O imbróglio em torno da candidatura a vice-prefeita de Campos de Vanessa Gomes Sampaio (PSOL) ganhou novo capítulo. Depois de sua entrada na chapa a prefeito de Fabrício Lírio (Rede) ser questionada pelo próprio partido, que inclusive pediu a impugnação do registro da candidatura, Vanessa divulgou nesta quinta-feira (22) uma carta aberta expondo os motivos que acredita terem levado às divergências entre ela e a direção municipal do PSOL. O dirigente local do PSOL, Vanderosn Gama, também comentou o caso e reiterou as posições de seu partido.

Vanessa Gomes Sampaio afirmou no documento que vai lutar para continuar compondo a chapa majoritária de Fabrício Lírio (Rede) e disse acreditar que a divisão da verba para campanha tenha levado ao conflito."O caso em questão é meramente econômico, pois o que se busca com a minha impugnação, é tão somente, não me repassar os recursos do Fundo Eleitoral. Logo para que fique claro eu tenho o direito a cota do Fundo Eleitoral de campanha e vou lutar por justiça", disse.

O diretório municipal do PSOL informou ter deliberado em assembleia pela não indicação de candidato a vice-prefeito na chapa de Fabrício Lírio (Rede) e alega ter orientado Vanessa a solicitar a retirada da candidatura. Depois, o partido optou pelo afastamento de sua filiada e no dia 12 de agosto enviou à direção nacional o pedido de expulsão de Vanessa."A esdrúxula ameaça de minha expulsão dos quadros da legenda, só expõe a forma truculenta e maliciosa de administrar o processo eleitoral por parte dos dirigentes locais", falou Vanessa.

Vanessa Gomes Sampaio também se defende do pedido de impugnação de sua candidatura, enviado pelo diretório municipal do PSOL ao juiz da 76ª Zona Eleitoral de Campos, Leonardo Cajueiro D'Azevedo. O pedido, enviado no dia 14 de agosto, requer a impugnação de Vanessa e, consequentemente, da chapa majoritária."Minha candidatura não infringiu nenhuma norma que pudesse tirar o meu direito constitucional de votar e ser votada", disse a candidata.

Procurado pela equipe de reportagem para comentar estas divergências, o presidente municipal do PSOL, Vanderson Gama, apresentou a visão de seu partido.“Ela optou por uma decisão particular e, em função disso, o PSOL entrou com a representação para impugnar a candidatura dela. Porque, ao contrário daquilo que o Fabrício Lírio está vendendo por aí, o estatuto da Federação não lhe dá o direito de indicar algum filiado do PSOL a cargo nenhum. A prerrogativa de indicação de candidato é do partido, isso conforme o Estatuto da Federação”, disse.

Vanderson rebateu as críticas ao PSOL e afirmou que o partido não vai compor a chapa majoritária de Fabrício Lírio devido às discordâncias que tem com ele.“Foi vendido por aí que o problema é que o PSOL não quer dividir o recurso com ela, que é algum tipo de preconceito com ela, e não é nada em relação à Vanessa. Pelo contrário, o problema do PSOL não é com Vanessa, é com o próprio Fabrício Lírio, porque a gente entende que o Fabrício Lírio não tem condição de defender as pautas que a gente defende, que o partido PSOL historicamente defende”, comentou o dirigente partidário.