Propina tratada abertamente
03/04/2018 10:36 - Atualizado em 05/04/2018 20:36
Aloysio Neves
Aloysio Neves / Divulgação
Presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro desde a operação O Quinto d’Ouro — deflagrada com base a delação do seu antecessor, Jonas Lopes de Carvalho —, Aloysio Neves foi gravado pelo empresário Marcos Andrade Barbosa Silva, da área de transportes do Rio, admitindo esquema de pagamento de propina na instituição. O áudio, gravado em 13 de dezembro de 2016, faz parte do material entregue pelo empresário no acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. No áudio, revelado pelo jornal O Globo na noite de ontem, Neves confirmou ao empresário que recebia propina, entre elas uma mesada de R$ 100 mil do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
O dia da gravação é o mesmo da deflagração da operação Descontrole, que conduziu coercitivamente Jonas Lopes para prestar depoimento. Na conversa, o empresário demonstra preocupação com os esquemas ilícitos do TCE. Por isso, Aloysio Neves explica o que sabia sobre atos ilícitos envolvendo o recebimento de propina pelos conselheiros. Neves afirma, porém, que diversas cobranças de propina eram “voo solo” do seu antecessor na presidência da Corte, Jonas Lopes.
Foi no mesmo dia da condução de Jonas Lopes, que Aloysio recebeu R$ 80 mil em espécie de Marcos Andrade. O empresário faz a contagem das cédulas na frente de Neves. Ao receber o dinheiro, o conselheiro disse que não achou ruim que a entrega aconteceu no mesmo dia de uma operação da Polícia Federal já que “o que tinha que acontecer (naquele dia) já aconteceu”.
Além de Neves, os conselheiros Marco Antônio Alencar, Domingos Brazão, José Maurício Nolasco e José Gomes Graciosa foram delatados por Jonas Lopes, e pelo filho Jonas Lopes de Carvalho Neto, de se beneficiarem de propina paga por empresários para não fiscalizarem a aprovação de contratos públicos. Na terça-feira passada, a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou todos eles por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Da composição da Corte até o início do ano passado, apenas a conselheira Marianna Willeman não teve o nome envolvido em diversos escândalos de corrupção.
Advogado de Aloysio Neves, Rafael Faria, afirmou à imprensa que o conselheiro nega qualquer envolvimento com fatos criminosos e que sua inocência ficará comprovada no processo. (A.N.)

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