Dólar fecha o dia valendo R$ 5,73, maior patamar desde dezembro de 2021
O dólar fechou o dia cotado a R$5,7349, em valorização de 1,43% . É o maior patamar da divisa desde o 21 de dezembro de 2021. Este também é o maior patamar do câmbio de todo o governo Lula, iniciado no primeiro dia de 2024. Informação é do do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, uma série de fatores contribuiu para o avanço da moeda. Para analistas de mercado, a alta foi provocada pelo tom mais brando que o esperado do relatório do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que decidiu ontem manter a taxa básica de juros brasileira (Selic) em 10,5% ao ano; pela valorização do iene japonês frente ao dólar; e pela queda das cotações internacionais de commodities.
Para José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, a alta da moeda veio de deterioração da percepção de risco do cenário local:
— A interpretação de um Copom menos severo do que o esperado pelo mercado, que antevia tom mais hawkish (agressivo), somadas ao maior ceticismo dos agentes em relação à realidade do cumprimento da meta de superávit primário, foram contribuintes para as pressões sobre o real — afirma.
Para agentes do mercado financeiro, o comunicado do BC após a reunião que determinou pela manutenção da taxa de juros em 10,5% foi lido como brando diante da conjuntura atual.
Para agentes do mercado financeiro, o comunicado do BC após a reunião que determinou pela manutenção da taxa de juros em 10,5% foi lido como brando diante da conjuntura atual.
O banco suíço UBS, por exemplo, vê 30% de chances de aumento na Taxa Selic em setembro, apontou relatório do banco divulgado nesta manhã. Segundo o documento, apesar da simetria do equilíbrio de riscos, o Copom afirmou que o câmbio é um fator adicional de risco para a inflação, e que a incerteza fiscal levou à essa expectativa ruim:
"Como a taxa de câmbio se tornou um risco, a ausência de uma resposta fiscal mais aparente que deprecie o câmbio poderia, na reunião de setembro, colocar o cenário em uma elevação da taxa de juros. O real precisa apreciar ou não depreciar mais para manter o cenário de taxas estáveis", diz um trecho.
O aumento na Selic "teria que ser acompanhado por uma taxa de câmbio mais depreciada ou uma resposta fiscal que não atenda às expectativas do mercado", diz o documento assinado pelos economistas do UBS.
O aumento na Selic "teria que ser acompanhado por uma taxa de câmbio mais depreciada ou uma resposta fiscal que não atenda às expectativas do mercado", diz o documento assinado pelos economistas do UBS.
Fonte: O Globo