Em meio a protesto de alunos do Uniflu, Fundação Cultural elege nova diretoria
A Fundação Cultural de Campos (FCC) elegeu a sua nova diretoria na última quarta-feira (4), em meio a protesto de estudantes do Centro Universitário Fluminense (Uniflu) questionando o processo eleitoral e reivindicando o direito a voto. A nova diretoria, que assume o comando da instituição de forma imediata, é formada por Nillo Fernandes, como presidente; Júlio César Tinoco, como vice-presidente; Thiago Fragoso, como tesoureiro; e Filipe Ferghali, no cargo de secretário.
O grupo ficará responsável, por quatro anos, pela gestão da FCC, que é mantenedora do Uniflu — este, composto pelas antigas faculdades de Direito, Odontologia e Filosofia de Campos (FDC, FOC e Fafic). Durante a cerimônia de posse e homologação do resultado, o discurso dos eleitos foi voltado para os projetos que já estão definidos para cada campus e a valorização dos profissionais como maior patrimônio.
De acordo com Nillo Fernandes, após 19 anos, de história pessoal na Fundação Cultural de Campos, ocupando o cargo de diretor financeiro do Uniflu, além de dois mandatos como tesoureiro da própria fundação e dois mandatos como conselheiro curador, é uma felicidade e um desafio ter essa oportunidade de contribuir ainda mais para o crescimento da instituição.
— Durante esses 19 anos, pude acompanhar as dificuldades, que não foram poucas, e as conquistas, que felizmente também foram muitas, do nosso centro universitário. Regularizamos salários, tributos, e melhoramos a estrutura física. Mas estou muito animado porque ainda temos muito o que fazer para contribuir para continuarmos crescendo na área acadêmica — destacou o novo presidente.
O próximo passo, segundo Nillo, é a nomeação para o cargo de reitor, que deve acontecer nos próximos dias.
Questionamento
De acordo com alunos do Uniflu, somente participaram da votação professores e funcionários. “São seis professores, dois funcionários e três membros da comunidade, mas nós não temos um representante dos alunos. Esse direito nos foi tirado”, afirmou uma estudante, que preferiu não ser identificada. Ainda segundo ela, os membros vitalícios da instituição também foram excluídos do pleito.
De fato, membros vitalícios não puderam votar — casos do dentista Ivan da Silva Machado, ex-presidente da FCC, e do jornalista Fernando da Silveira.
— A pergunta que fica no ar é: por que excluir os ex-presidentes do Conselho Curador? Eu fui lá para prestigiar uma eleição e me senti extremamente desrespeitado. Nada contra a diretoria eleita, o presidente eleito foi meu tesoureiro quando fui presidente da Fundação. É uma pessoa íntegra, honesta, capaz. Mas, a forma como foi feito o processo eleitoral é que é duvidosa. É isso que vamos querer para a nossa Fundação Cultural de Campos? — desabafou Ivan.
Em nota, o Uniflu informou que o estatuto, em vigor desde o ano de 2019, foi aprovado após anos de debates, observando inteiramente o Código Civil Brasileiro e a Resolução nº 68/1979 da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, obtendo aprovação da Promotoria de Justiça de Fundações e registro junto ao Cartório de Notas desta comarca. Ainda de acordo com a instituição, durante o processo eleitoral, todos os membros e órgãos internos tiveram participação ativa, na forma do estatuto, inexistindo a figura do “participante vitalício”. A nota também diz que não foi registrada na ouvidoria qualquer reclamação acerca do processo eleitoral.
— A eleição da nova diretoria da Fundação Cultural de Campos (instituição mantenedora do Centro Universitário Fluminense, Uniflu) segue rigorosa e criteriosamente os estatutos aprovados pelo Conselho Curador da Instituição e também pelo Ministério Público das Fundações, que está em vigência há vários anos — disse o então presidente da Fundação Cultural de Campos, Aldefran Lacerda.