Cheia do rio Muriaé rompe dique da Boianga, em Três Vendas
Camilla Silva 28/01/2020 18:18 - Atualizado em 31/01/2020 16:38
O dique da Boianga, na localidade de Três Vendas, em Campos, não suportou a força da água com a cheia do rio Muriaé e se rompeu na tarde desta terça-feira (28), apesar do trabalho da Defesa Civil para reforçar a barragem. A estrutura foi estabelecida, após os rompimentos da BR 356 (Campos-Itaperuna) nas cheias de 2007 e 2012, como forma de impedir que a água chegasse à rodovia, que funciona como um segundo dique para evitar alagamentos na localidade. No local onde o asfalto cedeu nos anos anteriores, foi instalada uma manilha para preservar a estrutura da estrada, que caso ficasse aberta, direcionaria o volume do rio para o bairro. Por isso, a Defesa Civil realizou o bloqueio com a colocação de barros e pedras na abertura. Antes, moradores gravaram um vídeo onde colocaram uma estrutura de madeira para tentar vedar o local. Até às 19h desta terça, a água não havia chegado à localidade. A BR 356 segue interditada nos kms 99, 111 e do 121,4 ao 122,4, no trecho entre Campos e Cardoso Moreira. Nesse município, um caminhão caiu em uma cratera que abriu na lateral da rodovia e o trânsito seguiu em meia pista. Em todo o Norte e Noroeste Fluminense, dez municípios foram afetados por inundações. O prefeito de Campos, Rafael Diniz, esteve em Três Vendas na tarde desta terça e acompanhou o trabalho realizado na localidade. 
Folha da Manhã
— A gente sabia que ia precisar fechar a manilha porque a força do rio não parava de aumentar. Quando a gente chegava perto do dique dava para ouvir a água passando por baixo da estrutura, por isso, já começamos a fechar do jeito que conseguíamos a manilha. Só que para colocar pedra e barro, tinha que ser a prefeitura, então tivemos que aguardar — afirmou o morador da localidade Pedro Santos.
De acordo com a Prefeitura de Campos, uma força-tarefa está sendo realizada na localidade de Três Vendas para impedir a passagem de água sob a BR 356. “A medida foi necessária após o rompimento do dique da Boianga, devido à força da água do rio Muriaé, cujo nível ainda está acima do normal. Estão sendo utilizados caminhões e retroescavadeiras. A área foi isolada. Estão envolvidas a Defesa Civil municipal, secretarias de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Desenvolvimento Ambiental e as superintendências de Posturas e Limpeza Pública”, informou a nota.
Na localidade, a água também chega por baixo, nos chamados minadouros, que jogam a água do rio para o quintal das casas sem passar pela superfície. A Prefeitura de Campos, através das equipes do Grupo de Emergência em Alagamentos, já fez a mudança de 37 famílias de Três Vendas para a igreja da localidade, uma unidade escolar no Parque Aldeia e casa de familiares e amigos.
Em 2012, a rodovia rompeu após cheia do Muriaé
Em 2012, a rodovia rompeu após cheia do Muriaé / Folha da Manhã
Cheias causaram rompimento da estrada-dique em 2007 e 2012
Em 2007, as águas do rio Muriaé invadiram a BR 356, na altura de Três Vendas, em Campos. Uma parte da rodovia que até 6 de janeiro daquele ano não havia cedido, desmoronou quando um veículo passou pelo local. O motorista e sua sogra morreram após caírem na cratera formada. Cinco anos depois do primeiro rompimento, a força da correnteza do rio Muriaé fez ceder parte do asfalto da BR 356 e mais de 4 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Três Vendas. O rompimento do dique da Boianga aumentou a pressão e o nível da água na localidade atingiu a altura dos telhados das residências. Moradores acamados tiveram que ser retirados com ajuda de helicópteros dos Bombeiros.
  • Ação tenta evitar que água passe por manilha na BR 356

    Ação tenta evitar que água passe por manilha na BR 356

  • Prefeitura reforçou dique da Onça (Foto: Divulgação)

    Prefeitura reforçou dique da Onça (Foto: Divulgação)

  • Rompimento do dique da Onça

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