Da Chequinho para governo Witzel
Arnaldo Neto 24/05/2019 20:34 - Atualizado em 06/06/2019 16:19
O governador Wilson Witzel (PSC) nomeou a suplente de vereadora Roberta de Paula Oliveira Moura (PR) para o cargo de assessora-chefe da secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais. A publicação em Diário Oficial aconteceu no último dia 21 de maio, oito dias após a ex-vereadora ser condenada à prisão em uma ação penal no âmbito da operação Chequinho. Roberta participou da equipe de transição de Witzel tem bom trânsito no Governo do Estado.
Roberta ficou na quarta suplência da coligação Frente Republicana Social Trabalhista (PR/PTB/PSD). Em decorrência de outras condenações na esfera eleitoral da Chequinho, ela chegou a assumir uma cadeira na Câmara de Campos, mas não por muito tempo, já que também foi condenada na ação eleitoral e, além da perda de mandato, ficou inelegível por oito anos. Ela ainda recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter à decisão, mas, em agosto de 2018, teve o pedido negado pela Corte.
Agora integrante do governo Witzel, Roberta foi gestora de contrato do programa Cheque Cidadão durante a gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Patri). Na sentença em que foi condenada a cinco anos e três meses de prisão, o juiz Elias Pedro Sader Neto informa, ainda, que Roberta indicou Gisele Koch, também condenada na Chequinho, para o cargo estratégico de coordenadora do programa Cheque Cidadão, por ser sua amiga. Gisele foi presa na primeira fase da operação, junto com a ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga.
O juiz de primeira instância também determinou a “perda do cargo, função pública ou mandato eletivo” que estivesse exercendo. Ainda cabe recurso. Na semana passada, após a condenação, a Folha entrou em contato com Roberta Moura. Ela informou que seu advogado retornaria, o que não ocorreu. A equipe de reportagem voltou a tentar contato com a suplente, nesta sexta-feira, mas sem sucesso. O Governo do Estado também não comentou sobre o assunto até o fechamento desta edição.
“Tentacular esquema” - Na mesma sentença que condenou Moura em primeira instância, Sader Neto fez novas revelações sobre o que ficou conhecido como “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal. O magistrado registrou um “tentacular esquema”, que, além das já conhecidas irregularidades com o Cheque Cidadão, “distribuía outras vantagens aos eleitores, tais como tijolos, cestas básicas, passagem de ônibus para Belo Horizonte, mensalidades escolares e até emprego”. O juiz também relata que a “organização criminosa” liderada pelo ex-governador Anthony Garotinho “torrou milhões de reais do dinheiro público, no interesse estritamente privado do seu mentor”, por meio de um “plano fraudulento de perpetuação no poder e de governança”.

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