Morte por chikungunya em Campos coloca autoridades de saúde em alerta
Éder Souza - Atualizado em 01/05/2024 09:31
Sede da Secretaria de Saúde de Campos
Sede da Secretaria de Saúde de Campos / César Ferreira - Secom
Depois de ter a primeira morte por dengue confirmada em 2024, de um idoso de 64 anos, Campos confirmou, nesta semana, a primeira morte por chikungunya. A vítima, também um idoso, tinha 72 anos, era morador de Tócos, na Baixada Campista, e tinha diabetes. Ele morreu no dia 23 no Hospital São José, mas a investigação do óbito foi encerrada nesta segunda-feira (29) pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS), após confirmação por meio de exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/RJ).

“O idoso foi atendido em unidade de saúde particular no dia 19, onde teve diagnóstico de chikungunya. Tendo piorado o quadro de dor abdominal em baixo ventre, ele foi atendido no Hospital São José no dia 23, mas não resistiu e morreu no mesmo dia por hipotensão e choque. Ele era diabético” explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury.

A confirmação da morte foi divulgada no novo boletim semanal de dengue e outras arboviroses. Com a nova atualização, os dados referentes ao período da 1ª até a 17ª Semana Epidemiológica de 2024, que compreende os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, contabiliza 10.012 notificações para dengue, entre confirmação laboratorial e clínico epidemiológico. Também foram registradas 416 notificações para chikungunya. Não há registro de zika.
Charbell Kury
Charbell Kury / Folha da Manhã


“Isso nos deixa bastante preocupados porque a chikungunya é uma doença, que apesar de não ter uma evolução grave como a dengue faz muitas vezes, com choque, baixa pressão, sangramento, ela traz repercussões de alta morbidade podendo evoluir para lesão cerebral, encefalite e artrite, inclusive podendo em alguns casos levar sequelas subagudas e infecção crônicas”, relatou

Charbell Kury explica também que por ser um vírus com maior capacidade para causar sequelas, diferentemente da dengue que não faz sequelas, a chikungunya precisa ser notificada. “A gente sabe que uma rua com chikungunya tem uma necessidade de cuidado da equipe do Centro de Controle de Zoonoses muito mais preocupante do que a dengue, isso porque o vírus que tem uma viremia mais longa. O mosquito tem a capacidade de transmitir o vírus por muito mais tempo”, observa.

O município está em epidemia por dengue desde o dia 1º de março, quando foi criado o Gabinete de Crise da Dengue e outras Arboviroses. Em virtude do feriado desta quarta-feira (1º), em comemoração ao Dia do Trabalhador, a reunião do Gabinete de Crise da Dengue e outras Arboviroses será realizada no dia 8 de maio, ocasião em serão debatidas as ações de enfrentamento à dengue e a chikungunya. Outro assunto a ser tratado será a vacinação contra a dengue, que o município espera receber em breve.
Preocupação do Ministério da Saúde, vacina contra a Febre Amarela está disponível em Campos para a população
Nesta semana, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para que municípios e estados comuniquem o mais breve possível os casos suspeitos de febre amarela. O alerta foi emitido após a confirmação de dois casos na região de divisa entre Minas Gerais e São Paulo. Campos, que não tem registro da doença há 17 anos, até mesmo com as notificações, sendo a última em 2022, descartadas, mantém um esquema de vacinação contra a febre amarela nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), na Secretaria de Saúde e também no Ambulatório de Viajantes, unidade criada para a imunização de quem vai viajar para países e regiões endêmicas.
Vacina contra a febre amarela
Vacina contra a febre amarela / Foto: Divulgação Secom Campos


Na Saúde, a vacina é disponibilizada de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 20h e sábados e domingos, das 8h às 17h. Também é possível fazer a vacina no Hospital São José, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h. Nas UBSs, onde a procura é menor, a vacina é aplicada por meio de agendamento direto na unidade, em virtude de o frasco ser multidose e ter tempo de 6 horas para a aplicação após ser aberto.

No Ambulatório dos Viajantes, que funciona ao lado do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), na sede da Secretaria de Saúde, de segunda a sexta-feira. Para ter acesso aos serviços ofertados pelo ambulatório, a pessoa deve agendar o atendimento por meio do telefone do CRIE, que é o (22) 98100-0404. O aconselhável é que o viajante busque atendimento com antecedência mínima de quatro semanas antes da viagem, para que o organismo produza resposta imunológica à vacina e, assim tornar a viagem mais segura possível do ponto de vista sanitário.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Ela possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes. Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti.
Com informações da Secom Campos.

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