Uma missa em intenção pelos 10 anos de falecimento do poeta e diretor teatral, Antônio Roberto de Góis Cavalcanti, o Kapi, foi realizada nesta noite de quarta-feira (2). Amigos estiveram na Capela de Nossa Senhora das Graças, em Guarus, para prestar esta homenagem de fé a este "irmão-camarada". A missa foi celebrada pelo padre Wallace Hortêncio.

A intenção partiu do jornalista Antunis Clayton, admirador de Kapi e amigo de trabalho. Segundo Antunes, ele sempre lembra de Kapi, principalmente na Semana Santa. Foi em uma Sexta-feira da Paixão, em 2015, que todos disseram adeus. Os jornalistas Aluysio Abreu Barbosa e Paula Vigneron também estiveram presentes.

— Eu vim de Atafona para atender a esse convite, junto com o meu filho, já que minha mãe Beth está viajando. Estou aqui por Kapi, esse amigo, com quem convivi na minha família por muitos anos e também em nome da minha mãe. Uma pessoa como Kapi é merecedora de todas as homenagens, e estará sempre em nossas lembranças — disse Luiz Henrique de Araújo, Lulu, amigo do poeta.

Kapi deixou sua marca no segmento cultural de Campos. Além de diretor de teatro, era um carnavalesco apaixonado, poeta e turismólogo. Nos palcos, foram mais de 100 textos encenados. A última montagem assinada por Kapi foi “Nelson Rodrigues - O Anjo Pornográfico”, encenada no Sesc-Campos, em 2012. O artista inaugurou o novo Teatro Municipal Trianon, dirigindo, em 1995, a peça “Gota d’água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes. Suas duas poesias que levaram o Fest Campos de Poesia Falada foram “Canção amiga”, em 2002, e “Goya Tacá Amopi”, em 2005. Também viveu a parceria com o jornalista Aluysio Abreu Barbosa no espetáculo “Pontal”, uma peça sobre Atafona, litoral de São João da Barra, em 2010.

O trabalho poético de Kapi pode ser revisitado no “Manual da criação de ratos”, livro publicado em 1984 com a poeta Eloah Marconi. Nele, estão poemas como “Canção amiga”, “Sangue na cidade” e “Aquarela”.