Eleição da Mesa Diretora já movimenta bastidores da Câmara de Campos
A nova composição da Câmara de Campos para o ano de 2025, que conta com 19 vereadores da base do governo Wladimir e 6 de oposição, terá uma importante missão em breve, que é a eleição da Mesa Diretora. Nessa terça-feira (8) aconteceu a primeira sessão do Legislativo após as eleições e alguns nomes já se colocaram à disposição para a escolha da nova presidência. A força política de Wladimir com a conquista de maioria no Legislativo foi analisada por cientistas políticos.
O cientista político Roberto Dutra destacou que, com maioria na Câmara, a eleição da Mesa Diretora se torna uma obrigação política para Wladimir. “De fato, com a composição da Câmara desse perfil, o prefeito tem, pelo menos de início, uma maioria confortável, o que ele não teve durante esse primeiro mandato em momento nenhum, e sem dúvida isso facilita. Para ele, a eleição da Mesa Diretora da Câmara praticamente torna isso uma obrigação política, lembrando que no primeiro mandato houve um momento de muita inabilidade do prefeito, achando que ia ganhar a eleição no momento em que ele tinha desvantagens, mas eu acho que isso é um problema que realmente fica mais fácil de resolver com essa composição aí”, comentou.
Diante do novo cenário que se desenhou, Dutra questionou se o prefeito vai gastar capital político para resolver problemas graves do município. “Essa composição da Câmara indica que o prefeito chega no segundo mandato com enorme capital político. Ganhou no primeiro turno, com maioria na Câmara, chega na situação muito melhor do que ele chegou no primeiro mandato e é o segundo mandato. Ele não está com olho na reeleição mais. Então a pergunta que eu acho que tem que ser feita é a seguinte: O prefeito vai fazer o uso do seu capital político para resolver problemas graves na cidade que exigem muita articulação política e gastar capital político? Ou ele vai sentar em cima do seu capital político, fazer como por exemplo, sempre fez Lula que tendo 87% de popularidade, nunca enfrentou conflito nenhum, nunca enfrentou briga nenhuma para transformar nada estrutural. Campos também precisa de muitas transformações estruturais e isso envolve desgaste político, envolve capacidade de conflito. E um prefeito com bastante capital político tem condições de fazer isso. Então a pergunta é: A maioria na Câmara e a vitória de lavada na eleição em primeiro turno, vão levar o prefeito a ser mais ousado, usar o seu capital político para mudar a realidade ou ele vai entesourar esse capital político?”, questionou.
O cientista político e professor da UFF Campos George Coutinho analisou que agora é preciso averiguar o quanto os vereadores eleitos pela base estão organicamente vinculados ao prefeito. “É importante observar o quanto dessa base eleita, ela está organicamente vinculada ao prefeito ou não. Porque sendo eleitos dos partidos que constituem a base e a frente que elegeu Wladimir Garotinho, é preciso agora averiguar o quanto que eles são organicamente vinculados ao prefeito reeleito. Então esse que é o ponto. A configuração política de situação e oposição neste momento ainda me parece não definida. Porque essa fidelidade, essa lealdade na Câmara de Vereadores, ela se demonstrou falha em mais de uma ocasião”, afirmou.
Kassiano e Cabo Alonsimar à disposição
Dois parlamentares colocaram seus nomes à disposição para ser o próximo presidente do legislativo campista: Kassiano Tavares (PP), reeleito com a maior votação do município, 5.790 votos, e Cabo Alonsimar (PDT), reeleito com 3.371 votos. Os dois são do grupo político do prefeito reeleito Wladimir Garotinho (PP).
Durante sua fala, o vereador Kassiano Tavares agradeceu os apoiadores e mandou um recado ao prefeito Wladimir Garotinho e aos vereadores de seu grupo político.”Coloco meu nome à disposição dos caros colegas vereadores, do nosso prefeito Wladimir Garotinho, nome à eleição à presidência dessa casa, se assim os colegas entenderem e o prefeito entender. Estou aqui para agregar, para somar, e estou preparado para a missão”, disse.
Já Cabo Alonsimar destacou, ao se colocar à disposição, sua experiência na política da cidade e o tempo que ocupa uma cadeira do legislativo.”Sou fiel ao prefeito, por isso estou me colocando aqui, também candidato a presidente da Câmara. Porque eu acho que mereço, tenho experiência, estou no terceiro mandato”, falou.
Pelo regimento da Câmara, a votação para a presidência é aberta pelo vereador mais votado. Assim, Kassiano Tavares vai iniciar os trabalhos no dia 1º de janeiro e, a partir daí, os 25 vereadores escolhem o presidente com voto aberto. (M.S.) (G.T.)