Juninho Virgílio: 'Sou candidatíssimo a presidente'
Cláudio Nogueira, Gabriel Torres e Mário Sérgio Junior - Atualizado em 06/11/2024 06:44
Juninho Virgílio na Câmara
Juninho Virgílio na Câmara / Rodrigo Silveira
“Eu sou candidatíssimo a presidente da Câmara para o biênio 2025/2027”, declarou o vereador reeleito Juninho Virgílio (Podemos) durante sua participação no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, dessa terça-feira (5). Embora tenha convicção de sua candidatura à eleição da Mesa Diretora da Câmara de Campos e afirma que ela é “inegociável”, Juninho fala em um acordo com o prefeito Wladimir Garotinho (PP), que segundo ele será detalhado no momento certo. Reeleito com 3.154 votos, o atual líder de governo na Câmara também falou de suas propostas de um Legislativo mais participativo e transparente. Ele ponderou, ainda, sobre o grupo de oposição ao classificá-lo como “duro” de enfrentar. O parlamentar destacou, também, a atuação de seu grupo político e afirmou que Wladimir é uma grande liderança no Estado do Rio de Janeiro e que está preparado para disputar qualquer cargo que ele queira em 2026. No entanto, não afirmou se esse seria o futuro do prefeito.
Resultado das urnas — “Nós fizemos um trabalho para 4.200 votos. Por isso que volto a falar no somatório dos meus votos com os do Thiago Virgílio. Noss grupo fez um trabalho para 4.200 votos e batemos essa meta. Corremos o risco sim. Foi um risco calculado, tá? Calculado. Como eu falei, se você não tiver um grupo disciplinado, você realmente corre um risco. A gente nem pôde falar, nós tivemos que limitar para quem a gente ia passar essa estratégia. Por exemplo, a minha família mesmo não sabia. Família de Thiago também não sabia. Por quê? Porque poderia correr o risco de se dividir e não fazer ninguém. Esse era o risco, mas eu estou falando, foi bem calculado, a estratégia foi bem montada Aí pegamos um pedaço do grupo e direcionamos aqueles que eram mais disciplinados e fomos. E aí deu certo. Saímos muito fortalecidos dessa disciplina”.

Oposição — “Nós enfrentamos um grupo de adversário, que é da família Bacellar, que a gente tem que reconhecer aqui, que é um grupo duro. É um grupo duro, mas o prefeito deu todo o suporte para a nossa base. Quando eu falo em suporte, é todo o trabalho que foi feito durante esse mandato dele. Então, assim, facilitou demais para a gente que é da base do prefeito, que a gente soube aproveitar isso. Além da gente estar lá ajudando o prefeito, o nosso líder, a governar. Apesar de ser poderes independentes, mas harmônico, nós somos da base, e a base tem que ser harmônica, nós somos da base do prefeito. Então facilitou demais quem soube aproveitar toda a gestão do prefeito.

Expectativa de mais votado — “A expectativa é, né. O Marquinho, ele é o atual presidente do Legislativo, é um cara muito combatente ali na Câmara, é irmão do presidente da Alerj. O partido é União, quando a gente andava nas ruas, aí você só via 44 para tudo quanto é lado. Aquilo, eu falei, rapaz, 44 para tudo quanto é lado. Mas sim, acho que o Marquinho teve um bom desempenho. É muito voto. Agora, Marquinho para mim foi muito bem votado, mas assim, volto a falar. O governo que o Wladimir fez, que o nosso grupo fez, ele facilitou demais para quem soube aproveitar a onda do Wladimir, porque é uma onda que realmente, uma onda de trabalho, de empenho, de dedicação, de muito comprometimento. Então, eu particularmente achava que o Marquinho teria até sim mais votos, mas se você parar para analisar friamente numa eleição onde o sarrafo foi lá em cima, o Marquinho foi muito bem votado”.

Grupo Bacellar — “O grupo Bacellar, e aí a gente tem que colocar isso, Rodrigo não chegou onde chegou à toa. O presidente da Alerj, ele tem um poder de articulação muito grande. E isso a gente tem que considerar, tem que ser levado em conta. Marquinho chegou na presidência, como está hoje, do Legislativo do nosso município, também através de articulação. E como eu falei, é um grupo duro de se combater, um grupo duro. Mas no voto eu não tinha dúvida nenhuma que o Wladimir ia ter essa votação expressiva, como foi”.
“Grandes derrotados?” — “É assim, foram derrotados, não tem como a gente não dizer que foram derrotados. Grandes derrotados? Podemos dizer que sim também, porque com toda a estrutura que o partido União Brasil montou, por exemplo. O União Brasil, aí não só falando da majoritária, mas União Brasil ele fez, eu não esperava que a União Brasil fosse fazer dois vereadores só. Vou dar um exemplo pra você aqui, o Podemos fez 23.506 votos no total. O União Brasil fez 24.479. Então a diferença foi muito pouca até para o nosso partido. Eu acho que muito nessa eleição, e eu prefiro falar nessa eleição, é muito difícil tirar essa eleição de Wladimir e tentar levar essa eleição para o segundo turno. O Wladimir trabalhou muito, o Wladimir se dedicou muito”.

Campanha de Madeleine — “Eu acho que a delegada Madeleine, a candidata, nada contra ela, até porque pessoalmente nada contra, até moradora ali da minha região, eu acho que o discurso dela, a gente viu que não tinha uma proposta concreta. Tinha ataques ao prefeito Wladimir Garotinho, ao nosso governo. E sabidamente, inteligentemente, Wladimir não foi para esses confrontos diretos. Enquanto eles atacavam, Wladimir mostrava o que nós fizemos e o que a gente pensa em fazer na frente. Então, sim, realmente, o grupo Bacellar, eu acho que ele saiu derrotado, um grande derrotado dessa eleição”.

Evolução de Wladimir — “Eu me lembro de uma frase, até que o vice-prefeito Frederico Paes, e que eu acho que passa muito por ele também essa evolução dos votos na pedra do Wladimir. Frederico falou assim: na eleição em 2020, muitos falavam assim comigo, aqui da pedra, vou votar por conta do senhor. E que hoje o que ele escuta? Votei por conta do senhor 2020, mas nessa eleição agora eu voto por conta da gestão que o Wladimir está fazendo. E claro, a importância que Caio também teve. Então, mas eu acho que passa tudo isso pela gestão, por tudo que o prefeito vem fazendo em relação ao município. Mas que tanto o Frederico, a gente não pode deixar de falar que o Frederico, nosso vice-prefeito, teve e tem essa importância, mas o Caio também foi muito importante para esse crescimento na pedra e aqui eu parabenizei já os dois na tribuna da Câmara, mas faço questão aqui de parabenizar também pelo entendimento, pela maturidade dos dois”

Eleição da Mesa Diretora — “Política é a arte do diálogo, das conversas, dos compromissos, dos acordos. Assim, eu conversei muito com o prefeito Wladimir, eu venho conversando com o prefeito Wladimir já há tempo. Então, assim, muita gente querendo me perguntar, Juninho, porque falam muito que existe um acordo aí, um compromisso do prefeito com você. Eu não tenho como negar que não existe, existe. Mas respeitando a decisão até do prefeito que aqui nessa rádio mesmo quando foi perguntado, ele falou que não quero falar sobre o nome agora. Então assim, respeitando a minha liderança que é o prefeito Wladimir Garotinho, acho que vai ter um momento certo de se falar sobre esse compromisso, sobre esse acordo. Eu acho que o momento certo ele vai chamar, vai se reunir com os amigos vereadores Mas eu venho fazendo, com orientação dele e aval do prefeito Wladimir, é dialogar com os nossos amigos que estarão lá a partir do ano que vem com a gente”.

Espera por orientação — “Todos estão gostando, mas todos vão esperar e aguardar uma orientação do nosso líder, do prefeito Wladimir Garotinho. Mas nós estamos fazendo o que ele nos orientou, E com o aval dele para fazer, que é conversar e dialogar. Então eu, na tribuna da Câmara disse que eu sou candidatíssimo, quando me perguntam se eu sou candidato, eu sou candidatíssimo a presidente da Câmara para o biênio 2025/2027”.

Disputa independente de acordo — “O mais importante é dizer que eu não me coloquei à disposição para disputar o cargo por conta de um acordo. Eu venho me preparando, eu acho que eu posso contribuir muito, pelo pouco de experiência que eu já peguei lá na Câmara. No primeiro biênio dessa legislatura, eu estive como vice-presidente, depois assumi uma secretaria de Governo, aí tive que retornar por conta daquela eleição antecipada, retornei para a Câmara. Hoje eu estou como líder de governo da bancada do prefeito na Câmara. Então, eu venho me preparando e eu acho que eu posso contribuir muito e agradeço aqui aos amigos que pararam para nos ouvir”

Pleito natural do PP — “Eu entendo, mas eu acho que é natural o PP pleitear, como todos podem pleitear. Mas eu acho que a proporcionalidade, ela tem que vir num contexto amplo da situação. Por exemplo, teve uma coligação de oito partidos, que essa coligação, com o apoio do prefeito, nós fizemos 19 vereadores. Então, a proporcionalidade que eu acredito é a proporcionalidade de grupo. Sete para mim não é maior que 12. Eu acho que para ninguém sete é maior que 12. Então, assim, eu acho que a proporcionalidade é de grupo. Eu entendo, respeito, mas sobre proporcionalidade eu não concordo, até porque desde quando começou a se montar as nominatas, o prefeito sempre dizia, olha, o nosso partido, o meu partido vai fazer de seis a sete vereadores. Então, teria que ter já um aviso de que, olha, aqueles que querem participar da eleição para presidente da Câmara tem que vir no PP. Mas não é isso, não aconteceu. Então, a proporcionalidade para mim é de grupo”.

Acordo a quarto mãos — “Não foi nem uma imposição. Foi um acordo construído a quatro mãos, porque tinha mais gente. Mas, como eu falei, eu não quero aprofundar nessa situação do acordo, mas foi através dessa construção, sim, entendeu? Eu saí para vir candidato a deputado e foi uma eleição que você tem 15 dias, todo partido tem 15 dias para trocar, substituir o candidato. E eu, no prazo limite, fui para o Rio para assinar todos os documentos, fazer o que tinha que fazer. Nós fizemos uma campanha de 12 dias praticamente, porque até a documentação ficar pronta. Doze dias. E fizemos uma votação em doze dias até que realmente expressiva em Campos, fazer dezessete a qual agradeço o prefeito Wladimir Garotinho por todo apoio também naquela eleição. Uma votação que me ajudou muito porque eu consegui chegar em áreas que eu não tinha chegado ainda como vereador. Mas, reafirmo, eu sou candidatíssimo à presidência da Câmara no próximo biênio”.

Candidatura inegociável — “Não tem estica de corda, eu sou grupo. E acho que as posições do grupo têm que ser respeitadas. Nós já demonstramos que somos grupo. A minha candidatura para presidente da Câmara é inegociável. Não estou impondo nada, não estou falando o porquê, até porque eu saio para dialogar com todos os meus companheiros que lá estarão comigo na próxima legislatura. E a gente tem que ter muito cuidado com isso. Eu sento e apresento uma proposta, que todos acham super interessante essa proposta, que é a Câmara mais participativa. Um determinado momento, eu retiro essa candidatura. Como é que os meus amigos vão me olhar? Pousou para se valorizar, para buscar espaço, para buscar um espaço ou então na mesa de diretor. Eu não estou atrás de um cargo na mesa de diretor como vice-presidente, primeiro-secretário, porque eu já estive. Eu me preparei, estou me preparando ainda mais, sim, para poder estar lá como presidente e contribuir”.

Propostas — “Eu acho que a gente tem como contribuir muito como presidente da Câmara, fazendo, mais uma vez, uma legislatura de uma Câmara mais participativa. E essa proposta que todos estão achando interessante, ela é focada em três pilares, que é a transparência para que todos tenham acesso aos nossos atos na Câmara, diálogo para que a gente construa as pontes e derrube os muros, abrindo esses espaços de diálogo onde todos tenham voz e inovação. Inovação principalmente através da tecnologia, mas também não deixando de usar e voltar a funcionar as ferramentas que lá já existem”.

Ponto de encontro — “A gente precisa, e eu acredito muito que a gente consiga transformar e a gente pode transformar a Câmara num ponto de encontro, onde as nossas ideias se transformem em ações e as ações se transformem em realizações. Então, esse é o projeto que eu estou apresentando para os vereadores. Não tem essa negócio de, ‘ah, Juninho tá aí batendo o pé’, que não. Eu tenho um argumento e o argumento meu é esse. Vem do meu princípio. Até porque eu fiz uma campanha também em cima disso. E tenho conversado, já conversei com 12 ou 13, agora na conta não sei, mas 12 ou 13, acho que foi até, não, 14, se eu não me engano, companheiros. Aí eu vou levando isso e depois eu retiro minha candidatura. Por qual motivo? Entendeu?”

“Não vai ter racha” — “Não vai ter racha. Quero garantir o meu direito de eu poder, entendeu? Sem racha. O Juninho é o mesmo, é aquele mesmo parlamentar que sobe, que defende, que briga se tiver que brigar. Mas é um direito meu, entendeu? Mas é o que eu falei, no momento certo, o prefeito ele disse que a gente precisa dialogar, conversar, então é isso”.

Grande liderança — “Se tinha alguma dúvida, está provado para todos aí que o Wladimir é uma grande liderança do nosso estado. Grande por mostrar aqui, de como ele pegou a nossa cidade, como a gente está entregando essa cidade nesse primeiro mandato, quais são as projeções para a próxima gestão dele. Como falei, o prefeito mais bem votado da história do nosso município em termos de números, 192 mil votos. É muito voto. Está preparado para disputar qualquer cargo que ele venha querer disputar em 2026. Mas o que eu admiro em Wladimir é isso, ele falou numa conversa comigo, foco na minha gestão aqui. As articulações acontecem, as conversas acontecem, mas isso é lá para frente. Eu tenho que pensar primeiro em cumprir o compromisso com a população de que a gente vai trabalhar ainda mais pelo nosso município. Não posso afirmar aqui, não posso dizer, até como ele também não afirmou e nem disse, se irá concorrer a algum cargo no próximo pleito, de 2026. Mas que, preparado e classificado para isso ele está, isso a gente não tem dúvida. É uma grande, uma das maiores lideranças hoje no estado do Rio de Janeiro. Eu tenho certeza que ele vai, na frente, vai tomar a melhor decisão. Mas a princípio agora é focar em entregar ainda mais coisas melhores para a nossa cidade”.

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