Morre o maior ídolo da história do Americano, Paulo Roberto, aos 78 anos
Matheus Berriel 07/12/2024 09:28 - Atualizado em 07/12/2024 10:17
A torcida do Americano se despede do seu maior ídolo. Morreu na noite dessa sexta-feira (6), aos 78 anos, o ex-atacante Paulo Roberto, autor de gols em todas as finais do eneacampeonato campista consecutivo, de 1967 a 1975. Diagnosticado com Alzheimer, ele enfrentava problemas de saúde desde 2019, quando teve sintomas de uma fração de isquemia. O velório acontece no cemitério Campo da Paz, em Campos, mesmo local do sepultamento, às 11h deste sábado (7). 
Apelidado de Cabeção, Paulo Roberto da Silva Borges foi atleta do Americano por 12 anos, tendo conquistado 11 Campeonatos Campistas, cinco Taças Cidade de Campos e quatro Campeonatos Fluminenses pelo clube. Foi o artilheiro das decisões de uma geração histórica, que também contava com nomes como Adalberto, Gessi, Messias, Chico Preto, Capetinha e Luis Carlos.
— Tenho 24 títulos pelo Americano, contando os períodos como profissional e amador — lembrou o craque em julho de 2018, em entrevista à Folha da Manhã. — Eu podia ter sido duodecacampeão campista, porque o Goytacaz venceu em 1966 e interrompeu o início de uma sequência. Mas, aí é querer demais (risos). O gol do enea (contra o Goyta) me marcou. Foi o mais importante, porque terminou 1 a 0, com um gol de pênalti que eu bati muito bem, faltando poucos minutos para terminar. Se eu fizesse um gol espetacular no primeiro, segundo ou terceiro título, não marcaria tanto como esse gol simples, de pênalti, porque esse foi o do enea, entrou para a história. É difícil um time ser enea, não tem outro na era do profissionalismo — destacou.
Na lista de gols importantes de Paulo Roberto, também estão um de cobertura, em vitória sobre o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 1975; e um de falta, no triunfo por 3 a 0 sobre o Flamengo de Zico, pelo Campeonato Estadual de 1976.
Durante a carreira, Paulo Roberto chegou a fazer testes no America e no Vasco da Gama. Pelo Vasco, disputou um amistoso em 1965, e a boa atuação lhe rendeu elogios do histórico atacante Ademir de Menezes, na época comentarista esportivo. Em Campos, após ser dispensado pelo Americano, enfrentou o próprio clube na única partida em que defendeu o Goytacaz, em 1977.
Aposentado como jogador, Paulo Roberto foi técnico do time juvenil do Americano. Também treinou as equipes profissionais de Macaé, Cardoso Moreira, e Rio Branco. Atuou ainda como árbitro em competições locais, além de ter sido vendedor e motorista de ambulância da Prefeitura de Campos. Sua imagem ficou mantida, porém, como a do velho ídolo dos gramados, a quem os torcedores alvinegros cumprimentavam nas ruas de Campos e ovacionavam em jogos do Americano, aos quais comparecia como torcedor. Em 2018, por exemplo, ele vibrou no estádio Ângelo de Carvalho com o título da Taça Santos Dumont, no Parque Leopoldina, bairro onde morava com a esposa.

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