Suspenso desde 2017, o programa Coleta Seletiva tem feito muita falta no serviço de reciclagem em Campos, principalmente para as cooperativas de catadores da cidade. O programa chegou a contar com 18 mil pontos cadastrados em 156 bairros do município e recolhia, em média, 500 toneladas/mês de recicláveis. Atualmente, a partir da suspensão, Campos mantém cerca de 200 pontos e apenas um caminhão para a realização do serviço.

A diminuição drástica do volume de material recolhido na Coleta Seletiva trouxe impactos para as cooperativas de ex-catadores, que funcionam nas unidades de triagem de reciclados, como a Cata Sol. De acordo com a presidente Erica Borges, hoje a Coleta Seletiva é realizada apenas em condomínios, não mais em residências espalhadas pelo município, de onde vinha o maior quantitativo de material reciclável.

• 

• 

• 

Para não perder o pouco que ainda resta, a cooperativa precisou comprar um caminhão. "A dificuldade hoje em dia é bem maior. Era do residencial que vinha a maioria dos resíduos de plásticos que fomenta a nossa renda. Devido à diminuição, a cooperativa foi obrigada a pegar um empréstimo de R$ 30 mil para não fechar as portas e não perder a quantidade que foi abandonada pelo município", destacou a presidente.

Ainda de acordo com a presidente, a cooperativa mantém 500 pontos de coletas por conta própria. Com o caminhão, o recolhimento é feito em condomínios, hospitais, supermercados e pessoas físicas que são cadastradas pela cooperativa. “Vamos nestes locais e fazemos educação ambiental, mostrando o nosso trabalho através de apresentações. Nós conversamos com os responsáveis e montamos pontos de coleta, colocamos um suporte de estrutura de ferro e agendamos o dia da retirada”, explicou

O Programa Coleta Seletiva foi implementado no município em 2010, através da lei 12.305/2010 que institui a Política Municipal de Resíduos Sólidos. No mês passado, uma audiência pública foi realizada pela Prefeitura para discutir a retomada da Coleta Seletiva. Com o tema “Política Municipal de Coleta Seletiva”, o evento debateu sobre a situação das cooperativas, dos catadores de materiais recicláveis e do descarte desses resíduos na cidade. Na ocasião, a Subsecretaria de Limpeza Pública informou que vem, junto aos condomínios e entidades do setor produtivo, implementando medidas para ampliar a participação de empresas e condomínios na coleta seletiva.