Militantes de coletivos LGBTQIAPN+ voltam a lembrar do ambulatório para comunidade
Ingrid Silva (estagiária) - Atualizado em 27/09/2023 13:05
Militantes na praça São Salvador
Militantes na praça São Salvador / Reprodução rede social
Militantes dos coletivos Frente LGBTQIAPN+ e TransGoytacá lembraram, com uma faixa na Praça São Salvador na tarde de segunda-feira (25), do ambulatório voltado para a comunidade, que ainda segue sem previsão de abertura em Campos. A Frente chegou a iniciar a campanha “Cadê o Ambulatório LGBTQIAPN+”, com ajuda de outras organizações. Há uma promessa desde junho deste ano e, até o momento, nada de concreto foi decidido sobre a situação urgente desse passo importante de saúde pública.
Perante a cobrança, a Prefeitura já chegou a informar que a implantação do ambulatório passava por trâmites burocráticos e que, assim que fossem resolvidos, divulgariam a data e o local para o funcionamento. A Folha entrou em contato com a Prefeitura para saber, novamente, sobre previsão e aguarda posicionamento.
Na publicação que está em redes sociais do coletivo da Frente LGBTQIAPN+ que envolve o Norte Fluminense a pergunta da campanha segue sendo abordada e aguardando resposta da Prefeitura.
“Quando falamos sobre políticas públicas que visam amenizar a situação de precariedade e violência enfrentadas cotidianamente por uma população tão específica, não podemos permitir que pequenos passos sejam dados espaçada e desconectadamente. Precisamos de mais coerência, mais interesse, mais responsabilidade e, acima de tudo, que palavras deixem de ser promessas acumuladas, mas se tornem, finalmente, deveres cumpridos (...) Por isso mesmo, por acreditarmos na possibilidade de um futuro menos cruel para a população LGBTQIAPN+ do Município de Campos, continuamos a indagar ao sr. prefeito Wladimir Garotinho e à Prefeitura de Campos —#cadeoambulatoriolgbtdecampos? Afinal, se o lema da prefeitura é 'cuidar das pessoas', precisamos também que a prefeitura cuide de nós!”, diz a publicação. (I.S.)

O secretário municipal de saúde, Paulo Hirano, participou do programa Folha no Ar do dia 15 de setembro e, ao ser perguntado sobre a situação, falou sobre os estudos e análises realizados para que seja possível a implantação desse ambulatório, assim como todos os desdobramentos que a pauta traz junto.
“Muita gente já fez várias análises em relação ao de possibilidades e que a gente pudesse implementar que é um segmento que temos que olhar sim com muito carinho, com muito cuidado, com muita atenção que é o seguimento ultraespecial que já vem no bojo do seu histórico sofrendo por várias situações de rejeição, enfim, de olhares diferentes e que realmente dentro do possível a gente está avançando em encontrar um caminho, um modelo em que a gente possa assistir de forma individualizada esse segmento de pessoas (...) E aí tem vários desdobramentos disso, não é só apenas o atendimento ou uma consulta, tem todo um processo de transformação, tem todo um processo terapia hormonal, tem todo um processo de acolhimento tanto do gênero masculino, do feminino, enfim, tem que ter estrutura operacional, funcional, de especialistas pra que possam cuidar de forma efetiva. Não é puro e simplesmente abrir uma porta e dizer, aqui é um ambulatório LGBTQIA+, não é isso. É preciso ter todo um processo estruturante para que a gente possa assistir, mas tá no nosso olhar, tá no nosso foco”, disse.
Outra sugestão que o secretário falou é sobre um turno diferente no atendimento, para que seja possível “fugir” do horário de rush e a população ter a demanda atendida. “A gente está muito atento a isso, a gente já tem vários estudos feitos, a gente tem algumas estruturas já consolidadas, com estruturas de diagnóstico em que a gente vai talvez caminhar aí e fazer um turno. Um turno noturno do atendimento, por exemplo, fora daquele horário do rush para poder as pessoas sentirem que é a demanda deles, eles querem se sentir mais acolhidos sem olhares diferenciados no momento em que eles chegam a uma unidade de saúde. Esse é o intuito básico de ter uma unidade específica para isso. Mas enquanto eu não posso ter uma unidade, eu vou encontrar um caminho das nossas unidades, como é o Centro de Referência da Mulher, por exemplo, Centro do Homem, em que a gente pode, efetivamente, fazer esse com que esse segmento seja acolhido, seja assistido e que a gente possa dar o encaminhamento”, explicou durante o programa.

Escuta - No mês de junho, a deputada estadual Elika Takimoto (PT) esteve em uma roda de conversa no município para ouvir as demandas dessa população. Contando com um piquenique no Cais da Lapa, ela percebeu que a maior demanda era de saúde pública, após escutar diversos relatos. (I.S.)

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