Bruno Henrique, do Flamengo, alega inocência ao STJD: "Frieza de esperar os acréscimos chamaria atenção"
05/11/2024 15:25 - Atualizado em 05/11/2024 15:25
Bruno Henrique é investigado por suspeita de manipulação de cartões no jogo entre Flamengo e Santos, no Brasileiro de 2023.
Bruno Henrique é investigado por suspeita de manipulação de cartões no jogo entre Flamengo e Santos, no Brasileiro de 2023. / Foto: Reprodução GE
O atacante Bruno Henrique diz ser inocente da suspeita de manipulação de cartões no jogo entre Flamengo e Santos, no Brasileiro de 2023. A manifestação da defesa do jogador foi feita na investigação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que acabou arquivada.

Entre os argumentos apresentados por Bruno Henrique, está a demora para receber os cartões. Na partida de 1º de novembro do ano passado, ele levou amarelo por falta em Soteldo aos 50 minutos do segundo tempo, quando o Flamengo já perdia por 2 a 1 (placar final do jogo). Ele reclamou do cartão de forma acintosa com o árbitro Rafael Klein e foi expulso imediatamente.
— Chamaria a atenção a frieza da qual o atleta teria que dispor para aguardar os acréscimos do segundo tempo para perpetrar a ilegalidade pretendida, inclusive correndo o risco de que a partida fosse encerrada antes de ter consumado o ato.
A defesa do jogador diz que ele quis apenas disputar o lance, "se lançando em direção à bola, com o único objetivo de recuperá-la atingindo acidentalmente, em seguida, o atleta adversário".
Outro argumento apresentado diz respeito ao fato de que Bruno Henrique estava pendurado com dois cartões amarelos na partida contra o Santos. Duas rodadas depois, o Flamengo enfrentaria o Palmeiras, no Maracanã, em confronto de times que ainda lutavam pelo título brasileiro, que acabou com a equipe paulista.
Antes do Palmeiras, o Flamengo enfrentaria o Fortaleza. Como levou o vermelho direto por xingar o árbitro, Bruno Henrique ficou fora das duas partidas.

A investigação do STJD foi arquivada, mas Bruno Henrique foi alvo nesta terça-feira de operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Mais de 50 policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão (não há mandados de prisão) em endereços no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG).
Entre os endereços que são alvo da PF no Rio, estão o Ninho do Urubu, CT do Flamengo, e a casa do jogador na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Bruno Henrique estava no residência, onde foi apreendido apenas o celular.
A PF também investiga parentes de Bruno Henrique. Entre eles o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Junior; a cunhada dele, Ludymilla Araujo Lima; e a prima, Poliana Ester Nunes Cardoso. Outras pessoas no alvo são Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim, residentes em Belo Horizonte, que é a cidade natal de Bruno Henrique. Todos são ex-jogadores ou jogadores amadores de futebol.
O relatório da IBIA informa que as "odds" para Bruno Henrique receber um cartão eram de 3,10 – o que significa que, a cada R$ 1 apostado, o apostador receberia R$ 3,10 caso o resultado acontecesse. Os valores das apostas identificadas pela PF corroboram essas estimativas. Entre os valores identificados de apostas em cartão do atleta, estão os seguintes:

R$ 3.050,00 para ganhar R$ 9.150,00 (lucro de R$ 6.100,00)
R$ 2.300,00 para ganhar R$ 7.000,00 (lucro de R$ 4.700,00)
R$ 1.500,00 para ganhar R$ 4.550,00 (lucro de R$ 3.050,00)
Em documento, o STJD afirma que a Sportradar não identificou irregularidades no momento da partida. Além disso, concluiu que os valores citados não são expressivos e que o lance é caracterizado como uma jogada normal. No dia 02 de outubro, a Secretaria do STJD notificou o Flamengo, a CBF, a Polícia Federal e o Ministério Público sobre a decisão do arquivamento.
Fonte: GE

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