Novo Mercado Municipal? Prefeitura e academia apresentam propostas diferentes
Tombado desde 2013 pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), o prédio do Mercado Municipal há vários anos vem sendo mapeado para receber, também, tombamento pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Porém, o tombamento (que também protege o entorno) não foi efetivo para impedir a descaracterização do entorno e o encobrimento do Mercado.
Um mercado municipal, em qualquer cidade, é um organismo vivo. As vivências, as trocas comerciais e aquele ambiente único criado pela coletividade urbana são construídos pelas pessoas que vivem o local, e pelos clientes que o frequentam. Mudar um mercado municipal de lugar não necessariamente altera sua essência. Ou será que altera?
IFF e prefeitura divergem
Existem ao menos duas respostas possíveis para essa indagação. A prefeitura — através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, liderada pelo agrônomo e ex-reitor da Uenf, Almy Junior — propõe que a feira seja deslocada para um novo local, onde seria construída uma nova estrutura para os feirantes.
Já alunos e docentes do curso de Arquitetura do Instituto Federal Fluminense (IFF), propuseram que a feira seja mantida onde está, e que as mudanças estruturais necessárias sejam feitas a mantendo no mesmo local, e ainda, segundo os projetos apresentados, deixar a torre visível.
A arquiteta Laís Rocha, que participou dos projetos atuando como estagiária docente do curso de Arquitetura, e atualmente mestranda na área, no IFF, conversou com este espaço no Folha1 e apresentou o que seriam as ideias principais trazidas na disciplina “Projeto e Bens Patrimoniais” para o Mercado.
— O interesse na realização do projeto tendo o Mercado Municipal de Campos como objeto de estudo e intervenção partiu de um desejo antigo da professora Catharina (a arquiteta e urbanista Maria Catharina Prata), que capacitou os alunos antes do desenvolvimento dos projetos em si, onde eles tiveram aulas teóricas sobre patrimônio, restauração e requalificação de prédios e mercados históricos, e sobre a história do próprio Mercado. — disse Laís.
Além das aulas de restauro patrimonial, os alunos do IFF tiveram atividades práticas e realizaram visitas técnicas no mercado para que pudessem identificar o que a arquiteta chamou de “doenças do edifício” — danos atuais do prédio centenário.
Com a identificação das “patologias” foi possível desenvolver os conceitos e formas para os projetos:
— Os alunos desenvolveram os Mapas de Danos, onde identificaram as principais patologias, as doenças do edifício, e como resolvê-las. A partir de toda essa análise teórica, histórica e da identificação dos principais danos, eles puderam dar início ao desenvolvimento dos projetos, como o conceito norteador de todas as decisões projetuais e como o desenvolvimento do partido, que é a forma pela qual será aplicado o conceito no projeto. Essa foi a ‘mola mestra’ para a consolidação das ideias.
Prefeitura — Por parte da prefeitura, a ideia é construir uma nova feira na praça da República, uma área de aproximadamente 15 mil metros quadrados, localizada atrás da Rodoviária Roberto Silveira, e a 250 metros de onde o mercado está hoje.
A praça encontra-se subutilizada e oferece, segundo a prefeitura, a estrutura necessária para receber não apenas uma nova feira do Mercado, mas também outras possibilidades de exploração comercial, como cafés e restaurantes.
Segundo o secretário Almy Júnior, os feirantes e permissionários só iriam para a nova construção após sua conclusão, onde poderiam ter melhores condições de trabalho e melhor acessibilidade de produtos e clientes.
— Esta proposta, na minha opinião, é muito melhor que outras já apresentadas ou ditas no passado, tais como um elevado sobre o Canal Campos-Macaé, com uma estrutura do outro lado da .avenida José Alves de Azevedo, ou mesmo a construção próxima ao Canal Campos-Macaé, na direção do Carvão. — comentou Almy.
Os problemas
Por suas características comerciais e pela perecibilidade de seus produtos, um mercado sempre causa transtorno aos vizinhos: os horários de chegada e saída das mercadorias, o descarte de produtos que estragaram, os resíduos dos açougues e peixarias, e até os barulhos vindos da feira costumam ser, tradicionalmente, os motivos para a mudança de local de um mercado público.
Em Campos não foi diferente, sendo as primeiras alterações motivadas por decisões higienistas. O local escolhido em 1921 viria organizar o comércio dos feirantes e criar mais facilidade de acesso de mercadorias e transporte.
Mas, apesar de afetar muita gente, os reordenamentos urbanos que historicamente aconteceram na cidade tiveram pouca participação popular, ou da sociedade civil organizada.
As soluções
Nas apresentações no IFF, foram pensados atrativos que possibilitassem não apenas a contemplação da edificação centenária, mas alternativas para que clientes e passantes pudessem permanecer no local. Para isso, os projetos contemplaram estruturas como parquinhos infantis, quiosques, bancos, palco para eventos musicais e jardins.
— Entendemos que a feira, a peixaria, o açougue e o camelódromo são sim partes importantes e integrantes do Mercado, já consolidadas, e o que foi proposto foi uma melhor redistribuição do seu espaço, sempre buscando uma forma de mantê-los integrados, principalmente pelo acesso de pedestres. — complementou Laís.
Para o entorno, os alunos propuseram realocar o camelódromo para o Parque Alberto Sampaio (ao lado do Mercado), que eles avaliaram como “área de extremo potencial para a cidade”. Sobre o Canal Campos-Macaé, os projetos consideraram que “a limpeza e manutenção constante” do canal resolveria a “questão de alagamentos relatados pelos comerciantes”.
Já o projeto da prefeitura prevê uma construção totalmente nova e moderna, inspirada nos novos mercados construídos em outros centros urbanos, como Niterói. O projeto que já está em fase de licitação prevê a construção ainda de um Banco de Alimentos (organizações sem fins lucrativos que atua na recuperação de excedentes alimentares da sociedade para os redistribuir entre pessoas necessitadas) e áreas para exploração comercial de bares e restaurantes.
Segundo Almy, o projeto que ele apresentou seria “fundamental para expor, de verdade, a fachada do mercado centenário”:
— A minha opinião, depois de ouvir vários atores e diferentes propostas para o espaço, é que a retirada da Feira daquele ponto é fundamental para expor, de verdade, a fachada do mercado centenário. Além do mais, temos o desafio gigantesco de realocar feirantes durante a execução de uma obra, inicialmente da reforma da feira e, posteriormente, da restauração do Mercado. Por isso, avaliando todas as possibilidades, o que nos parece mais factível e prudente é construir uma nova estrutura de feira, num espaço que a cidade não utiliza e que está a menos de 250 metros do Mercado Centenário.
O que o feirante pensa?
Embora as condições físicas que o Mercado em Campos apresenta atualmente não sejam das melhores, muitos feirantes e permissionários atuam no local por décadas, e se sentem parte de uma realidade que aprenderam a conviver.
Por outro lado, a necessidade de revitalização é sentida por todos que consomem e trabalham no local. As tradições e a cultura popular criadas nos mercados, de forma laica e plural, podem transcender as dificuldades estruturais, mas não eliminam as deficiências visíveis que o prédio e o entorno do Mercado apresentam.
Qualquer alteração proposta para um local tradicional como o Mercado Municipal deve ser feita ouvindo quem vive sua realidade diariamente, convivendo com os problemas há muito tempo.
A arquiteta Laís Rocha citou o afeto como elemento principal nas propostas do IFF:
— O afeto foi o principal motivo do sucesso da disciplina. Afeto dos alunos com o Mercado e a importância da sua preservação, afeto e responsabilidade dos alunos com a história dos comerciantes, afeto dos professores e estagiários com os alunos, e vice-versa, em todo o processo de desenvolvimento do projeto, que resultou em poemas, lágrimas e muita emoção para todos que se envolveram na disciplina. E é exatamente esse sentimento que precisamos gerar na população em relação aos seus patrimônios históricos, afinal, somente nos lembramos e queremos preservar aquilo que amamos.
A questão patrimonial de Campos sempre foi foco de preocupação da academia e de setores culturais. Nos últimos anos, construções históricas como o Solar dos Airizes, Solar do Colégio e o prédio do Mercado Municipal estão recebendo maior atenção, tanto pela visibilidade atual nos veículos jornalísticos, quanto em perfis de rede social, e propostas para o restauro e uso desses patrimônios começaram a surgir.
No caso do Mercado, a revitalização de toda área que compreende o entorno do prédio centenário é discutida, buscando a melhoria de acessibilidade de clientes e condições de trabalho para os comerciantes e permissionários.
No local que está hoje, instalado desde 1921, o Mercado precisava da proximidade com o canal Campos-Macaé e com o rio Paraíba para a chegada e o escoamento de mercadorias. As condições desse entorno sofreram transformações significativas desde então, e instalações como a feira e o camelódromo acabaram por esmagar o belo prédio de dois pavimentos térreos, separados por uma torre com um relógio no topo, inspirada no mercado de Nice, na Riviera Francesa.
Em 1981, durante o governo Raul Linhares, foi constituída à frente do prédio — e da torre — uma enorme estrutura, onde perfis de aço sustentam uma cobertura em alumínio. Cerca de 10 anos depois, outra estrutura viria a esconder o que restou do prédio: nascia o Shopping Popular Michel Haddad.
No caso do Mercado, a revitalização de toda área que compreende o entorno do prédio centenário é discutida, buscando a melhoria de acessibilidade de clientes e condições de trabalho para os comerciantes e permissionários.
No local que está hoje, instalado desde 1921, o Mercado precisava da proximidade com o canal Campos-Macaé e com o rio Paraíba para a chegada e o escoamento de mercadorias. As condições desse entorno sofreram transformações significativas desde então, e instalações como a feira e o camelódromo acabaram por esmagar o belo prédio de dois pavimentos térreos, separados por uma torre com um relógio no topo, inspirada no mercado de Nice, na Riviera Francesa.
Em 1981, durante o governo Raul Linhares, foi constituída à frente do prédio — e da torre — uma enorme estrutura, onde perfis de aço sustentam uma cobertura em alumínio. Cerca de 10 anos depois, outra estrutura viria a esconder o que restou do prédio: nascia o Shopping Popular Michel Haddad.
Tombado desde 2013 pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), o prédio do Mercado Municipal há vários anos vem sendo mapeado para receber, também, tombamento pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Porém, o tombamento (que também protege o entorno) não foi efetivo para impedir a descaracterização do entorno e o encobrimento do Mercado.
Um mercado municipal, em qualquer cidade, é um organismo vivo. As vivências, as trocas comerciais e aquele ambiente único criado pela coletividade urbana são construídos pelas pessoas que vivem o local, e pelos clientes que o frequentam. Mudar um mercado municipal de lugar não necessariamente altera sua essência. Ou será que altera?
IFF e prefeitura divergem
Existem ao menos duas respostas possíveis para essa indagação. A prefeitura — através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, liderada pelo agrônomo e ex-reitor da Uenf, Almy Junior — propõe que a feira seja deslocada para um novo local, onde seria construída uma nova estrutura para os feirantes.
Já alunos e docentes do curso de Arquitetura do Instituto Federal Fluminense (IFF), propuseram que a feira seja mantida onde está, e que as mudanças estruturais necessárias sejam feitas a mantendo no mesmo local, e ainda, segundo os projetos apresentados, deixar a torre visível.
A arquiteta Laís Rocha, que participou dos projetos atuando como estagiária docente do curso de Arquitetura, e atualmente mestranda na área, no IFF, conversou com este espaço no Folha1 e apresentou o que seriam as ideias principais trazidas na disciplina “Projeto e Bens Patrimoniais” para o Mercado.
— O interesse na realização do projeto tendo o Mercado Municipal de Campos como objeto de estudo e intervenção partiu de um desejo antigo da professora Catharina (a arquiteta e urbanista Maria Catharina Prata), que capacitou os alunos antes do desenvolvimento dos projetos em si, onde eles tiveram aulas teóricas sobre patrimônio, restauração e requalificação de prédios e mercados históricos, e sobre a história do próprio Mercado. — disse Laís.
Além das aulas de restauro patrimonial, os alunos do IFF tiveram atividades práticas e realizaram visitas técnicas no mercado para que pudessem identificar o que a arquiteta chamou de “doenças do edifício” — danos atuais do prédio centenário.
Com a identificação das “patologias” foi possível desenvolver os conceitos e formas para os projetos:
— Os alunos desenvolveram os Mapas de Danos, onde identificaram as principais patologias, as doenças do edifício, e como resolvê-las. A partir de toda essa análise teórica, histórica e da identificação dos principais danos, eles puderam dar início ao desenvolvimento dos projetos, como o conceito norteador de todas as decisões projetuais e como o desenvolvimento do partido, que é a forma pela qual será aplicado o conceito no projeto. Essa foi a ‘mola mestra’ para a consolidação das ideias.
Prefeitura — Por parte da prefeitura, a ideia é construir uma nova feira na praça da República, uma área de aproximadamente 15 mil metros quadrados, localizada atrás da Rodoviária Roberto Silveira, e a 250 metros de onde o mercado está hoje.
A praça encontra-se subutilizada e oferece, segundo a prefeitura, a estrutura necessária para receber não apenas uma nova feira do Mercado, mas também outras possibilidades de exploração comercial, como cafés e restaurantes.
Segundo o secretário Almy Júnior, os feirantes e permissionários só iriam para a nova construção após sua conclusão, onde poderiam ter melhores condições de trabalho e melhor acessibilidade de produtos e clientes.
— Esta proposta, na minha opinião, é muito melhor que outras já apresentadas ou ditas no passado, tais como um elevado sobre o Canal Campos-Macaé, com uma estrutura do outro lado da .avenida José Alves de Azevedo, ou mesmo a construção próxima ao Canal Campos-Macaé, na direção do Carvão. — comentou Almy.
Os problemas
Por suas características comerciais e pela perecibilidade de seus produtos, um mercado sempre causa transtorno aos vizinhos: os horários de chegada e saída das mercadorias, o descarte de produtos que estragaram, os resíduos dos açougues e peixarias, e até os barulhos vindos da feira costumam ser, tradicionalmente, os motivos para a mudança de local de um mercado público.
Em Campos não foi diferente, sendo as primeiras alterações motivadas por decisões higienistas. O local escolhido em 1921 viria organizar o comércio dos feirantes e criar mais facilidade de acesso de mercadorias e transporte.
Mas, apesar de afetar muita gente, os reordenamentos urbanos que historicamente aconteceram na cidade tiveram pouca participação popular, ou da sociedade civil organizada.
As soluções
Com legitimidade para propor e participar de mudanças sociais, a academia — representada aqui pelo IFF — realizou um seminário no mês de setembro onde foram apresentados os projetos, com os dados técnicos e as imagens que os representaram graficamente.
— A Professora Catharina sempre nos questionou: O que é um Mercado sem feira? Então, os projetos buscaram manter a feira integrada ao Mercado, propondo novas configurações que possibilitam melhor visualização do prédio histórico, inclusive de sua torre, além de melhoria na infraestrutura, materiais, iluminação e higiene, sempre pensando em melhorar as condições dos feirantes já ali existentes. — disse a arquiteta Laís Rocha.
— A Professora Catharina sempre nos questionou: O que é um Mercado sem feira? Então, os projetos buscaram manter a feira integrada ao Mercado, propondo novas configurações que possibilitam melhor visualização do prédio histórico, inclusive de sua torre, além de melhoria na infraestrutura, materiais, iluminação e higiene, sempre pensando em melhorar as condições dos feirantes já ali existentes. — disse a arquiteta Laís Rocha.
Nas apresentações no IFF, foram pensados atrativos que possibilitassem não apenas a contemplação da edificação centenária, mas alternativas para que clientes e passantes pudessem permanecer no local. Para isso, os projetos contemplaram estruturas como parquinhos infantis, quiosques, bancos, palco para eventos musicais e jardins.
— Entendemos que a feira, a peixaria, o açougue e o camelódromo são sim partes importantes e integrantes do Mercado, já consolidadas, e o que foi proposto foi uma melhor redistribuição do seu espaço, sempre buscando uma forma de mantê-los integrados, principalmente pelo acesso de pedestres. — complementou Laís.
Para o entorno, os alunos propuseram realocar o camelódromo para o Parque Alberto Sampaio (ao lado do Mercado), que eles avaliaram como “área de extremo potencial para a cidade”. Sobre o Canal Campos-Macaé, os projetos consideraram que “a limpeza e manutenção constante” do canal resolveria a “questão de alagamentos relatados pelos comerciantes”.
Já o projeto da prefeitura prevê uma construção totalmente nova e moderna, inspirada nos novos mercados construídos em outros centros urbanos, como Niterói. O projeto que já está em fase de licitação prevê a construção ainda de um Banco de Alimentos (organizações sem fins lucrativos que atua na recuperação de excedentes alimentares da sociedade para os redistribuir entre pessoas necessitadas) e áreas para exploração comercial de bares e restaurantes.
Segundo Almy, o projeto que ele apresentou seria “fundamental para expor, de verdade, a fachada do mercado centenário”:
— A minha opinião, depois de ouvir vários atores e diferentes propostas para o espaço, é que a retirada da Feira daquele ponto é fundamental para expor, de verdade, a fachada do mercado centenário. Além do mais, temos o desafio gigantesco de realocar feirantes durante a execução de uma obra, inicialmente da reforma da feira e, posteriormente, da restauração do Mercado. Por isso, avaliando todas as possibilidades, o que nos parece mais factível e prudente é construir uma nova estrutura de feira, num espaço que a cidade não utiliza e que está a menos de 250 metros do Mercado Centenário.
O que o feirante pensa?
Embora as condições físicas que o Mercado em Campos apresenta atualmente não sejam das melhores, muitos feirantes e permissionários atuam no local por décadas, e se sentem parte de uma realidade que aprenderam a conviver.
Por outro lado, a necessidade de revitalização é sentida por todos que consomem e trabalham no local. As tradições e a cultura popular criadas nos mercados, de forma laica e plural, podem transcender as dificuldades estruturais, mas não eliminam as deficiências visíveis que o prédio e o entorno do Mercado apresentam.
Qualquer alteração proposta para um local tradicional como o Mercado Municipal deve ser feita ouvindo quem vive sua realidade diariamente, convivendo com os problemas há muito tempo.
A arquiteta Laís Rocha citou o afeto como elemento principal nas propostas do IFF:
— O afeto foi o principal motivo do sucesso da disciplina. Afeto dos alunos com o Mercado e a importância da sua preservação, afeto e responsabilidade dos alunos com a história dos comerciantes, afeto dos professores e estagiários com os alunos, e vice-versa, em todo o processo de desenvolvimento do projeto, que resultou em poemas, lágrimas e muita emoção para todos que se envolveram na disciplina. E é exatamente esse sentimento que precisamos gerar na população em relação aos seus patrimônios históricos, afinal, somente nos lembramos e queremos preservar aquilo que amamos.