Dia de Luta contra Violência contra a Mulher traz reflexões e rede de proteção
Violência cibernética tem aumento no Estado do Rio
Além de combater a violência contra a mulher no âmbito presencial, os órgãos de segurança pública possuem mais um inimigo para combater: a violência cibernética contra mulheres.
Em recente matéria publicada pela Folha da Manhã, em agosto deste ano, de acordo com dados divulgados pela Ouvidoria da Mulher do MPRJ, de 1.626 denúncias recebidas ao longo do ano, 411 estavam relacionadas à violência cibernética.
Mesmo com esse crescente no Estado, Campos não possui esse tipo de levantamento, por não existir uma delegacia especializada na área. Os casos passam pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) e pela Delegacia de Atendimento à mulher (Deam), mas, na maioria das vezes, não é possível ter uma completa ajuda, sendo encaminhados para a capital.
“Os crimes cibernéticos com autoria não identificada são remetidos para delegacia especializada na Capital, não são investigados na Deam”, explica a delegada da Deam Campos, Madeleine Dykemann. (C.B)
Comemorado nessa terça-feira (10), o Dia Nacional de Luta contra a Violência contra a Mulher tradicionalmente motiva uma maior reflexão a respeito dos números referentes ao tema. Somente em agosto deste ano, 162 mulheres foram atendidas no Centro Especializado de Atendimento à Mulher Mercedes Batista (Ceam) por conta de diferentes tipos de violência, como física e emocional. Segundo a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Campos, no ano passado foram feitos 1.545 registros de ocorrência e 847 pedidos de medida protetiva, enquanto em 2023, até 10 de outubro, já foram confeccionados 2.148 registros e 1 mil pedidos de medida protetiva. Outros dados que preocupam estão relacionados ao aumento de crimes cibernéticos. De acordo com a Ouvidoria da Mulher do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), das 1.626 denúncias recebidas até agosto em todo o estado, 411 estavam relacionadas a violência cibernética.
No que se refere a Campos, segundo o Ceam, o pico de mulheres vítimas de violência que procuraram ajuda na unidade este ano ocorreu em maio, quando houve registros de 196 casos. Até o momento, 1.082 mulheres já foram atendidas desde o início do ano (mais do que em todo o ano passado, quando houve atendimentos a 1.005 mulheres).
— É muito importante destacar as ações que são desenvolvidas em prol da causa das mulheres. Neste dia e em todos os dias do ano, nossa missão é clara e inabalável: quebrar o ciclo de violência que afeta tantas mulheres em nosso país — afirma a subsecretária municipal de Políticas para as Mulheres em Campos, Josiane Viana. — Reconhecemos que a violência de gênero é uma realidade triste, alarmante e que tem aumentado significativamente. É nosso dever nos empenhar para criar um mundo onde todas as mulheres possam viver livres de medo e opressão — complementou.
Segundo Josiane, para alcançar esse objetivo, foi implementada uma série de iniciativas. Uma delas é um grupo reflexivo para mulheres, que em breve será extensivo aos homens, “principalmente para aqueles que estão cumprindo afastamento imposto pela medida protetiva”.
Além desse trabalho, a subsecretária destacou que realiza campanhas de sensibilização, também junto às empresas e comunidades, para falar do ciclo da violência, assédio e dos equipamentos e serviços que são ofertados. "Uma das campanhas mais importantes é o Dia Laranja, que está em conformidade com a Lei Municipal 9.201 que instituiu que todo dia 25 é dia de envolver e conscientizar a sociedade como um todo para o enfrentamento à violência contra a mulher. A data foi ampliada ao calendário mensal para sempre dar visibilidade ao tema, mobilizar o compromisso e exigir condições para que mulheres e meninas possam viver uma vida livre de violência. Além disso, estamos comprometidos em fornecer apoio às vítimas de violência através do Centro Especializados de Atendimento à Mulher que sofre violência com apoios técnicos: jurídico, psicológico e social”, disse.
Campos também possui a Casa Abrigo Benta Pereira, para acolhimento das assistidas, Patrulha Maria da Penha, Deam, entre outros serviços, além de parcerias com outras instituições governamentais, organizações não governamentais e a sociedade civil.
A rede de proteção às mulheres foi ampliada com cursos de capacitação, visando a empregabilidade e independência financeira; e o selo “Empresa Amiga da Mulher”. No Porto do Açu, em São João da Barra, foram abertas vagas para mulheres por meio do programa Portodas.
Campos também possui a Casa Abrigo Benta Pereira, para acolhimento das assistidas, Patrulha Maria da Penha, Deam, entre outros serviços, além de parcerias com outras instituições governamentais, organizações não governamentais e a sociedade civil.
A rede de proteção às mulheres foi ampliada com cursos de capacitação, visando a empregabilidade e independência financeira; e o selo “Empresa Amiga da Mulher”. No Porto do Açu, em São João da Barra, foram abertas vagas para mulheres por meio do programa Portodas.
Além disso, atualmente, existe uma ação, através das redes sociais, para falar sobre um momento muito sensível e complicado. “Quando uma mulher sofre violência e precisa pedir ajuda de forma silenciosa, basta mostrar um X vermelho na palma da mão em farmácias e estabelecimentos. Estamos divulgando para que toda sociedade também coopere e denuncie pelos números do Ceam, através do (22) 98175.0180, pelo 180 ou pelo 190”, enfatizou.
A Folha buscou informações junto a Patrulha Maria da Penha que atua em Campos, e aguarda a resposta. Também pediu informações sobre o Dossiê Mulher 2023, mas segundo o Governo do Estado do Rio, os dados devem ser liberados nas próximas semanas.
A Folha buscou informações junto a Patrulha Maria da Penha que atua em Campos, e aguarda a resposta. Também pediu informações sobre o Dossiê Mulher 2023, mas segundo o Governo do Estado do Rio, os dados devem ser liberados nas próximas semanas.
Violência cibernética tem aumento no Estado do Rio
Além de combater a violência contra a mulher no âmbito presencial, os órgãos de segurança pública possuem mais um inimigo para combater: a violência cibernética contra mulheres.
Em recente matéria publicada pela Folha da Manhã, em agosto deste ano, de acordo com dados divulgados pela Ouvidoria da Mulher do MPRJ, de 1.626 denúncias recebidas ao longo do ano, 411 estavam relacionadas à violência cibernética.
Mesmo com esse crescente no Estado, Campos não possui esse tipo de levantamento, por não existir uma delegacia especializada na área. Os casos passam pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) e pela Delegacia de Atendimento à mulher (Deam), mas, na maioria das vezes, não é possível ter uma completa ajuda, sendo encaminhados para a capital.
“Os crimes cibernéticos com autoria não identificada são remetidos para delegacia especializada na Capital, não são investigados na Deam”, explica a delegada da Deam Campos, Madeleine Dykemann. (C.B)