O assunto rola em qualquer roda em que se discuta política: a ação golpista abortada ainda em fase de planejamento. O “punhal verde e amarelo” — nome dado à trama — falhou em seu propósito maior: o assassinato de Lula e de Alckmin (por envenenamento) e de Alexandre de Moraes.

Na mídia, o golpe planejado é um tema predominante. Em uma crônica, em O Globo, o jornalista Nelson Motta diz que o que mais o impressionou na revelação dos planos “é a tosqueira e incompetência dos golpistas”.

Motta fala da burrice dos serviços de inteligência dos golpistas, com uma trapalhada atrás da outra. “Foram planos secretos impressos no Planalto, em mensagens de celular na gaveta do coronel Mauro Cid”.

Na avaliação de Motta tudo parece amadorismo motivado pela crença fanática de tomar o poder pela força. “De gente que acredita que a terra é plana pode se esperar tudo, ou quase, como essa comédia dramática que poderia ter virado uma tragédia”.

E vale citar o pitaco de Fernando Gabeira sobre o tema: “como envenenar o presidente e o vice ao mesmo tempo? Caso houvesse espaço entre um e outro não seria possível que o sobrevivente desconfiasse e tomasse precauções?”.

LIDERANÇA

A Polícia Federal concluiu, no âmbito do inquérito sobre a tentativa de golpe, que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou o movimento para se manter no poder após a derrota eleitoral em 2022.

Ao indiciar Bolsonaro, a Polícia Federal revela que o ex-presidente “efetivamente planejou, dirigiu e executou atos concretos que objetivaram a abolição do Estado Democrático”. O ex-presidente nega.