Cinema - A caverna da perdição
*Edgar Vianna de Andrade - Atualizado em 26/04/2022 13:55
Charles B. Griffith escreveu o excelente roteiro de “Um balde de sangue”, dirigido pelo também excelente Roger Corman em cinco dias do ano de 1959. No mesmo ano, Griffith escreveu o roteiro de “A besta da caverna assombrada”, com direção de Monte Hellman. Mas, nesta, o roteiro é confuso. Aliás, nada foi bem neste típico filme B. A fotografia ficou muito ruim. Embora filmando a neve quase o tempo todo, a fotografia está escura. Parece sobra de outros filmes. Afora o desempenho irônico de Sheila Noonan (alguém conhece?), os outros artistas não conseguem se afirmar. Em resumo, o enredo é este: uma quadrilha rouba uma mina e tenta fugir para o Canadá de avião. Há muito rodeio dos artistas. Não se sabe se os bandidos roubam a mina ou o escritório dela.
Eles dinamitam a mina, mas entram no escritório. Com ouro nas mochilas, eles fogem para as montanhas cobertas de neve e se refugiam na casa de uma índia. A mina foi dinamitada para distrair a atenção das autoridades ou era necessário tapar sua entrada para invadir o escritório? Será que o escritório ficava dentro da mina? Certamente não, pois teria ido para os ares também.
Pouco antes da explosão, um membro da quadrilha leva uma garçonete para a caverna no intuito de seduzi-la. Ela escapa porque, lá dentro aparece um monstro estranho que assusta mais pelos olhos do casal do que por sua aparição. Na parede, outra mulher está envolta num casulo. O monstro deve ser uma espécie de lagarta.
Na casa da índia (será dela mesmo?), o grupo está reunido. No meio dos bandidos, existe um mocinho que será assassinado assim que todos fugirem no avião. O raio é que o avião não chega. E o monstro começa a atacar. Dele, dá para ver somente alguns tentáculos e uns pelos que cobrem seu corpo. No princípio, ele machuca as pessoas. É imune a tiros e atrai bons e maus para a caverna. Mais tiros. Mais ataques. Parece que a intenção do monstro da caverna assombrada é enovelar todas as pessoas — boas e más — com seus fios. Mas, ele é morto com fogo. Como era comum nos filmes B dos anos de 1960, seu fim chega antes do fim.
Perguntei a mim mesmo se eu me assustava com aquele tipo de monstro quando criança nos dois cinemas de Paranaguá. Não lembro de ter assistido a esse filme. Não importa. Todos se pareciam e todos tinham monstros nada convincentes. Mesmo os filmes de alto orçamento não eram habitados por monstros assustadores. Mas, era o que se podia fazer. E a gente se assustava, quando hoje acha engraçado. Era o charme do filme B. Mas, “A besta da caverna assombrada” abusou da condição de B. É pura carregação. Lembrei de “Manos: as mãos do destino”, de 1966, o pior filme a que assisti na vida. A diferença é que “Manos” se leva muito a sério com um resultado desastroso. “A besta...” se sai menos pior por assumir-se B.

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