Dono de moto usada na morte de Letycia está solto, e suposto intermediador em prisão domiciliar
04/04/2023 11:07 - Atualizado em 04/04/2023 11:09
Gestante Letycia Peixoto foi morta no dia 02 de março
Gestante Letycia Peixoto foi morta no dia 02 de março / Reprodução de vídeo
Dos cinco suspeitos de participação na execução da gestante Letycia Peixoto Fonseca, apenas três seguem em presídios da região. João Gabriel Ferreira Tavares, apontado como proprietário da motocicleta utilizada no crime, está solto desde o último sábado (1º). Já Gabriel Machado Leite, suposto intermediador do assassinato, está em prisão domiciliar. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça.
O principal suspeito de ser o mandante do crime, o professor e empresário Diogo Viola de Nadai, segue preso no presídio Diomedes Vinhosa Muniz, em Itaperuna. Também permanecem presos, em regime fechado, Fabiano Conceição Silva, suposto executor do crime, e Dayson dos Santos Nascimento, suspeito de ter sido o condutor da moto no dia do feminicídio.
Em coletiva concedida nessa segunda-feira (03), a delegada titular da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Natália Patrão, chegou a informar que o crime foi planejado desde antes do Carnaval. Ela explicou que a morte de Letycia se deu porque Diogo, companheiro da vítima, teria que que se separar da esposa, com quem era casado desde 2010, por causa do nascimento do filho, que também acabou morrendo após parto de emergência.
A soltura de João Gabriel já havia sido informada pelo promotor de Justiça, Fabiano Rangel. Na última sexta-feira (31), o representante do Ministério Público explicou que o trabalho de investigação não conseguiu produzir provas que possibilitassem a imputação dos crimes a ele. João Gabriel havia sido preso no dia 07 de março. 
Diogo também foi preso no dia 07 de março. No dia de sua prisão, ele preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. O companheiro de Letycia chegou a prestar depoimento, na presença de dois advogados, no dia 6 de março, mas foi liberado. O suposto mandante do crime também ficou calado durante um interrogatório feito no Ministério Público, no último dia 27.
Já Gabriel Machado Leite e Fabiano Conceição Silva foram presos no dia 06 de março. O primeiro suspeito de envolvimento no crime a ser preso foi Dayson dos Santos Nascimento, que foi capturado pelos agentes da 134ª DP no dia 4 de março. Na ocasião, a delegada Natália Patrão chegou a informar que ele teria confessado a participação no assassinato.
Em sua decisão de acatar a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o juiz Adones Henrique Silva Ambrósio Vieira destacou que os suspeitos Fabiano e Gabriel só foram encontrados por conta da repercussão nacional dado a enorme hediondez delitiva. "O primeiro (Fabiano) estava escondido no meio do mato, segundo asseverou a Autoridade Policial, o segundo (Gabriel) acabou se entregando dias depois, após pressão da própria comunidade e traficantes da localidade frente às visitas e procura policial, o que leva à conclusão de que a prisão provisória se revela fundamental para evitar a reiteração delitiva e garantir tranquilidade ao meio social", observou o magistrado.
O crime
Letycia, grávida de sete meses, estava no carro da empresa em que trabalhava conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, quando, por volta das 21h do dia 02 de março, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto, que pararam ao lado do automóvel. O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, correu em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda.
Na hora do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro que fazia sempre com ela para acalmá-la. No banco do carona, Simone, que tem Síndrome de Down, ficou coberta de sangue, e agora está em estado de choque.
Mãe e filha foram socorridas pelo tio da gestante e levadas para o HFM, onde Letycia morreu logo após dar entrada. Uma cesariana de emergência foi realizada e o bebê transferido para a UTI neonatal da Beneficência Portuguesa, mas ele não resistiu e morreu horas depois. Os corpos de Letycia e do filho foram sepultados no dia 3 de março, no Cemitério Campo da Paz, onde Diogo chegou a carregar o caixão do bebê.

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