Dora Paula Paes
15/10/2021 19:27 - Atualizado em 16/10/2021 11:45
Industrialização baseada em energia renovável e práticas sustentáveis são os diferenciais do empreendimento portuário de São João da Barra. Considerado a porta de entrada para os projetos do futuro e principal vetor de crescimento do estado, o Porto do Açu se prepara para a industrialização totalmente em sinergia com projetos renováveis. Com a vantagem de ser um porto jovem, que já nasceu com a sustentabilidade como um de seus principais valores, o Açu será o pioneiro, nos próximos cinco anos, na instalação e consolidação de empresas de menor emissão de carbono e geração de energia limpa.
O primeiro passo já foi dado com a inauguração da térmica GNA I, em setembro deste ano. Movida a gás natural e com 1.338 MW de capacidade instalada, gera energia suficiente para abastecer o equivalente a 6 milhões de residências. Além desta usina, a GNA já anunciou que este mês começa a construir a UTE GNA II, com 1.672MW. Juntas, terão capacidade para abastecer 14 milhões de residências. Com 3GW de energia assegurados em contratos de longo prazo e 3,4GW adicionais de expansão licenciada através dos projetos GNA III e GNA IV, o Complexo de 6,4GW é o maior da América Latina e inclui um terminal para movimentação de Gás Natural Liquefeito (GNL), onde está atracada a FSRU BW MAGNA, com capacidade para armazenar e regaseificar até 28 milhões de m³/dia.
O empreendimento recebeu cerca de USD 5 bilhões em investimentos, gerou mais de 12 mil empregos e renda, sem reportar nenhum acidente com afastamento ao longo de mais de três anos de obras, contabilizando mais de 25 milhões de horas sem acidentes com afastamento.
A localização estratégica do Porto do Açu, próximo aos campos produtores de gás offshore, à malha de gasodutos terrestres e ao circuito de transmissão 500 kV de energia, possibilitará a expansão do hub de gás e energia a partir do recebimento, processamento e transporte do gás natural associado e da integração entre o setor de gás com setores elétrico e industrial, desempenhando papel relevante e estratégico no desenvolvimento socioeconômico do país nos próximos anos.
A industrialização partirá da oferta de gás natural a parcerias com empresas que estejam em sinergia com renováveis. Considerado o principal pilar do Porto do Açu, a sustentabilidade orienta todas as ações do empreendimento, desde a implantação do ambiente portuário em São João da Barra.
“Antes mesmo da construção do Porto do Açu, nossa primeira iniciativa foi a preservação ambiental, com a criação da Reserva Caruara. As ações sustentáveis e o respeito ao meio ambiente continuarão no radar do porto durante a fase de industrialização. Estamos atraindo empresas em sinergia com esse conceito, nas áreas de produtos químicos, combustíveis, pelotização e siderurgia. Todas essas poderão utilizar o hidrogênio verde como insumo para incrementar suas matrizes energéticas sustentáveis, assim como as plantas de energia solar e eólica”, projeta Vinícius Patel, Diretor de Administração Portuária do Porto do Açu.
Outros projetos — O Porto do Açu ainda tem série de projetos na área de energia. Fazenda éolica, solar e da construção de uma usina de hidrogênio verde com capacidade de 300 megawatts e potencial para produzir 250 mil toneladas de amônia verde por ano. Esta deve ser a primeira planta de hidrogênio verde a sair do papel no Brasil.
Inauguração com a presença do ministro
A inauguração da UTE GNA I, no último dia 30 de setembro, teve as presenças do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do governador do Estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, da prefeita do município, Carla Machado, além de outras autoridades políticas e do setor energético.
“Esse momento é de grande alegria para todos nós da GNA e nossos acionistas. A GNA I é um projeto grandioso por natureza e de vital importância para o país: são 25 anos de PPAs, 1.338 MW de capacidade instalada, a partir do gás natural, uma fonte confiável, flexível e estratégica para a segurança energética do país. Deixo aqui meu agradecimento às mais de 12 mil pessoas que ajudaram a colocar esse projeto de pé, aos nossos acionistas, ao suporte de nossos financiadores, bem como o apoio dos órgãos reguladores e institucionais nas esferas federal, estadual e municipal, que estiveram junto conosco no enfrentamento da maior crise sanitária da história”, afirmou durante a inuguração Bernardo Perseke, diretor-presidente da GNA.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou na inauguração o trabalho empregado na região. “Aqui em São João da Barra está o exemplo de como o trabalho, a confiança e a força desses agentes têm trazido resultados para transformar o nosso país em um lugar cada dia melhor para todos os brasileiros”, afirmou o ministro.
Já o governador Claudio Castro ressaltou que a inauguração da UTE GNA I é mais uma prova da recuperação do Estado do Rio e de que está saindo de um momento difícil. “Esse empreendimento já é um dos maiores do país e um orgulho para o Estado do Rio”, completou.