Uma gigante completa 50 anos
Cinquenta anos se passaram desde o primeiro óleo extraído e a Bacia de Campos continua sendo uma gigante na produção de petróleo e gás, não só do Brasil, mas de todo o mundo, com uma produção acumulada de 14 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). E a expectativa é que continue produzindo riquezas por muitos anos ainda, o que leva a Petrobras a projetar um investimento na Bacia de US$ 22 bilhões somente até 2028, período em que 135 novos poços devem entrar em operação.
Cinquenta anos se passaram desde o primeiro óleo extraído e a Bacia de Campos continua sendo uma gigante na produção de petróleo e gás, não só do Brasil, mas de todo o mundo, com uma produção acumulada de 14 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). E a expectativa é que continue produzindo riquezas por muitos anos ainda, o que leva a Petrobras a projetar um investimento na Bacia de US$ 22 bilhões somente até 2028, período em que 135 novos poços devem entrar em operação.
Com 27 unidades de produção em operação — com 337 poços produtores e injetores — a Bacia de Campos é responsável, hoje, por 20% dos 2,8 milhões de barris de óleo equivalente produzidos diariamente pela Petrobras, e a perspectiva é de aumentar essa fatia nos próximos anos, com pico de produção previsto para 2026. A grande maioria da produção vem do pós-sal, mas há planos para aumentar consideravelmente a extração no pré-sal, com os investimentos anunciados.
— Além da aquisição de novos campos para exploração de petróleo e gás, no pós e pré-sal da Bacia de Campos, a Petrobras vem investindo na revitalização de campos em operação considerados maduros e na extensão de vida produtiva das plataformas em operação, esse último com previsão de investimento de US$ 2,43 bilhões — ressalta o gerente geral da Unidade de Negócios da Bacia de Campos, Alex Murteira.
A renovação da Bacia de Campos integra o maior programa de recuperação de ativos maduros em águas profundas no mundo, com resultados que levaram a adicionar mais de 230 mil barris por dia (bpd) à produção brasileira em 2023. Números alcançados a partir da entrada em produção de duas novas plataformas no campo de Marlim — os FPSO Anita Garibaldi e Anna Nery —, além da perfuração de 45 novos poços desde 2020 nos demais campos da Bacia. Uma revitalização que impulsionou o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras nos segmentos de construção de poços, equipamentos submarinos e sistema de superfície. Inovações que permitiram a redução de emissões, a redução significativa de custos e aumento da segurança nas operações.
A Bacia de Campos foi o berço da exploração e produção em águas profundas no Brasil, hospedando a primeira unidade flutuante de produção, armazenagem e transferência de óleo (FPSO) da Petrobras e a segunda do mundo, além de ser um laboratório de tecnologias pioneiras, garantindo, em 1992, o Prêmio OTC, considerada a maior premiação técnica da indústria de óleo e gás.
Processos e tecnologias implantados pela Petrobras na Bacia de Campos revolucionaram o setor, tornando possível a exploração no pré-sal e sendo utilizados em outras regiões de produção até hoje.
Em 2024, a empresa garantiu sua quinta premiação OTC, a partir da revitalização do campo de Marlim e das suas novas tecnologias, que reduziram em 55% as emissões de gases de efeito estufa.
Rotina no mar
Além das riquezas geradas ao país — e a municípios e estados produtores, que têm incremento na receita com royalties e participações especiais sobre a produção de óleo e gás —, a exploração de petróleo diversificou e abriu oportunidades no mercado de trabalho, que despertam o interesse de milhares de profissionais.
— Eu sempre quis trabalhar na Petrobras. É um sonho da maioria dos brasileiros, porque nos dá muito orgulho. Já atuo na empresa há 16 anos, e surgiu essa oportunidade de trabalhar embarcado, uma coisa um pouco nova. Havia algumas pessoas no meu círculo de amizade que já trabalhavam embarcadas, mas eu não sabia como era a rotina de trabalho, que é muito diferente da rotina do trabalho em terra. Então, eu fui direcionado para trabalhar offshore e, desde então, estou nessa escala. No início deu um certo medo, mas a ambiência e o companheirismo amenizam muito isso. A empresa tem um olhar hoje muito voltado para o empregado, o que faz com que a saudade e o desconforto sejam amenizados. Tenho muito orgulho de trabalhar aqui e de saber que faço parte das conquistas da Petrobras, que colocam o Brasil em uma posição considerável a nível mundial — conta o supervisor de produção na plataforma P-51 Bruno Gonçalo, que mora na cidade do Rio de Janeiro.
Bruno trabalha supervisionando alguns sistemas, como o de prospecção, de separação e de bombeio do óleo para a terra. “A nossa plataforma prospecta o óleo do fundo do mar, que é tratado aqui na plataforma e enviado para a terra por tubulações. Eu supervisiono esses processos. E o sistema de gás também. Todo gás que vem junto com o petróleo diluído, também é separado aqui e reaproveitado para gás natural. Então, é mandado para Macaé, especificamente Cabiúnas”.
Morador de Porto Velho, em Rondônia, Fernando Mello também é supervisor da equipe de produção e reveza os turnos com Bruno. Há um ano trabalhando na P-51, ele é ainda mais antigo na Petrobras, onde atua há 20 anos. “Na época, eu tinha 19 anos, não entendia ainda a grandeza dessa empresa. Com o tempo eu vim conhecendo mais e criando um sentimento de carinho e de amor. Eu entrei na empresa como técnico de operação júnior, na época era operador Júnior, e com o tempo fiz uma carreira. Há três anos eu estou nessa função de supervisor de produção”, ressaltou Fernando.
Além dos funcionários da Petrobras, as plataformas recebem profissionais de outras empresas, prestadoras de serviços da estatal. É o caso da campista Juliana da Silva, que faz parte do quadro da Infotec e há três anos trabalha embarcada. “Tenho formação em Administração e atuo como facilitadora de conformidade legal aqui na P-51. Ficamos 14 dias na plataforma e 14 dias em casa. É uma rotina diferente, mas nos adaptamos e acabamos vivendo uma rotina de trabalho colaborativa. Trabalhamos muito, mas temos momentos de lazer, que acabam nos aproximando e diminuindo a saudade de casa”, ressaltou Juliana.