Jornalista Ângela Bastos colocou moldura em matéria que registrou a sua própria morte
Saulo Pessanha - Atualizado em 02/04/2025 07:30

É prática, nos jornais, escrever com antecedência, ou seja, antes da morte, o necrológio de alguém que seja notícia, e que esteja com sérios problemas de saúde.
Assim é que Aluysio Barbosa, diretor do jornal Folha da Manhã, comovido, chamou o jornalista Péris Ribeiro na redação e informou-lhe que o estado de saúde da colunista Ângela Bastos era dos mais graves.
Os dois amigos chegam às lágrimas. Aluysio, dizendo-se sem condições emocionais, pede a Péris que, mesmo à base do sacrifício, escreva o necrológio de Ângela.
O material fica pronto. Mas, como que por milagre, Ângela Bastos se recupera. E sob um clima de festa, dias depois estava de volta à redação.
Quanto ao necrológio, redigido em lauda do jornal, ficou emoldurado, por iniciativa da própria Ângela, no apartamento dela — simbolizando um troféu à vida.
Ângela Bastos, em que pese ter a saúde debilitada, veio a falecer só tempos depois, no ano de 2007.

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