Polícia Civil e MP negociam delação premiada sobre morte de Marielle
11/05/2018 18:30 - Atualizado em 15/05/2018 13:42
Marielle Franco
Marielle Franco / Divulgação
Policiais civis e promotores do Ministério Público Estadual negociam um acordo de delação premiada com o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando do Curicica, que, segundo testemunha, estaria envolvido na morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Orlando está preso sob acusação de chefiar uma milícia na Zona Oeste do Rio.
Esta semana, uma equipe da Divisão de Homicídios (DH) esteve na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), onde Orlando está isolado, em regime disciplinar diferenciado (RDD), depois de ser implicado por uma testemunha na morte da parlamentar, juntamente com o vereador Marcello Siciliano (PHS).
Orlando deverá ser levado até a Divisão de Homicídios na próxima semana. Os investigadores querem conversar primeiro com ele, para saber o que o ex-PM teria para revelar.
O advogado de Orlando, Renato Darlan, confirmou que policiais civis conversaram na quinta-feira (10) com seu cliente, em Bangu 1:
— Pelo que fui informado, houve sim uma conversa com meu cliente em Bangu 1. Ofereceram perdão judicial para Orlando em troca de sua colaboração. Não sei exatamente o que foi conversado porque não estava presente. O que meu cliente informou é que os policiais agiram de forma intimidatória, oferecendo perdão judicial em troca de sua confissão. Mas volto a dizer: Orlando não cometeu crime algum — afirmou Renato Darlan.
No entanto, nesta sexta-feira (12), Darlan informou que não é verdade que seu cliente negociou uma deleção premiada.
— Isso não é verdade. Não houve qualquer contato nesse sentido, porque meu cliente não cometeu nenhum crime. Eu represento meu cliente e não fui procurado. Delação só acontece quando uma pessoa assume um crime. Meu cliente é inocente. Estou em contato direto com o promotor do caso e não existe nenhuma possibilidade de haver uma conversa nesse sentido.
Como divulgado com exclusividade pelo jornal O Globo, na última terça-feira (8), uma testemunha, que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio procurou a polícia para contar, em troca de proteção, que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo queriam a morte de Marielle, assassinada no dia 14 de março, no Estácio. No depoimento, ela deu informações sobre datas, horários e até locais de reuniões entre o vereador e o ex-PM. Também forneceu detalhes de como, segundo ele, a execução foi planejada.
Fonte: O Globo

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