Hoje, dia 1º de maio, completa 30 anos da morte de Ayrton Senna da Silva, ou “Ayrton Senna do Brasil”, como foi rebatizado por Galvão Bueno. Trinta anos sem um dos maiores esportistas da história do Brasil e do mundo. Trinta anos sem o nosso herói nacional.

Senna foi um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos e assim é reconhecido por grande parte de seus colegas. Conhecido por sua habilidade excepcional ao volante, no seco e, principalmente, na chuva, e sua dedicação intensa ao esporte, conquistou três campeonatos mundiais e deixou um legado duradouro não apenas no automobilismo, mas também como ícone de inspiração e determinação. Sua trágica morte em um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino em 1994 chocou o mundo e gerou mudanças significativas na segurança do esporte. Senna é lembrado não apenas por suas vitórias nas pistas, mas também por sua caridade e filantropia, deixando um impacto duradouro além do mundo das corridas.

Depois da grandiosa entrada de Emmerson Fittipaldi na Fórmula 1, em 1970, que abriu as portas para os brasileiros nesse esporte, durante quase 20 anos o Brasil viveu um sonho aos domingos de corrida. No início da década de 80, Nelson Piquet, outro gênio do automobilismo, começou a colecionar seus três títulos mundiais de Fórmula 1, mesmo número de títulos de Senna. Mas, além da genialidade ao volante, Piquet provavelmente foi o único piloto que também entendia de mecânica e contribuiu para desenvolver os carros de Fórmula 1 como conhecemos. O preaquecimento de pneus, utilizado hoje por todas as equipes, por exemplo, foi criado por Piquet. Senna e Piquet foram praticamente da mesma geração de pilotos, e os brasileiros tinham, não um, mas dois pilotos para torcer e dois pilotos que ganhavam corridas, rivalizando entre si muitas vezes, vide aquela que é considerada a maior ultrapassagem de todos os tempos, no GP da Hungria em 1986.

Sebastian Vettel, tetracampeão mundial, quando perguntado qual foi o melhor piloto brasileiro, entre Senna e Piquet, respondeu Piquet. Já o heptacampeão Lewis Hamiltom prefere Senna. Certo é que não precisamos escolher entre um e outro, são brasileiros e só nos deram alegria.

Justiça seja feita, todos os 32 pilotos brasileiros que já correram de Fórmula 1 merecem ser reconhecidos, tamanha a dificuldade para se chegar lá. Dentre esses, seis venceram corridas, Fittipaldi, José Carlos Pace, Piquet, Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa. O Brasil tem oito títulos mundiais (dois de Fittipaldi, três de Piquet e três de Senna) e três vice-campeonatos (dois de Barrichello e um de Felipe Massa), sendo que um desses pode ser convertido no nono título brasileiro, caso Massa ganhe o processo que moveu contra a FIA e a Fórmula 1 em razão da manipulação do GP de Singapura de 2008. O Brasil é terceiro país que mais tem títulos de F1, atrás apenas do Reino Unido e da Alemanha.

Depois da morte de Senna, praticamente só tivemos dois grandes êxitos esportivos com capacidade de comoção nacional, como eram as vitórias do piloto. O tetracampeonato de futebol em 1994 e o penta em 2002, que também eram recheados de ídolos, como Romário, Bebeto e Ronaldo. Resta-nos torcer para que outros gênios do esporte, ou de qualquer área, apareçam e nos deem mais alegrias.