Entre os primeiro oito semifinalistas da 9ª temporada do programa da Rede Globo, The Voice Brasil — revelados ontem (8) como início dos shows ao vivo— está a campista Luciana Ribeiro. Nessa entrevista exclusiva em Campos, Luciana fala sobre a experiência no programa, como iniciou sua carreira em Campos e São João da Barra, as sua referencias musicais e quais seus planos para o futuro. A jovem cantora, de 29 anos, pede que Campos valorize seus artistas locais. “Precisamos de incentivos mais explícitos, para que consigamos inspirar as novas gerações e levar arte à população”.

Nascida e criada em Campos, em Guarus, Luciana Ribeiro estudou no Liceu até o ensino médio, escola que a artista lembra com carinho: “amava aquela escola, adorava estudar lá”. Apesar de ser filha de músico e ter convivido com a música desde muito nova, Luciana iniciou profissionalmente na música há pouco tempo. Como uma nota que dá a sensação de repouso numa melodia, ela achou o tom, em um evento na faculdade, onde cursou Arquitetura. Talvez as 5 linhas horizontais, paralelas e equidistantes do pentagrama que abriga as notas, tenham a arrebatado em tom maior que as linhas de concreto armado.

Confira essas e outras modulações de Luciana Ribeiro, a campista com melhor desempenho no reality musical da TV Globo (confira quem foram as outras campistas de edições anteriores aqui), que encara a semifinal do programa e que tocou a primeira vez em 2019, em um barzinho na cidade vizinha São João da Barra e se entregou á sua vocação depois de participar de festival na faculdade:

 

Luciana Ribeiro: A próxima fase é a semifinal, estou muito feliz que a cidade está se engajando bastante e a melhor forma de me ajudar é no dia da apresentação todo mundo entrar no GShow (https://gshow.globo.com/) e votar muito, quantas vezes conseguir votar, pois é isso que mantém a gente aqui no programa, como foi ontem, permaneci pelo público, passei para a semifinal pela maioria, que decidiu que eu deveria continuar, e isso é fundamental. E claro, o carinho que recebo, o apoio que as pessoas demonstram em minhas redes sociais, dão um gás para eu continuar aqui, uma ajuda também fundamental.

Luciana Ribeiro: Iniciei minha carreira no ano passado (2019), no Dia dos Namorados, no Transa Louca (restaurante sediado em Grussaí), lá em São João da Barra. Fui convidada para fazer esse barzinho e eu não tinha nem equipamento direito, tive comprar tudo às pressas. Mas, fiz meu primeiro barzinho no Dia dos Namorados que é inclusive aniversário de minha mãe. Depois desse, comecei a fazer outros em Campos, toquei em vários bares e restaurantes da cidade, casamentos, aniversários e comecei a trabalhar com música de fato.

 

Mas a música chegou para mim de forma muito natural, meu pai é músico e sempre tive a música dentro de casa, como uma forma de trabalho também. Desde pequena tive contato com a música. Mas isso despertou realmente em mim na faculdade. Cursei Arquitetura e Urbanismo no IseCensa (Institutos Superiores de Ensino do Censa, vinculado ao colégio Auxiliadora) até o nono período e eles tem um evento incrível, semestral, que estimula a arte e em um deles decidi cantar. E quando cantei pela primeira vez...nossa. Decidi que aquilo era o que eu queria, e não queria mais parar. Aquilo que queria fazer de fato. Ali também tive uma experiência com o palco, de fato, e isso me ajudou muito a definir o que eu realmente queria.

Luciana Ribeiro: Sinto falta de eventos culturais na cidade. Campos tem muitos artistas, gente muito talentosa, sinto falta de reunir essa galera para fazer um evento para a população e estimular os novos talentos, as nossas crianças e mostrar que arte também pode ser um trabalho, a gente pode viver disso. Não temos que ter medo de ser artista. Em Campos minhas referências são os meus amigos. Meu namorado tem um trabalho autoral lindíssimo, Carine Mendonça e Alex Vasconcelos, sempre estamos sempre muito próximos. A Marina Andrade e seu irmão, Hugo Andrade, que também são de Campos, radicados no Rio. A Marina é violinista e o Hugo pianista, eles são músicos incríveis. A Marina tocou no Rock in Rio. Nossa cidade tem muito artista bom. Mas, precisamos de incentivos mais explícitos. Para que consigamos inspirar as novas gerações e levar arte a população.

Luciana Ribeiro: Escolhi essa música, que na verdade a versão que fiz foi da Adele (cantora multi-instrumentista britânica), que admiro demais e sou muito fã. Aacho ela impecável, aquela artista que não erra. Também a Dua Lipa (Dua Lipa cantora também britânica), Billie Eilish (cantora e compositora estadunidense), artistas franceses, italianos, enfim, passeio por vários estilos, blues, jazz, rock e indie. No cenário nacional curto muito Bossa Nova. Ouço muito Vinicius de Moares, Caetano Veloso, Roberto Carlos. Sou muito eclética. Minha playlist é bem variada. Mas são estilos que de alguma forma, por mais que sejam distintos, eles conversam muito com meu estilo, muito com quem eu sou.

Luciana Ribeiro: Após o programa pretendo fazer um show no Trianon (Teatro Municipal Trianon), que aliais já iria acontecer neste ano, em maio, com o Ed Gouveia, com o nosso projeto ‘Jovens Raizes’, mas tivemos que cancelar pela pandemia. Mas, esse sonho não morreu, vamos retomar esse projeto, assim que estiver tudo liberado, assim que pudermos encher o Teatro, temos sim planos de fazer um show lindíssimo no Trianon. E agora é esperar. Podemos fazer também e venho sendo convidada para eventos menores, de acordo com as normas sanitárias. E tem os projetos autorias também, que já estou escrevendo música e futuramente pretendo lançar.

Luciana Ribeiro: Eu que agradeço pela entrevista, muito obrigada pelo carinho, e quero agradecer muito as pessoas de minha cidade que estão me incentivando, mandando mensagens incentivadoras nas minhas redes sociais (Luciana Ribeiro está no Instagram como @lucianaribeirooficial_) e claro, votando sempre no The Voice, que é muito importante para me manter no programa e fazer com que eu chegue à final. Quero mandar um beijo muito grande para todo mundo e agradecer, de verdade, a todo esse carinho que estou recebendo.