Marcão Gomes: Baixos investimentos em Educação
- Atualizado em 13/09/2023 08:51
Marcão Gomes
Marcão Gomes / Foto - Rodrigo Silveira
Os gastos públicos por aluno da educação básica no Brasil ultrapassam apenas um pouco mais de um terço da realidade da média dos países ricos. O nível de investimento do Brasil nesse quesito é o terceiro pior entre os 42 países avaliados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O Brasil investe o equivalente a US$ 2,98 por aluno, o que leva em conta todos os investimentos públicos na educação pública, divididos pelo número de matrículas do ensino fundamental ao médio. Além de ficar bem abaixo da média da OCDE, que é de US$ 10,51 por aluno, o Brasil só supera o México e a África do Sul nesse indicador. Vizinhos, como Argentina, Colômbia, Chile e Costa Rica, investem valores maiores no cálculo por aluno.
Os dados do relatório referem-se ao ano de 2020. O estudo mostra que o Brasil, após o início da pandemia, fez um caminho inverso ao adotado pelos países ricos que compõem a OCDE, com relação aos gastos com educação. O país reduziu, entre 2019 e 2020, em 10,5% o gasto público em educação.
O país viu os recursos destinados à Educação caírem no último governo. A discussão sobre a importância do financiamento leva em conta não apenas os indicadores atuais, como desempenho em provas de larga escala, mas o histórico de baixos investimentos diante de deficiências permanentes do sistema educacional.
O relatório da OCDE também trouxe dados preocupantes sobre a trajetória escolar dos jovens brasileiros na comparação com outros países. O Brasil tem o sexto pior índice de jovens de 18 a 24 anos que não estudam e nem trabalham. O estudo também destacou a pequena parcela de estudantes brasileiros com acesso ao ensino profissionalizante. Segundo a organização, essa modalidade é importante para enfrentar os desafios do mercado de trabalho, mas ainda é percebida como última opção em muitos países.
O relatório aponta que o aumento das vagas em ensino profissionalizante tem efeito potencialmente maior em países como o Brasil, onde há maior taxa de adultos que têm o ensino médio como maior grau de escolaridade. Sigamos em frente e na torcida para que possamos virar esse jogo.

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