sob agitação, leva à clonagem do tumor vivo – exatamente igual ao que estava no paciente. A técnica facilita a análise de cada parte da célula cancerígena, permitindo que se avalie a melhor maneira de combater a doença.

O diretor-científico do IEC e doutor em neurobiologia, Vivaldo Neto, explica que estudar cada célula do tumor maligno - além de o conjunto de células e moléculas que são recrutadas ou liberadas pelas células tumorais - dará agilidade para a cura do câncer. Os testes de reprodução já começaram a ser realizados em cobaias.
— Conseguimos separar as células que queremos trabalhar. Tratando a célula de maneira isolada, podemos atacá-la e descobrir qual irá morrer, com o ataque de um vírus ou com o medicamento mais efetivo para combater o tumor — explicou Neto.

Atualmente, o IEC realiza pesquisas em diversas frentes, como a que testa o uso do vírus da Zika no combate a células de tumor. Também está em estudo a constatação da presença de microRNA em pacientes com epilepsia medicamentosa resistente.
A direção do IEC explica que o aumento no número de atendimento ocorreu após a ampliação. A unidade ganhou nova UTI pediátrica, enfermarias, ginásio de reabilitação com uma casa funcional, brinquedoteca, além de equipamentos de ponta. O encaminhamento para a unidade é feito por meio da Central Estadual de Regulação (CER).

— Depois da obra, criamos novos setores, como especialmente dedicado à oncologia, que é muito importante para a unidade. Agora estamos na fase final da obra para a instalação de um acelerador linear, aparelho utilizado no serviço de radioterapia, utilizado em diversos tratamentos. A partir de setembro, os pacientes de oncologia vão passar pela quimioterapia e radioterapia dentro do próprio hospital, acelerando o tratamento — disse o diretor-geral do IEC, André Pinto Gil.

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