Silvinho Martins: composição da Mesa Diretora da Câmara está formada
Dora Paula Paes 21/12/2024 08:52 - Atualizado em 21/12/2024 08:54
Cláudio Nogueira
 
Em seu terceiro mandato na Câmara Municipal de Campos, o vereador Silvinho Martins (MDB), está na lista da composição ser o vice-presidente na Mesa Diretora do Legislativo. Na entrevista no programa Folha no Ar, na Folha FM, na sexta-feira (20), Martins esboça como ficará o comando da Casa a partir do dia 1 de janeiro, quando ocorrerá a posse dos eleitos em outubro e, também, na sequência, a eleição da Mesa. Na arrumação, o vereador Fred Rangel fica mesmo com a presidência, o próprio Silvinho na vice; na segunda vice-presidência, Abud Neme; a primeira secretaria esta destinada ao PDT, caberá ao partido indicar Leon Gomes ou Diego Dias; e a segunda secretaria com o vereador Anderson de Matos.
O vereador salienta que a reeleição de Wladimir foi fruto de muito trabalho por parte do prefeito. Porém, afirma que esse segundo mandato, será um desafio ainda maior. “Não é pouca coisa”. Com grande legado familiar na política, Silvinho lembra das palavras da mãe Dona Penha Martins, que também fez história no Legislativo de Campos. “Não era vereadora, era uma religiosa que usava o mandato para ajudar as pessoas”, disse o filho.
 
Resultado da eleição -Essa eleição, a gente costuma falar que o sarrafo subiu muito. Para você ter uma ideia, em termos de número, na eleição última, em 2020, o último vereador eleito foi Leon, com 1.063 votos. Dessa vez foi o pastor Marcos Elias, que fez uma excelente votação, com quase 2.600; veja como que o sarrafo subiu esse ano. Mas todos nós sabíamos que isso iria acontecer, porque diminuiu o número de candidatos, diminuiu o número de partidos, nos partidos diminuiu, eram 38, passou a ser 26 (candidatos). Ou seja, o sarrafo aumentou naturalmente. Nós sabíamos, mas graças a Deus, a gente trabalhou muito nesses quatro anos. Em janeiro de 2021, nós sentamos com Wladimir (Prefeito de Campos), demos a mão, entendemos que a cidade precisava de união de todos. Wladimir trabalhou muito, pegou uma cidade que estava toda cheia de problemas, saiu da zona de conforto dele, saiu da bolha, foi pra Brasília, foi pro governo do Estado, foi pra Câmara Federal, foi pro Senado, arrumou dinheiro para poder botar a cidade no trilho e a gente sempre de mão dada com ele. E o resultado veio naturalmente. O povo entende. Eu caminhei muito, eu fiz muito voto, 80% desses quase 4.000 votos meus foram no interior. A gente abriu UBS, fazia uma praça, entregava um posto médico, botava lâmpada de LED, asfaltada. A gente trabalhou muito, Wladimir trabalhou muito. Você pega, por exemplo o HGG, está entregando um HGG novo, o Ferreira Machado vai entregar novo. A nossa cidade aqui na área central, a parte das ruas, estavam todas deterioradas. Wladimir reabriu o Mercado e o restaurante popular. Tivemos lá na Câmara momentos tensos, que é natural da política, oposição e situação, mas assim mesmo com toda oposição, o vereador Silvinho sempre muito firme com Wladimir, entendendo que ali era o caminho. E as urnas mostraram que realmente era isso.

De mãe para filho - Tenho muito (voto de Dona Penha, ex-vereadora), desde a primeira eleição. Eu vou usar uma frase que minha mãe falou quando eu ganhei minha primeira eleição, em 2016. Quando eu fui dar um abraço nela, falou assim: “eu quero te falar uma coisa, você ganhou, mas o caminho estava preparado”. Eu falei, realmente. Ela trabalhava com o amor. Não era vereadora, ela era uma religiosa que usava o mandato para ajudar as pessoas.

Soldados do governo -Tem que ter sensibilidade, porque nem todo mundo tem perfil para ser secretário. Eu entendo que muitos, a maioria dos vereadores, quando ganha de vereador, ele gostaria de desenvolver o seu trabalho como vereador, até porque foi votado. Mas tem muitos que atuam como soldados, também. Por exemplo, eu entendo que o professor Wainer Teixeira (vereador diplomado e secretário municipal de Administração) teve uma missão muito importante do prefeito. Eu acho que ele tem tudo para voltar, para ser secretário.
Secretária para o MDB -Com certeza teremos um secretário e o secretário será Marcão Gomes.O nosso partido, por exemplo, o MDB, com certeza nós vamos ter uma secretária para ajudar o prefeito. E posso adiantar, de antemão aqui, que o nosso representante do MDB será Marcão Gomes, até por questão de legitimidade, fez a votação fantástica, sempre muito parceiro do partido. Já foi secretário do governo Rafael (Diniz), da assistência social, foi um grande secretário, trabalhou muito naquela dificuldade toda, mas entregou. O PDT vai ter a secretaria também. O próprio PP eu acho que não sai só um, vão sair mais, porque o Wladimir tem grandes quadros do PP ali na Câmara, que vai ser muito útil para ele na administração e, por aí, sucessivamente vai acontecer. É natural da política. O PDT também tem uma história de trabalhismo. Ano passado o Leon (Gomes) representou muito bem o PDT lá na Fundação Municipal da Infância e Juventude. Enfim, Wladimir tem grandes quadros na Câmara que eu tenho certeza que ele vai convidar e vai precisar disso.

Emendas impositivas -A Câmara de Campos numa época colocou, mas na verdade não conseguia contextualizar isso e entregar na ponta. Então, foi ficando em desuso. A gente não consegue otimizar porque a nossa LDO e, consequentemente, a LOA, ela já é muito bem preparada.

Votação de Wladimir - Aprovado com nota 10. Você vê um prefeito eleito em primeiro turno com 192.000 votos de um total de 287.000 votos válidos. Wladimir explodiu as urnas, o povo mostrou que ele está no caminho certo. Wladimir é bom de rua. Seu trabalhar contagiou a equipe e virou um “petáculo”. Wladimir é formado em marketing, é muito bom de internet. Ele começou com aquele jargão de “bora trabalhar”, foi uma coisa que colou, contagiou toda administração pública. Isso é muito importante, ele é o prefeito, é o líder. Depois, do “bora trabalhar”, virou um “petáculo” do que ele estava fazendo. Então ele foi surfando nessas coisas.

Frederico como vice - Frederico Paes é um cara extremamente importante para o governo Wladimir, um dos grandes responsáveis também por esse grande governo que o Wladimir fez. Teve uma missão de responsabilidade do governo, que foi colocar a saúde nos trilhos. O Frederico Paes foi um grande quadro que Wladimir conseguiu colocar. Consequentemente e eleitoralmente, ele faz parte do núcleo da pedra.
Caio Vianna no grupo - Caio é meu amigo pessoal. Inclusive Caio hoje é filiado ao MDB. Ele me procurou e disse: “Silvinho quero fazer parte”. Liguei para o Washington Reis (presidente do partido). Caio é meu amigo pessoal e particular, sou fã dele, um menino que tem um futuro grande. Foi muito importante na vitória de Wladimir, junto com o pai dele, que tem um nome com muita credibilidade. E Caio, lógico, sendo um filho, leva esse legado do pai. É filiado do MDB, mas a coisa de Caio para ser secretário de Governo está sendo uma coisa pessoal do Wladimir. Entendendo que precisa politizar um pouco mais a prefeitura. Então Caio não está entrando na cota do MDB, está entrando na cota pessoal da entrega que ele deu ao prefeito. É uma indicação pessoal do prefeito.

Oposição dos Bacellar - Não diria que o Bacellar (Rodrigo, presidente da Alerj) é derrotado. Eu não vejo assim não. Eu vejo o Wladimir como um grande vitorioso. Por isso que eu não te respondi que o Rodrigo foi derrotado. Eu acho que quem lançou a Madeleine (Delegada e candidata derrotada nas urnas) foi o Rodrigo. Ela sempre foi uma grande delegada e se propôs a vir, encarou a missão e fez aí sessenta e tantos mil votos. Não é fácil fazer (essenúmero de votos) tendo o Wladimir como adversário, com uma aprovação acima de 80%. Então eu vou voltar a repetir, o Vladimir que foi o grande vitorioso, mas os Bacellar tiveram os méritos deles também. Você pegar uma delegada que nunca foi política, nunca foi nem candidata a vereadora, colocar ela lá, dar o apoio político e fazer essa grande votação. Acho que ela não foi mal na eleição não, tanto que ela veio aqui e falou que daqui a quatro anos vai estar de novo no pleito. Ela está credenciada sim, a ser candidata.

Ciro Rocha e o governo - (Eleito vereador pelo grupo de Rodrigo Bacellar) Ciro (Solidariedade) está realmente mais próximo da gente, ele vai fazer parte da base sim. Ciro tem tudo para caminhar junto com o prefeito. Ele tem uma densidade eleitoral que tem muito a ver com o prefeito, que é lá em Guarus. Então, eles têm muito a ver. Eu acho que Ciro vai ser um grande vereador e vai ser um grande vereador da base de Wladimir, eu tenho essa esperança.

PT em Campos - Precisa reavaliar, repensar. Tem que sair da bolha. Eu gosto muito do professor Jefferson, é meu amigo. Tive filho que estudou na federal, todos os três. Só que eu entendo que o PT a nível de Campos, precisa se autoavaliar. Não cabe a mim aqui dar a dimensão, nem falar em números, que eu acho que isso tem que ser a (direção) municipal. O PT tem que se repensar como um partido em Campos.

Presidência da Câmara -Primeiro, eu quero deixar publicamente aqui que Juninho (Virgílio, vereador reeleito) é meu amigo, grande vereador, um cara importantíssimo. Acho que ele tem total legitimidade, como qualquer outro vereador, de se colocar à presidência. O prefeito, desde o primeiro momento, foi claro para todos que chegaram para ele, falaram que ia ser candidato. Ele falava: “se viabilize, vocês são do meu grupo”. Dessa unidade, nós chegamos à seguinte conclusão, a presidência tem que sair do PP, simplesmente porque eles fizeram sete vereadores. A gente achava que era legítimo. O segundopasso foi definir para o Frederico Rangel, porque é um cara tranquilo, de grupo, consciencioso e um grande vereador também. Eu não tenho dúvida que o Frederico vai ser um grande vereador. Hoje está com uma coisa bem avançada, no sentido de que será Frederico Rangel o nosso presidente. E Juninho já falou, ele vai lançar a candidatura dele. Isso é natural.

Arrumação da Mesa - Fred Rangel (presidente), eu Silvinho, como vice; Abdu Neme como segundo vice, 1° secretário (do PDT, Leon Gomes ou Diego Dias), e Anderson Matos como 2º secretário. E Juninho seria líder (do governo) na composição da mesa.Então a gente está conversando há quase 90 dias depois da eleição. O MDB e o PDT, que são os dois partidos da base que fizeram mais vereadores, vão indicar a primeira vice presidência e a primeira secretaria, e a segunda vice seria o PL e a segunda secretaria o Republicanos. E o Podemos, por Juninho se lançar, e a gente entende, então não vai fazer, por enquanto, parte da Mesa Diretora. Mas tem a ideia do pastor Marcos Elias, que é do partido dele, para ser o primeiro suplente. E Juninho com certeza será líder do governo, não tem dúvida nenhuma. O segundo vice seria o Abdu Neme, porque o Nildo(Cardoso) tem pretensões de ir para Ceascam. Do lado de cá, o PDT ainda tem que indicar o deles, a gente não sabe ainda, ou seria Diegoou Leon. E a segunda secretaria seria o Anderson de Matos. É mais ou menos esse corpo aí que a gente está pensando.

Missão administrativa - A grande missão de Wladimir é o transporte. Precisa melhorar muito. Ele deu um passo enorme na questão dos trezentos e poucos ônibus que vão chegar, inclusive ônibus elétricos. Se está otimizando isso no Ministério, acho que da Cidade, alguma coisa assim. São R$ 540 milhões que vai aportar de investimento aqui, que não é para o contribuinte pagar. Que fique claro isso. Quem vai pagar isso são as próprias concessionárias, que tem a concessão. Essa é a primeira grande missão do Wladimir, entregar um transporte de qualidade, com preço justo, no município que tem 4.004 km² de extensão.

Desafio do prefeito - Wladimir tem um grande desafio. Ele tem que ser melhor do que ele foi. E para ser melhor do que ele foi, vai ter que entregar mais. Porque ele quando virou prefeito em 2020, o parâmetro que ele tinha foi o governo anterior, que não foi um governo bem avaliado. Então, partindo desse pressuposto, a coisa que ele já fez, ele já foi muito melhor. Só que agora ele vai ter que ser melhor. Ele tem essa responsabilidade, e isso não é pouca coisa não. Porque trabalhou muito de 2021 a 24. Nós pegamos uma saúde catastrófica, 240 escolas e creches fechadas.

Campanha para governador - Wladimir hoje chegou ao ponto que ele vai poder escolher, porque ele é “uma moça bonita, cobiçada (na política)”, pelo grande trabalho que ele desenvolveu aqui no Norte. Ele é uma referência aqui. Eu diria que o Wladimir tem tudo para ser um grande vice de um grande candidato (a governador). Ele tem que ser um vice-governador, ele tem caixa para isso, ele é jovem, será o Frederico Paes do governador. E nesse contexto, pesa muito ter um cara como Frederico como vice, ele entender que se for necessário, se entender que está no momento dele, ter tranquilidade o suficiente, saber que Frederico vai dar continuidade ao trabalho dele. E eu não tenho dúvida disso. Se por acaso for a vontade de Wladimir, Campos vai ganhar e vai ficar muito bem entregue ao Frederico. Eu, se fosse ele (Wladimir), tentaria ser um vice de um grande candidato para ele poder fazer um grande trabalho, principalmente no interior. O governador trabalharia, como é quase de praxe, na capital. E ele trabalharia na Baixada Fluminense e no interior do estado, região dos lagos, Noroeste. Wladimir conhece muito bem isso. No melhor dos cenários, Washington Reis com Wladimir no vice.

Apoio de Castro a Wladimir - O governador Cláudio Castro foi muito parceiro do prefeito Wladimir. Lógico que virou para o deputado Rodrigo, isso a gente nunca escondeu. Tem o mérito do Wladimir? Claro que tem. Mas é lógico que passa também no contexto que nós temos o presidente da Alerj (Rodrigo Bacellar) que é campista. Eu sempre falei, o governador é amigo, mas Wladimir soube ir lá colocar no momento certo a necessidade certa. E o principal, foi parceiro do governador nas eleições. O governador rebentou aqui; o Wladimir chamou a tropa toda. Isso aí chama-se gratidão.

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