
O filme chega em meio a polêmica, já que Joana era uma mulher negra e no filme ela é interpretada por Fernanda Montenegro. Vivendo escondida pelo Programa de proteção a Testemunhas, existem duas versões sobre essa questão.
Uma delas dá conta de que a produção só descobriu que ela era negra, após sua morte, que aconteceu durante o período de gravação, o que inviabilizaria uma mudança. Outra versão, completamente diferente, aponta que essa decisão foi consciente, inclusive com participação de Joana, buscando manter o anonimato da senhora, que tinha medo de ser encontrada pelos traficantes.
Falando do filme, chama a atenção como a protagonista (aqui chamada de Dona Nina) tem um senso muito forte de certo e errado, mas ao mesmo tempo tem uma certa ingenuidade, fruto do pouco conhecimento. Somente por conta dessa mistura, além da coragem, foi possível que tudo acontecesse.
O filme narra a rotina dessa idosa, mostrando particularidades de uma mulher solitária, com uma história de vida que em poucos momentos ganha maiores nuances e constrói uma personagem interessante.
Ela questiona e confronta quando não concorda, apresentando essa natureza irrequieta. Ela gosta de preparar jantares para visitas que nunca comparem, tem o hábito de checar a secretária eletrônica sempre que chega em casa, como se aguardasse um recado importante ou o contato de alguém que pudesse tirá-la mesmo que momentaneamente daquela solidão.
É nesse cenário que essa violência que toma os espaços, os morros, as ruas e progressivamente invade a casa das pessoas, corrompe as crianças, são o fruto da indignação da senhora, que não quer sair de sua casa, mas enfrentar a violência que bate a sua porta e o estado não consegue combater, por despreparo ou por interesse, já que aqui a policia faz parte do esquema.
Assistindo ao filme, fica claro que algumas situações são criadas para engrandecer a história, principalmente nas partes voltadas para os principais personagens coadjuvantes. Não se trata de um filme investigativo, mas de um estudo de personagem sobre uma senhora idosa.
A personagem provoca humor e indignação, fruto de mais uma interpretação poderosa de Fernanda Montenegro, que no auge de seus 95 anos, continua encantando com poucas atrizes são capazes de fazer. O filme é dela e funciona muito por conta de sua atuação.
Com uma parte final meio corrida, em uma tentativa de construção de tensão que nunca se justifica narrativamente, Vitória é um filme, que cresce muito na atuação de Fernanda Montenegro, em das últimas oportunidades de assistir esse landa do cinema na tela grande.
Uma semi despedida muito digna (ela ainda vai fazer um último filme), de uma atriz que honrou suas personagens e fez do cinema maior. Poucas são as que conseguiram tal feito com tanto brilho.
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