Falta de material deixa idosa internada no HFM em estado grave
Marcus Pinheiro 20/12/2016 10:37
Folha da Manhã
Hospital Ferreira Machado/Folha da Manhã
Na fila de espera por uma prótese de colo de fêmur há mais de um ano, uma idosa internada no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, teve quadro clínico agravado e foi parar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Familiares responsabilizaram a demora na cirurgia pela piora do estado de saúde de Leilda Ferreira Rangel, 68 anos. Essa não é a primeira vez que a Folha da Manhã mostra o problema. Em novembro, Maria Magdalena Rosa de Andrade, 78 anos, estava internada no HFM havia um mês na espera da prótese e os parentes disseram estar apreensivos com a falta de previsão para a chegada do material.
Preocupados com a saúde de Leilda, os próprios funcionários do hospital denunciaram o caso. Claudecir da Hora Ribeiro, 43 anos, contou que trabalha há oito anos no setor de ortopedia e traumatologia do HFM e falou que a piora no quadro da paciente foi ocasionada pela demora na cirurgia. Segundo ele, a colocação da prótese de colo de fêmur foi indicada para Leilda há um ano e dois meses.
Na tentativa de chamar a atenção das autoridades, Claudecir registrou em vídeo o pedido de socorro da paciente na UTI. Na gravação, Leilda aparece dizendo: “Não aguento mais, prefiro morrer!”. O auxiliar de enfermagem contou que após a gravação, passou a sofrer retaliações no hospital, e chegou a ser impedido de acessar o setor onde trabalha. “As pessoas estão morrendo aqui por causa do tempo de espera por cirurgias. E isso tem que ter um basta”, disse Claudecir.
De acordo com o filho de Leilda, Marcos Ferreira Rangel, 49 anos, a primeira internação da mãe aconteceu em 19 de setembro de 2015, após uma queda. “Ela precisa de uma prótese de colo de fêmur que a Prefeitura alega não ter. Em maio ela chegou a ser transferida para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, em São Paulo, mas, também por falta de material, ela não foi operada e voltou para cá. Agora ela pegou uma bactéria e foi para a UTI”, contou Marcos.
A equipe de reportagem tentou contato com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e com a direção do HFM, mas não obteve resposta.

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