Arlete Sendra recebe título de 'Professora Emérita' nos 31 anos da Uenf
Dora Paula Paes 14/08/2024 09:02 - Atualizado em 14/08/2024 09:02
Divulgação
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que completa 31 anos com uma vasta programação nesta semana, estará prestando homenagens importantes. No dia 16, às 14h, aprofessora aposentada do Centro de Ciências do Homem da Uenf (CCH) Arlete Parrilha Sendra receberá o título de “Professora Emérita”. Na ocasião, ainda será entregue a Medalha Darcy Ribeiro, nome da universidade, ao professor Jerson Lima da Silva, presidente da Faperj. O títulode Arlete foi concedido pelo Conselho Universitário da Uenf (Consuni), o mesmo que aprovou a concessão do título de “Doutora Honoris Causa” para a atriz e cantora Zezé Motta, a primeira personalidade a receber este título na Uenf, em evento que acontecerá no dia 6 de dezembro com a presença da atriz.

De acordo com o artigo 83 do Regimento Interno da Uenf, o título de Professor Emérito é atribuído a “ex-professores que tenham alcançado posição eminente no ensino ou na pesquisa”. Já o título de Doutor Honoris Causa pode ser concedido a “personalidades que se tenham distinguido, seja pelo saber, seja pela contribuição fundamental à consolidação da instituição acadêmica, seja pela atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou de melhor entendimento entre os povos”.

Com 24 anos de atuação na Universidade, Arlete disse que foi tomada por “intensa e profunda emoção” ao saber do título honorífico e como a linguagem da sua emoção é a lágrima que, segundo ela, deixou absolutamente livres.

“Paralelamente, meu ego buscava razões para tão grande honraria. Lembrei-me do sonho de um dia ser professora na e da Uenf. Aprendi com este “emérita” que sonhos são passaportes . Parei de processar a busca de razões e deixei livre o fluir das sensações de alegria. Fiz um turismo pelos meus 62 anos de magistério. Meu passaporte - carimbo PUC/Rio - me abria possibilidades de escolhas de rotas”, relata Arlete Sendra, umas das mais importantes intelectuais de Campos.

Quanto a proposta de concessão do título de Doutora Honoris Causa a Zezé Motta foi feita pela Diretoria de Cultura da Uenf. A homenagem reflete, segundo o diretor de Cultura, Giovane Nascimento, a preocupação da Universidade em reconhecer os talentos de Campos que, mesmo não abandonando suas raízes, muitas vezes não são identificados como campistas. “É importante destacar ainda a relevância dela como mulher preta que sai de uma cidade que, lamentavelmente, ainda carrega as feridas da escravidão — assim como o restante do país —, e se coloca como um ícone de uma sociedade. Toda sua luta contra o racismo, a favor da população menos favorecida, dá o total brilho dessa nossa homenagem”, disse.
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A própria Zezé Motta também demonstrou sua alegria com a homenagem anunciada em julho e chegou a falar sobre essa felicidade fruto de todas as suas batalhas.

— Eu fico muito feliz em saber que sirvo de referência. Penso que valeu a pena todas as batalhas que enfrentei até aqui como mulher preta, como atriz e cantora. Tenho muito orgulho em ser uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial no Brasil. Neste 2024 essa homenagem vem com um sabor ainda melhor, pois estou comemorando meus 80 anos de vida e 40 anos de criação do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro no Brasil. Estou viva, em atividade, lúcida e com prestígio. Ando com a agenda cheia de trabalho. Isso tudo é uma benção, todo dia eu agradeço — disse a atriz.

Nesta segunda-feira (12), a assessoria da artista, que é campista, confirmou que Zezé Motta estará em Campos no final do ano para receber essa homenagem. Zé Motta também já esteve na cidade, quando recebeu o troféuFolha Seca, da Folha da Manhã.

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