O mês de março foi o período em que teve o maior número de casos notificados de dengue em Campos, com 2.907 notificações e 2.509 confirmados, ultrapassando fevereiro, que teve 2.129 confirmações da doença na cidade. A informação foi passada durante a 3ª Reunião do Gabinete de Crise de dengue e outras arboviroses realizada na manhã desta quarta-feira (3). O secretário de Saúde, Paulo Hirano, falou sobre a possibilidade do município apresentar uma queda no número de casos devido ao aumento significativo nos dois últimos meses.

“Apesar de estarmos ainda com um número elevado, é importante salientar que, graças a Deus, a gente já está atingindo um platô. Tivemos um pico no período de fevereiro. Em março vem caindo e teve um pequeno pico entre as três semanas anteriores. Agora, a gente já vem apresentando uma estabilidade. É uma curva ascendente. E a velocidade dessa curva está ligada diretamente ao quantitativo de casos que vão sendo identificados e tratados. Depois, a tendência dessa curva chega num platô superior e depois a tendência é de queda. Então, a gente já está atingindo esse platô superior”, explicou Hirano.

 

De janeiro até esta terça-feira (2), foram 6.530 notificações, com 5.314 confirmados. O único óbito confirmado pela doença foi o do pastor Elizeu Souza, de 64 anos. Além dele, não existe nenhuma investigação de morte, já que exames descartaram a possibilidade da dengue ter sido a causa da morte de uma bebê de 8 meses, diagnosticada com Covid-19.

Sobre o primeiro óbito registrado em Campos, Hirano ressaltou a importância dos cuidados que a população deve ter na identificação precoce da doença, principalmente se a pessoa tiver alguma comorbidade.

“Apesar de já termos atingido um nível de 6.000 casos, nós só registramos um óbito na cidade. Esse paciente ficou praticamente sintomático entre 3 e 4 dias. No dia em que ele internou no hospital, ele infelizmente já estava numa fase difícil de regressão. Com outras comorbidades, o caso acabou evoluindo para óbito naquele mesmo dia. Chamamos a atenção para a importância de identificar o mais precocemente possível a síndrome infecciosa que vai caracterizar a possibilidade do quadro de dengue. Além disso, buscar logo uma das nossas unidades. Suspeitou que tem dengue, começa a tomar líquido de forma generosa, porque as complicações advêm da desidratação do quadro da dengue”, ressaltou.

Dentre os 241 internados por dengue em unidades de saúde, estão 11 crianças. Todas com 8 anos de idade. Desde a última reunião do Gabinete de Crise, que foi realizada há duas semanas, o número de idosos com a doença teve um aumento de 163 casos, indo de 416 para 579.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, falou sobre a ordem e prioridade na vacinação contra a dengue para os jovens, mesmo Campos ainda não ter entrado na lista de municípios contemplados pelo imunizante disponível no SUS. “Abaixo de 10 anos, você tem mais casos do que internados. Então, por isso que eu discordo do Ministério de colocar vacina para adolescente. Eu sempre achei que o foco era de 4 a 9 anos, pegando o mínimo, porque é onde você vai ter dificuldade no diagnóstico. Muitas vezes a criança não vai manifestar mais claramente e também vai ter mais gravidade (...) Outro ponto preocupante é a população de idosos, que também tem uma gravidade muito grande”, disse.

Exército será treinado para atuar em conjunto com o CCZ no combate à dengue
Durante a reunião, as autoridades de saúde reforçaram que nesta sexta-feira (5) será iniciado o treinamento de todos os soldados do Exército que vão participar das ações de forma conjugada com os agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O diretor do CCZ, Carlos Morales, informou que os carros fumacê atendem os bairros com casos confirmados de dengue, e que existe um cronograma semanal dos bairros que estão sendo atendidos, disponível no portal da pasta. O fumacê específico para o combate ao mosquito Aedes aegypti conta com quatro carros para atender todo o município e estão sendo testados drones para fazer a pulverização de cima.