Acusado de assassinar a tiros o assessor parlamentar Carlos Roberto Rocha Ritter, o Carlão, Douglas de Souza da Silva foi condenado a 19 anos de prisão. O julgamento aconteceu nesta terça-feira (22), no Fórum Maria Tereza Gusmão, em Campos, e durou cerca de dez horas. O homicídio aconteceu em maio de 2020, e Douglas foi preso em junho do mesmo ano, na cidade de Marataízes, no Espírito Santo. Outras duas pessoas acusadas de envolvimento do crime, Wagner de Souza Silva Junior e Matheus Oliveira da Conceição, estão presas e aguardam julgamento. Wagner é apontado como mandante do homicídio e, segundo a polícia, Matheus conduzia a motocicleta usada no dia do crime.
Para o julgamento de Douglas foram expedidos sete mandados de intimação para testemunhas. Em julho deste ano, a defesa do réu chegou a pedir relaxamento de sua prisão alegando excesso de prazo para a conclusão dos trabalhos, mas o pedido foi indeferido pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Campos, Wycliffe de Melo Couto.
Em fevereiro deste ano, as defesas dos acusados Wagner e Matheus entraram com um recurso em sentido estrito. Com isso, o processo foi desmembrado e tramita na 2ª Câmara Criminal. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o processo foi incluído na pauta de julgamento virtual da próxima terça-feira (29), às 13h.
A família de Carlão esteve no fórum e pediu justiça. O irmão Marcos Vinicius Rocha falou do sofrimento e sobre tantos crimes que ficam sem resposta.
– Eu quero é justiça porque meu irmão era uma pessoa do bem e posso dizer que não tinha inimigo. Dois anos e meio de dor, sofrimento e saudade. Nós acreditamos na justiça, graças a Deus que o nosso caso está sendo julgado, porque tantos outros crimes seguem sem solução. Minha dor também é dor daquelas pessoas que seguem no anonimato sem ter o crime na família solucionado. Eu espero a condenação máxima porque meu irmão não volta mais, mas a justiça pode ser feita aqui na terra – disse.
O crime — Carlos Roberto Rocha Ritter, conhecido como Carlão de Nova Brasília, foi morto a tiros, aos 47 anos, na tarde de 28 de maio de 2020, no portão de casa, no Parque Nova Brasília, em Campos. Ele atuava como assessor parlamentar do deputado estadual Bruno Dauaire (PSC) e chegou a ser socorrido por populares para o Hospital Ferreira Machado, mas não resistiu aos ferimentos. Carlão era pré-candidato a vereador pelo PSD em Campos. Ele também era ex-jogador do Goytacaz e Rio Branco, além de pai do goleiro Patrick Ritter e irmão do músico Serginho Pagodinho.